Liberdade?

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>Ren<

Kelsey pressionou seu corpo contra o meu, enquanto o beijo se tornava cada vez mais intenso.

– Te amo, iadala – gemi quando seus lábios se afastaram dos meus.

Ela beijou meu pescoço me fazendo fechar os olhos. Ah! O que aquela mulher fazia comigo? Mesmo depois de todos esses anos, cada beijo e toque tinha um gosto de novo e me enchiam de prazer. Suas mãos desabotoavam rapidamente minha camisa, que logo estava no chão.

– Ah!!!!!!! – estremeci sentindo seus lábios passearem pelo meu peito – Kelsey!

– Ren – ela me lançou um sorriso maroto, enquanto retirava a própria camiseta expondo o sutiã branco.

Ahhh! Caramba! Como eu queria aquela mulher!

E foi como um balde de água fria que me lembrei de minha atual situação. Me afastei de Kelsey que me lançou um olhar confuso.

– Ren? Qual o problema, querido?

– Não podemos continuar – peguei minha camiseta e sentei na cama.

– Como assim não podemos?

– A maldição – respirei fundo, trincando os dentes.

Kelsey se sentou ao meu lado, seus olhos de repente marejados.

– Não acredito que esse inferno voltou.

– Eu sinto muito – estremeci novamente, mas dessa vez não foi de prazer.

– Ren? – ela falou depois de um tempo em silêncio.

– Sim, iadala?

– Eu não quero perder você – ela virou o rosto, esquecendo as lágrimas.

– Kelsey – puxei ela para meus braços.

– Eu já quase te perdi inúmeras vezes. Não quero passar por isso novamente.

– Eu sinto muito – sussurrei contra seus cabelos.

– Ren – ela fungou, aproximando o rosto do meu.

Um barulho chamou minha atenção.

– Tem alguém na biblioteca – me levante e vesti a camisa.

– Quem? – Kelsey também se levantou, se arrumando e enxugou as lágrimas.

– Vamos descobrir – sai do quarto, Kesley venho logo do meu lado.

>Nicole<

Eu estava com raiva. Estava tremendo de raiva. O medo, a dor e a esperança desapareceram, deixando um vazio que logo foi preenchido pela raiva. Minha velha amiga e companheira fiel.

Precisava sobreviver. Eu tinha algo pra fazer, sei lá o que. Morrer não era uma opção. Deus não tinha me colocado no mundo só pra enfeite não é?

A solidão nunca foi um problema para mim, por isso quando abri os olhos e notei que meu companheiro tigre havia desaparecido não fiquei necessariamente triste. Não podia permitir espaço para a tristeza. O tempo para lamentar ainda não havia chegado, agora era hora da raiva, a ira fria e gritante que faz o coração acelerar e a mente trabalhar a mil.

Puxei meus braços com força, as algemas que me prendiam reabriram o corte em meu pulso. Fechei os olhos e tornei a puxar com toda a força que ainda me restava. Eu vou matar esses gêmeos desgraçados!

Ouvi um barulho na porta e abri meus olhos, parando de me mexer. O feiticeiro entrou acompanhado por dois capangas grande e feios.

– Oi princesa – ele sorriu, tocando meu rosto.

Coração PuroOnde histórias criam vida. Descubra agora