A garota com a arma

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>Kishan<

Nicole choramingava ao meu lado, esfregando o nariz na manga da minha camisa enquanto estava abraçada ao meu braço. Aralez sentado na poltrona a frente intercalava seu olhar entre a televisão e a ruiva fungante.

– Odeio esse filme – murmurou.

O que não era verdade. Ela amava aqueles filmes da Ghibli, seu favorito era a Princesa Mononoke, de quem ela tinha feito vários desenhos num caderno e me explicado por mais de meia hora porque achava aquele filme tão incrível. Eu tinha que concordar, os filmes eram bons, embora eu não os visse com a mesma paixão que Nicole. A verdade é que era difícil ver o mundo da forma que ela via, mas era mais difícil não se encantar com sua forma de ver as coisas.

– Kishan? – tornou a murmurar se ajeitando no sofá.

– Humm? – sorri beijando sua testa.

– Me dá seu braço para mim morder?

Bem, pelo menos dessa vez ela pediu, normalmente ela só mordia. Ela realmente amava me morder.

Entreguei o braço para ela que logo cravou os dentes de leve na minha pele, não forte o suficiente para tirar sangue, mas o suficiente para deixar uma marca.

Quando o filme estava quase acabando ela soltou meu braço e levantou me deixando confuso, já que ela nem pausou o filme.

Nicole pegou Aralez e o levou para seu quarto. Sim, o mabeco tinha um quarto, estranhamente bem mobiliado para o quarto de um animal.

– O que foi? – questionei quando ela voltou.

– Não posso fazer isso com meu filhote olhando – contou e em seguida pressionou seus lábios contra os meus.

Senti os lábios macios contra os meus, e passei os braços em torno do seu corpo. E o que havia se iniciado como um contato delicado e suave, passou a ser profundo e provocante.

Como eu amava aqueles lábios, a forma como explorava minha boca, como eu a sentia sorrir entre cada beijo. Jamais conseguiria me saciar daqueles lábios, pois quanto mais beijava mais eu queria beija-la.

Ela se moveu até estar sentada em meu colo, os dedos acariciando minha nuca e se enrolando em meus cabelos. Nicole aprofundou ainda mais o beijo e senti como se fosse entrar em combustão, todo o meu corpo começou a reagir a cada toque dela. Aquilo era muito bom.

– Que foi? – questionou recuperando a respiração quando rompeu o beijo.

Limpei um fio de saliva que escorria por seus lábios o que ela aproveitou para lamber meu dedo e o sugar levemente. Os olhos castanhos dela brilhavam e seu rosto estava todo rosado, com seus cabelos caindo pelos ombros...

Céus! Como alguém conseguia ser tão sexy?

– Você é linda – confessei sorrindo.

– Isso nós já sabíamos – sorriu e deslizou a mão por debaixo da minha camiseta, a erguendo para tirar.

Aquela mulher teimosa, sempre fazendo as coisas da maneira como queria, e eu sempre cedendo a qualquer estimulo da parte dela.

– Nicole... – murmurei apertando sua cintura e esfregando meu nariz em seu pescoço, saboreando o mágico odor que ela sempre exalava. Rosa e mirto. Se havia um cheiro mais agradável e familiar, eu já não conseguia me lembrar.

Não contive um gemido ao sentir seus dentes rasparem minha clavícula onde ela se apressou a depositar várias mordidas e beijos.

Ela beijou meu rosto descendo seus lábios para meu pescoço, seguindo um lento trajeto pela minha barriga em direção a borda da minha calça.

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