Capítulo vinte e cinco

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Pov Any Gabrielly

Andava de um lado para o outro, completamente nervosa. A situação estava fora de controle, e eu me sentia perdida. Desde que comecei a morar com as meninas enquanto Josh estava fora, minha vida virou de cabeça para baixo. Ontem à noite, elas me levaram a uma balada, e, apesar de ter avisado Josh que não poderia acompanhá-lo, ele me incentivou a me divertir.

Mas algo terrível aconteceu. Alguém adulterou minha bebida e me beijou, e eu só soube disso por JoJo. Ao verificar as câmeras, descobri que Camile havia ordenado que o garoto me dopasse. Era para ele ter me estuprado, mas JoJo me resgatou a tempo.

Eu precisava contar a Josh antes que alguém falasse besteira para ele.

Quando cheguei no apartamento dele, subi direto para o nosso quarto, mas não era o vermelho. Assim que entrei, fiquei paralisada ao ver Josh transando com minha irmã.

— Chifre trocado não dói, meu amor — ele disse com deboche, jogando as fotos do beijo na minha cara. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto enquanto dei as costas e saí correndo.

Nada poderia doer mais do que isso. Eu estava desenvolvendo sentimentos por Josh, mas agora sabia que ele não se importava. Se eu não tivesse ido à balada, nada disso teria acontecido.

Chorando, cheguei na casa da Sina e deixei meus soluços saírem. Joguei o anel no chão, tirei o bracelete e o quebrei.

— Amiga, o que houve? — perguntou Sininho, preocupada.

— O que ele disse? — questionou JoJo, tentando entender a situação.

— Ele... ele estava transando com a Camile — solucei, sentindo minhas forças se esvaírem. Caí de joelhos, sentindo o peso do que deixei para trás por causa dele.

— Mas eu vou acabar com ele — disse JoJo, segurando meu braço e me abraçando. As meninas me envolveram em um abraço coletivo, e deixei todas as lágrimas saírem.

Depois de um banho e deitar na cama, a dor era quase insuportável. Rolava na cama sem conseguir dormir, encolhida na posição fetal, chorando baixinho.

— Oh, meu anjo — disse JoJo, deitando-se ao meu lado e fazendo carinho em meus cabelos.

Não consegui dormir. As meninas ficaram comigo, mesmo sem ir para a escola. Enfrentar Camile e Josh era uma realidade que eu teria que encarar um dia.

Quando voltei à escola, chamei a atenção como sempre. Camile estava lá, com suas cadelinhas atrás dela.

— Anyzinha, que bom te ver. Adivinha, eu transei com Josh — ela disse com um sorriso desafiador.

— Você só ficou com os restos. Se você tivesse metade do poder que eu tenho sobre o corpo dele, desmaiaria no primeiro orgasmo — retruquei, dando as costas.

— Assim que se fala — confirmou Sininho.

Fui para minha sala, onde a primeira aula era com Josh. Sua voz me saudou com um "bom dia". Eu não respondi, mantendo a cabeça baixa durante toda a aula, evitando olhar para ele.

Quando a aula acabou, ele saiu.

No refeitório, fui para a mesa e as meninas foram pegar seus lanches.

— Any, você tem que comer algo — insistiu Mel.

— Estou sem fome, Sininho — respondi.

— Gaby, faz três dias que você não come — Heyoon falou com um tom de preocupação.

Levantei, peguei um energético e misturei com refrigerante. Não era a melhor opção, mas era o que eu gostava. Bebi e voltei para a mesa.

Senti uma ânsia de vômito e corri para o banheiro, onde vomitei tudo. Para me recuperar, joguei água no rosto e mastiguei um chiclete.

Ao sair, me esbarrei com alguém.

— Any... Me perdoa, por favor, pequena — disse Joshua, segurando meu rosto. O apelido "pequena" me fez querer chorar ainda mais.

— Me deixe em paz, Joshua — respondi, afastando sua mão com brutalidade.

— Pequena, me perdoe, por favor. Eu me arrependo do que fiz — implorou.

— Você não se arrepende de nada, Joshua. A verdade é que nenhum de vocês confia em mim.

— Não, amor, confiamos sim — tentou justificar.

— Se confiasse, teria esclarecido a história do beijo. Qualquer punição seria menos dolorosa do que ver aquela cena — uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Sair dali o mas de pressa que eu pude

Depois de sair do apartamento de Josh, eu caminhei sem rumo, sentindo a dor e a confusão se entrelaçarem em meu peito. As ruas pareciam se estender infinitamente, refletindo a sensação de perda e desolação que eu sentia. A cidade ao meu redor estava em movimento, mas eu me sentia congelada, como se estivesse em um mundo separado.

Cheguei à praça que costumava me trazer um pouco de paz. O lugar estava vazio, exceto por alguns transeuntes esporádicos e o barulho distante da cidade. Sentei em um banco, minha cabeça caída entre minhas mãos, tentando processar o que acabara de acontecer. As palavras de Joshua ainda ecoavam na minha mente, uma mistura de arrependimento e desespero que só servia para aumentar minha dor.

JoJo e as meninas estavam preocupadas comigo. Elas me procuraram durante horas, mas eu precisava de um tempo sozinha para tentar encontrar algum tipo de clareza. O céu começou a escurecer, e as luzes da praça começaram a brilhar, refletindo uma beleza que eu não conseguia apreciar.

De repente, ouvi passos suaves se aproximando. Levantei a cabeça e vi JoJo vindo em minha direção, com um olhar de preocupação no rosto. Ela tinha seguido meu rastro, e suas feições mostravam que estava pronta para me apoiar, não importa o que eu precisasse.

— Any, eu te procurei por toda parte — disse ela, sentando-se ao meu lado. Sua voz estava carregada de preocupação e carinho. — Não precisa passar por isso sozinha.

— Eu não consigo acreditar que ele fez isso — minha voz estava embargada. — Eu pensei que ele era diferente. Eu me senti tão traída.

JoJo pegou minha mão e a segurou firme, como se pudesse transmitir um pouco de sua força através do toque. — Ele não merece o seu sofrimento. O que ele fez foi horrível, mas você não deve se deixar consumir por isso. Você é incrível, e ele não tem o direito de te fazer sentir assim.

Eu olhei para JoJo, os olhos ainda marejados. — Eu pensei que tinha encontrado algo real com ele, algo que eu realmente queria. Agora eu só me sinto usada e desvalorizada.

— É normal se sentir assim — JoJo disse suavemente. — Mas lembre-se de quem você é. Você é uma pessoa forte e incrível. Não deixe que o que ele fez defina você ou seu valor.

As palavras de JoJo começaram a penetrar em minha mente, oferecendo um pouco de alívio. Talvez eu precisasse me lembrar disso e encontrar uma maneira de seguir em frente. Eu ainda tinha amigas que se importavam comigo, e talvez fosse hora de permitir que esse amor e apoio me ajudassem a curar.

— Obrigada, JoJo — eu disse, abraçando-a com força. — Eu não sei o que faria sem você.

— Vamos para casa — ela sugeriu. — Você não precisa enfrentar isso sozinha. As meninas estão esperando por você. Vamos passar por isso juntas.

Levantei-me, sentindo uma pequena chama de esperança acender dentro de mim. De volta ao apartamento com as meninas, eu sabia que o caminho para a cura seria longo, mas pelo menos agora eu tinha apoio. Com o tempo, eu encontraria a força para seguir em frente e reconstruir minha vida, um passo de cada vez.

O MEU PROFESSOR É UM MAFIOSO!?Onde histórias criam vida. Descubra agora