✗Capitulo 29

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— Tem certeza de que não é problema? — Jooheon me perguntou quando se colocou ao meu lado no gramado.

— Foi o que Jeonghan me disse.

— Ele pode ter dito só para não te deixar preocupado antes da hora. — ele supôs e eu o olhei, arqueando uma sobrancelha. Jooheon também tinha feito parte de uma ronda em um dos postos de vigília durante a madrugada e se recusava a disfarçar a expressão emburrada de sono em seu rosto, os olhos apertados sob a luz do sol e um bico nos lábios — Você faz aquela expressão de cachorro esquecido na chuva quando está preocupado, eu também me sentiria compelido a mentir. — explicou.

Eu neguei com a cabeça, voltando os meus olhos para frente, onde Yongsun abria um mapa sobre uma das mesinhas de piquenique. Embora apenas aqueles ativos em buscas e vigílias tivessem sido chamados, aquela reunião não era um segredo, o que certamente aconteceria se o assunto pudesse causar pânico em quem não deveria.

— Não acho que seja o caso. — o respondi então.

— Bom que seja mesmo importante — resmungou, enfiando as mãos nos bolsos do seu casaco — Preciso de um bom motivo para não estar na cama agora.

— Você não é o único... — murmurei, sorrindo levemente ao encontrar Changkyun atravessando as portas do hotel com Minhyuk ao seu lado, ambos vindo em nossa direção. Sua expressão, sob a aba do boné vermelho, impedindo que o sol incomodasse os seus olhos, ainda era mal humorada, mas ele claramente tinha desistido do seu sono.

Quando parou ao meu lado, Changkyun passou um braço pelos meus ombros, se apoiando ali casualmente, ignorando solenemente o meu olhar questionador sobre si.

— Da forma que você estava, eu achei que faleceria naquela cama até o entardecer. — comentei então, recebendo um riso soprado antes da sua resposta.

— Eu fiquei curioso, não consegui pegar no sono. —  deu de ombros, com descaso e eu apenas assenti, mas mantive o meu olhar sobre o seu rosto por mais um instante, duvidando daquela desculpa.

— Como vocês sabem, grande parte dos mercados e conveniências foram vandalizados e zerados pela população já nos primeiros dias da tomada dos mortos — Yongsun começou, uma vez que estavam todos reunidos entorno da mesa onde havia deixado o mapa, o papel velho rabiscado com caneta vermelha em determinados pontos, atraindo nossa atenção para ela —, então o que encontramos é basicamente um oásis no meio do deserto.

— Encontraram um mercado inteiro? — Seungho indagou, parecendo desacreditado. Era o pai de Yeji, um homem corpulento com os braços tatuados cruzados sobre o peito.

— Um hipermercado lacrado com tudo o que temos direito. — Yongsun confirmou, sorrindo levemente, parecendo satisfeita em finalmente compartilhar conosco aquela informação.

— Se não voltaram com um caminhão de suprimentos, é porque não é tão simples quanto parece. — Hyungwon apontou, devolvendo a seriedade aos olhos da mulher.

— Não é atoa que ele está inteiro até agora. — ela começou — O lugar está fechado com dezenas de mortos dentro e-

— Fica em Daegu. — Changkyun torceu o nariz quando o olhar caiu para o ponto no mapa que Yongsun apontava, logo recebendo um olhar feio de Yongguk por te-la interrompido.

Daegu...

Eu senti um revirar estranho no estômago antes mesmo de entender o porquê. Meu olhar correu para Jeonghan, mas ele me retribuiu por apenas um segundo, logo enfiando as mãos nos bolsos e abaixando a cabeça. Foi a cidade onde ele disse que crescemos.

— É uma cidade bem grande... — Minhyuk comentou, semi-serrando os olhos em uma expressão firme.

— Era uma metrópole com mais de dois milhões de habitantes. Agora é o tipo de lugar de difícil locomoção, com centenas de mortos em cada esquina e sabe-se lá quantos vivos buscando confusão encondidos em prédios, com uma mira clara para nossas cabeças — Hyunwoo proferiu no seu tom controlado, mas seu olhar, quando o encontrei, era um tanto duro. Ele sabia do que estava falando — Tem certeza de que é uma boa ideia?

Thriller | Changki Apocalypse!ficOnde histórias criam vida. Descubra agora