E se?

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(Eu estava entediada e acabei escrevendo esse conto que se passa em uma realidade diferente em que Kishan e Nicole se conhecem no passado, aqui não existe magia nem nada. Espero que gostem.)

>Kishan<

Caminhei pela pequena aldeia observando seu povo e ao longe podia ver o porto onde barcos atracavam trazendo comerciantes de todas as partes.

Respirei fundo. Odiava estar ali, mas era uma ordem do meu pai e eu não o decepcionaria. Alguns rumores diziam que um grupo de rebeldes estavam se formando e minhas ordens era observar e relatar, por hora eu, o príncipe de Mujulaain, assumiria o controle do porto como um lorde e minha verdadeira identidade devia ser escondida.

A mansão na qual eu ficava não se comparava em nada com o palácio, os criados eram gentis, entretanto, ineficientes e estúpidos, as mulheres sorriam pra mim com seus olhos indecentes e os homens erguiam a cabeça como pavões tentando parecerem mais altivos, tudo isso só tornava minha estadia ainda mais desagradável.

– Vamos logo ao porto – murmurei montando meu cavalo e rumando até o local onde era a sede de meu falso trabalho.

Havia descido do cavalo quando uma balburdia chamou minha atenção. Franzi a testa ao ver uma figura correr na minha direção.

– Bastardo! Volte já aqui! Não terminou seu trabalho! – um marinheiro corpulento gritava em plenos os pulmões.

A figura bateu com força contra mim, e o segurei pelos ombros, o forçando a parar.

– Hã? – exclamei.

A figura a minha frente era a mais estranha possível, seu tamanho batia em meus ombros, trajava vestes escuras e pesadas que ocultavam todo seu corpo, seus cabelos eram completamente cobertor com cuidado por um pano preto e seu rosto estava todo pintado por uma tinta negra, apenas os olhos castanhos dissimulados e penetrantes se deixavam ver. Seu corpo se moveu se escondendo encolhido atrás de mim.

– Ni... – o homem começou a gritar, porém desistiu bufando e voltou as suas tarefas.

– O que está fazendo? – tentei soar o mais calmo possível, ainda sentindo aquelas mãos imundas tocando minhas vestes impecáveis.

– Me escondendo – a voz atrás de mim soava quase feminina, talvez fosse a pouca idade.

– Isso eu percebi.

– Shiiii!

Abri a boca, mas tamanha era a audácia daquela coisinha imunda que nenhum som saiu.

– Ótimo – a criatura saiu de trás de mim e abriu um sorriso estranhamente branco no rosto sujo – Muito obrigado, senhor!

– Seu...! – Kabir que era um dos meus guardas, um dos poucos que conhecia minha verdadeira identidade, se precipitou para cima do garoto e o segurou pela nuca – Como você ousa falar assim? Seu bastardo sem educação!

Os olhos do garoto se esbugalharam e ouvi um rosnado alto.

– Chega! Solte-o! – ordenei e apesar de claramente ressentido Kabir obedeceu rapidamente – Você rosnou para mim?

– Eu não sou um cachorro... – agora parecia realmente assustado, então acrescentou – Meu lorde.

Olhei ao redor e me detive num estranho animal de pelo vermelho escondido entre uns vasos, agora seus dentes estavam expostos de forma silenciosa.

– O que é isso?

– Não! – o garoto se jogou na minha frente ocultando com o corpo o animal – Ele não fez nada! Ele só rosnou! Desculpa, senhor! Não machuca ele!

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⏰ Última atualização: Feb 08, 2022 ⏰

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