A caverna

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>Nicole<

Eu caminhei por entre as mesas do imundo e pequeno bar.

Seja racional.

Seja racional.

Seja racional...

Seja rac....

Foda-se.

Empurrei a caneca de bebida no chão. O líquido escuro de cheiro forte escorreu. Não importa o século, não se toca na bebida de uma mulher. Lisa se levantou em um salto, mesmo sendo bons centímetros mais alta que eu, eu a olhei de cima. Aquele lixo humano.

– Sua...

– SAIAM – rosnei.

– O que você disse? – um dos homens questionou, com um sorriso zombeiro.

– SAIAM – repeti, dessa vez olhando cada um no bar – AGORA!

Eles me obedeceram, saindo apresados. Apenas 4 homens permaneceram juntos de Lisa. Grandes e fortes caçadores.

– Sei que você não é a bruxa, então, onde ela está? – comecei, empurrando uma mesa de modo a trancar a porta com ela.

Lisa riu sonoramente.

– Você não sabe contar? Ou é só estúpida mesmo?

Ergui a arma e senti ela mudar em minha mão. Balas ponta oca, minhas preferidas. Puxei o gatilho. Sem piscar. Sem hesitar. Silenciosamente, a arma cuspiu a bala, um dos homens dela caiu, urrando de dor.

ONDE?

– Você... – ela fez um som estranho.

– Está tentando rosnar para mim? – cai na gargalhada.

Fechei os olhos e fui naquele lugar em minha mente. Respirei fundo. Abri a porta de carvalho. A fera ergueu a cabeça ao me ver entrar, os olhos, aqueles poderosos globos oculares me encaram. Castanhos. Ele se ergueu.

Sorri para ele. Ele pareceu sorrir para mim.

– Deixa eu te mostrar como se rosna de verdade – abri meus olhos e atirei, baleando novamente o homem, dessa vez, com uma bala na cabeça – Você não mostra suas garras se elas são postiças, gatinha. Agora...

Ela tremeu, os homens estava travados, entre atacar e esperar.

– Você é um monstro – um deles disse.

– De certa maneira – dei de ombros – Vocês machucaram minha amiga. Vocês machucaram o meu homem. Ninguém toca no meu tigre.

– Eu sabia – ela resmungou – Helena disse que você era como nós, mas eu sabia que você... e aquela aberração... eu vi como ele realmente é. Você dorme com um animal. Você é nojenta.

Meu sorriso aumentou.

– Você trepa com uma bruxa. Nós duas vamos queimar no inferno. A diferença é que você vai primeiro. – suspirei – Vamos lá... Em que buraco ela se escondeu? Me fala, e deixo você viver.

– Não sei – ela esbravejou – Como eu poderia saber? Desde que vocês, seus malditos, chegaram nós quase nunca nos via. É culpa sua!

– Libriana – tornei a dar de ombros – faz parte do charme natural.

– Não! – gritou.

O primeiro ataque venho da esquerda, minha bala atingiu o cara antes que sua faca me tocasse. O segundo foi mais rápido, senti o aço tocar meu braço, riscando a pele. A jarra de vinho bateu contra o rosto dele e uma vez no chão, eu atirei.

Coração PuroOnde histórias criam vida. Descubra agora