Prólogo

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Dedicatória:

Para todos aqueles que, como eu, preferem ver o lado bom da vida. Dedico esse livro às mulheres que escolhem sorrisos às lágrimas. Às vezes, precisamos nos dar uma segunda chance.


Prometi a mim mesma que não iria me envolver com alguém tão cedo. Nem mesmo ficar. Em respeito a ele. E também não sei se conseguiria namorar outro homem, muito menos amar.

Não, isso definitivamente estava fora de questão.

Se passaram quatro meses desde que o vi morrer em um acidente de transito. Eu disse para Matheus ir mais devagar, mas ele estava distraído demais para me ouvir. Falávamos sobre o jantar de Catharine; minha amiga havia nos convidado para comemorar o sucesso do seu último livro lançado. Mas, infelizmente, o destino tinha outros planos para nós.

Um motorista invadiu a nossa faixa e Mat, como eu o chamava, não conseguiu frear a tempo. De repente, tudo apagou. Quando acordei poucos minutos depois, ele estava ao meu lado, com sangue escorrendo por todo o rosto. Eu o chamei, mas não recebi qualquer resposta. Quando o socorro o levou, fiquei esperançosa. Realmente acreditei que teria sido só um susto, entretanto, quando o médico saiu da sala de cirurgia, eu sabia, pelo seu olhar pesaroso, eu sabia.

Ele havia me deixado.

Naquele momento, eu soube como era morrer sem deixar de respirar. Uma parte de mim também se foi; a dor chegou a ser física, ainda é, na verdade, mas depois de um certo tempo, passei a suportar. Pelo menos era do que vinha tentando me convencer.

Nos primeiros meses, eu saía quase todas as noites. Bebia até esquecer o motivo de estar ali. Foi reconfortante no início, mas viver daquela maneira estava acabando comigo. Minha mãe não conseguia mais dormir de preocupação.

Saí do meu apartamento, onde eu e o Matheus passávamos quase todas as noites, e voltei para a casa dela. Eu não conseguia mais entrar no meu cantinho e sentir o cheiro dele, ver as roupas que deixou lá, nossas fotos... Aquilo me despedaçava. E, para esquecer, acabava bebendo mais.

Passei a dormir na casa de Cat quase todos os dias. Ela tinha o dom de me trazer de volta quando eu estava confusa. Minha amiga era como uma irmã pra mim, o meu grude de infância. Ela me conhecia tão bem que eu não precisava nem explicar o que estava sentido.

Foi por causa dessas duas mulheres, minha mãe e minha amiga, que consegui tomar coragem para aceitar uma proposta de emprego nos Estados Unidos.

Se não fosse por elas, eu jamais entraria naquele avião em busca de um reencontro.

Um reencontro comigo mesma.

A Minha Vez, Eivy - Livro 2 CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora