Capítulo 52 • ✔

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Haru on;

Estou em um hospital? Isso é a porra de um quarto de hospital ou eu estou ficando maluca? Têm tubos no meu braço é no meu nariz com certeza estou numa unidade de saúde, o que aconteceu? Como eu vim parar aqui? Será que estou em Alagoinha? Meme antigo mas fazer o que né? A tia Haru aqui também é velha.

Por sinal minha visão ainda estava turva, tipo quando sua pressão caí sabe?

Assim que eu tento me mexer sinto uma dor na lateral da minha barriga, bem em cima do quadril - tento levar minha mão até o lugar por extinto mas algo me impede. Olho para mão que segurava a minha e logo subo meu olhar para o dono, era o loirinho explosivo dormindo enquanto estava de mãos dadas comigo.

Nem parece que é o cão acordado. Fico apreciando ele por um tempo enquanto tento me lembrar do que aconteceu, a última coisa que eu me lembro é de ter planejado meu velório na mesma hora que o All Might chegou.

- Honey? Ursinho? Bakugou? Barbie? - Começo a bagunçar os cabelos loiros dele tentando acordar o bolinho do meu namorado, sim bolinho, no caso envenenado.

O estranho é que eu não escutei minha própria voz, isso significa que eu fiquei surda? Eu realmente espero que seja temporário, caramba tenho tantas músicas que eu não escutei por preguiça - principalmente os lançamentos. Vejo meu namorado abrir os olhos lentamente, logo ele percebeu que eu estava acordada - então se levantou num pulo e me abraçou.

Apenas retribui ignorando o desconforto no lugar que eu levei a facada, logo senti meus lábios sendo preensados contra os dele com carinho. Eu conseguia ver meu namorado mexendo os lábios falando alguma coisa, mas não estava escutando nada - tá de sacanagem né porra? O que eu vou fazer da minha vida agora?

- Eu não estou conseguindo escutar nada - falo com medo de ter gritado, caramba eu não sei medir o volume da minha voz sem escutar ela. - Acho que estou surda, fudeu meu querido.

Ele fica um tempo me encarando sem expressão, mas logo abraça minha cintura com força enfiando o rosto no meu pescoço, sem entender muito bem eu o abraço de volta passando a mão pelos seus cabelos. Logo sinto algo molhado e quente no meu pescoço enquanto ele tremia levemente, fiquei um pouco confusa mas percebi o que estava acontecendo. Ele estava chorando, puta merda meu namorado está chorando. O BAKUGOU ESTÁ CHORANDO NO MEU COLO BRASIL!

- Por quê você tá chorando canalha? Você é marrento, para agora! Eu tô bem - tento acalmar ele passando a mãos pelas suas costas dando tapinhas leves, na real, quando eu vejo alguém chorando fico com vontade de chorar também. - Oe, eu que estou surda aqui, me responde!

- Desculpa - ele falou lentamente e eu só entendi porque eu já fiz cursinho de leitura labial, essa foi uma das poucas palavras que eu lembro.

Além de vai se fuder e obrigado, desculpa é a terceira e última coisa que eu lembro do cursinho.

- Você disse desculpa ou eu não sei ler mais lábios? Por quê você está pedindo desculpa? Espera, o Bakugou que eu conheço não pede desculpa assim do nada, escuta aqui karalho se você for a Toga eu vou te esfaquear. - começo a tagarelar enquanto ele apenas revira os olhos tentando parar de chorar.

Eu não fazia idéia do que ele estava pensando mas então eu ví ele tirando o celular do bolso e colocando no bloco de notas. Depois de alguns segundos digitando ele me entrega o celular, com a capinha personalizada que eu fiz - eu disse que sou multifuncional babys.

Eu não consegui te salvar, o médico falou que algo no seu ouvido estragou, ou sei lá o que.

- Nós estamos vivos e é isso que importa, sem problemas ursinho! Eu vou aprender a me virar e dar um jeito de me comunicar. Fora que eu ainda sei beijar, então aproveita essa boquinha aqui - ele apenas da um pequeno risinho limpando as lágrimas. - Quanto tempo eu fiquei desacordada? - Pergunto entregando o celular para que ele repetisse esse processo de digitação.

Três dias, quase infartei quando ví que você não acordou no primeiro.

- Eu teria infartado se você estivesse no meu lugar, bom, em qual hospital estamos?

Naquele grandão no centro de Tokyo, sim, voltamos p'ra nossa cidade.

- O que aconteceu com os vilões? - Faço uma careta lembrando da briga horrível que tivemos, bando de malucos.

Uma boa parte foi presa pelo All Might, só o botijão de gás, a vampira é o cara de bolacha fugiram, eu ainda quero quebrar a cara deles.

- Espero que a Thomura apodreça na cadeia para o resto da vida, mas se sair de trás das celas - faço uma pausa dramática. - Eu não me responsabilizo pelos meus atos. - Ele apenas solta um riso que p'ra mim saiu sem som.

Caramba, agora que eu estou surda nunca vou saber se a pessoa está bocejando ou gritando.

𝐒𝐡𝐢𝐧𝐞𝐞𝐞𝐞𝐞 𝐊𝐚𝐜𝐜𝐡𝐚𝐧 → ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜ ᴋᴀᴛsᴜᴋɪ 'Onde histórias criam vida. Descubra agora