Saia florida

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>Nicole<

Era 6 horas da manhã quando me deitei para dormir. Minha mente ainda estava um pouco barulhenta, mas logo fui vencida pelo sono.

As 2 da tarde acordei, rolei na cama por meia hora e me masturbei por outra. Finalmente levantei.

Depois de uma rápida ida ao banheiro fiz 4 sanduiches de pão com mortadela e queijo.

– Humm – notei os prato acumulados na pia. Uma hora ou outra eu teria que encarar aquele louça. Mas não agora.

Ouvi um ganido baixo do meu lado. Quebrei uma cenoura e coloquei no pote de Rocket, o guaxinim que tinha me adotado, o outro pedaço entreguei para Poe, o corvo empoleirado na janela.

– Peralta! – chamei e o veado correu do começo da clareira até a porta da varanda pra ganhar sua cenoura diária – Vejo que o machucado está bem melhor. Onde estão a Santiago e o pequeno Terry?

O veado indiferente apenas comeu a cenoura e voltou para a floresta.

Estiquei meu corpo e pensei em voltar pra cama.

Só mais uma ou duas horinhas de sono.

Meu telefone tocou senti meu corpo ficar tenso.

– Deixa tocar – resmunguei para o guaxinim intrometido – Poe sai de perto do aquário! Esquece...

Bufei indo para a biblioteca. Corri o dedo pelas lombares dos vários livros e fui me sentar. Eu tinha passado a noite toda lendo sobre Homens-Tigres da cultura indiana, bem diferente dos tigres que eu conhecia, esses outros Homens-tigres eram canibais. Ponto pra Kishan e Ren.

Por um momento, olhei para a poltrona próximo da janela. Eu podia imaginar Kishan sentado ali.

– Poe – murmurei para o corvo que grasnando pousou na mesa a minha frente – Tô deprimida.

Embora o animal fosse extremamente inteligente, ele nada me respondeu.

Ouvi um estranho som de vento correndo pela cozinha e no momento seguinte um pavão entrou na minha biblioteca.

– Oi Lord Shen.

– O nome dele não é esse, jovem – Kartikeya lembrou entrando logo em seguida.

– Não ligo – sequer me dei ao trabalho de olhar para o deus.

– Criança indolente – o ouvi resmungar, indo para perto da lareira fazendo chamas dançarem na madeira seca – Esse país estúpido, tão frio.

– Volta pra sua casa então – tentei me concentrar no livro.

– Eu não quero – ele sentou no canto da mesa – O que está lendo?

– É um livro de meados séculos 5 fala sobre... – finalmente erguia a cabeça e me surpreendi com as roupas de Kartikeya, ou melhor, a falta dela – Você entende por que está frio, não é?

– Porque esse país é estúpido e frio.

– Roupas, Kartikeya. Não pode andar pela minha casa só de tanguinha.

– Isso não é uma tanguinha, é um dhoti. Gosto delas, me deixam a vontade – ele estava realmente orgulhoso de suas roupas.

– Tá pelado por baixo desse paninho né?

– O que mais eu estaria usando?

– Moletom – o encarei nos olhos negros – Agora, senhora divindade!

Ele suspirou, com um gesto agora vestia um conjunto de moletom vermelho fogo que escondia perfeitamente seu porte físico de guerreiro.

– Satisfeita jovem? – quis saber.

Coração PuroOnde histórias criam vida. Descubra agora