Seus olhos estudaram meu rosto, questionadores, e eu mordi o lábio inferior, pestanejando por um segundo antes de puxa-lo para mim e tomar os seus lábios.
Foi apenas um selinho demorado e eu separei os nossos lábios com um leve estalo, buscando pelos seus olhos, temendo a sua reação.
O corpo de Changkyun estava rígido, os olhos esbugalhados, surpreso, talvez um pouquinho em choque, mas ele não fez qualquer menção em se afastar. Então eu soltei as suas mãos devagar, tomando mais um pouquinho de coragem para me permitir subir as minhas pelos seus braços, sobre a jaqueta de couro, até os seus ombros, mantendo uma ali enquanto a outra buscava pelos fios de sua nuca antes de beija-lo novamente.
Senti as suas mãos tomarem a minha cintura, um tanto hesitantes, e seu corpo relaxar contra o meu lentamente. Seus lábios se moveram com os meus, tornando o beijo mais intenso na mesma medida em que seu toque se tornava mais firme e eu apertei o couro da sua jaqueta e seus cabelos entre os dedos, sentindo cada pedacinho de mim pedir por mais.
De repente, fui pressionado contra a lateral do carro e seu corpo findou qualquer distância entre o meu, o beijo se tornou mais afoito, tomando completamente o meu fôlego e o que restava da minha sanidade.
Mas Changkyun pareceu finalmente voltar a si, como num lampejo repentino de consciência, afastando seus labios dos meus de súbito, suas mãos ainda em minha cintura como se para me manter no lugar.
— Espera, você... Você sabe o que está fazendo? — ele parecia desnorteado, confuso, a respiração ofegante e os cabelos ruivos numa completa bagunça, eu não fazia ideia de onde o seu boné tinha ido parar. Estava bonitinho daquela forma.
Droga, ele não podia me fazer perguntas em outro momento? Quando não estivesse tão perto de mim, meu coração não batesse tão rápido e aquele estranho calor, que antes incomodava o meu peito, agora não tomasse cada pedacinho de mim? Porque agora... eu realmente não saberia como explicar qualquer coisa.
— Você sabe? — o devolvi, minha voz saindo baixinha e um tanto incerta, tendo a certeza de que havia sido retribuído, não sabia diabos como. Eu realmente não pensei em qualquer consequência quando o beijei, mas ser correspondido certamente não era a reação mais esperada.
Eu era apenas uma dor de cabeça para ele, certo?
Changkyun me estudou por um instante e eu o notei engolir em seco, antes de afastar as suas mãos da minha cintura e recuar um passo, se movendo devagar, como se ainda assimilasse o que havia acontecido.
Eu suspirei quando ele se virou e passou as mãos pelos cabelos, os puxando para trás. Eu já conhecia aquele gesto, ele o fazia bastante quando estava comigo, mostrava que estava frustrado, talvez estivesse arrependido.
— Me desculpa. — eu pedi então, embora, por algum motivo, não conseguisse realmente me arrepender do que havia acontecido, e Changkyun voltou a olhar para mim — Eu sei que não deveria ter feito. Foi totalmente impulsivo e... Eu só estava tentando seguir o seu conselho.
Ele arqueou as sobrancelhas em minha direção.
— Meu conselho?
— Sabe, não pensar... tanto... Acabou que- — me perdi tentando me explicar, gesticulando exageradamente.
Subitamente, fui cortado por um grito alto atrás de mim, me levando a me virar em um pulo naquela direção, a mão instintivamente buscando a arma em minha perna. Vinha da floresta e era claramente feminino. Olhei para Changkyun e ele já havia apanhado a besta das suas costas. Nós trocamos um olhar significavo e não foi preciso discutir antes de corrermos para o meio das árvores.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Thriller | Changki Apocalypse!fic
FanficKihyun acorda num mundo pós-apocalíptico sem qualquer memória do seu passado. Sem conhecimento de nada sobre si além de um nome e um número gravado em sua pele, ele vai buscar preencher as lacunas em branco da sua mente, enquanto tenta sobreviver ao...