Não foi uma decisão difícil de ser tomada quando a levamos para o resto do grupo. Era simples, nosso destino havia mudado, mas não era diferente do que buscavamos em primeiro lugar: um local seguro em que pudessemos viver com outros sobreviventes, sem precisar correr por nossas vidas a todo momento. Changkyun, no entanto, manteve um pé atrás, tendo dificuldade de confiar em novas pessoas tão rapidamente, assim como Jooheon, que continuou resmungando que parecia bom de mais para ser tão simples, mas foi Hyungwon quem deu o voto final, mandando pararem de reclamar de barriga cheia e se apressarem em arrumar o pouco que tinhamos para partir.
Nós passamos aquela noite revezando os turnos de vigia para, pela manhã, irmos procurar por outro automóvel e gasolina pela cidade, como acabamos combinando com o outro grupo visto que a van não daria conta de levar todo mundo.
Não foi fácil, como já era esperado, deviamos ter passado pelo menos cinco horas rodando a cidade com alguns dos membros adultos e em boa condição física de ambos os grupos, após finalmente achar um carro em boas condições, até enfim conseguir encher os tanques. Nesse meio tempo, eu não tive nenhum minuto sozinho com Changkyun e podia jurar que ele vinha fugindo de mim e da nossa conversa, grudado com Jooheon e aquela bendita moto o tempo todo.
Eu realmente não gostava dela.
Pegamos a estrada no início da tarde, eu, Hyungwon, Sojung, Youngjo e Minhyuk no carro que havíamos conseguido, Jooheon e Changkyun na moto e o resto do grupo na van logo a nossa frente, junto com os três já não completamente desconhecidos que mostravam o caminho.
Eu fechei a janela, incomodado com o sol do meio-dia em meu rosto, e dei um olhar rápido para Hyungwon e os dois mais novos no banco de trás, descobrindo que o completo silêncio se dava por eles terem acabado pegando no sono. Eu também aproveitaria a viagem para dormir, se a minha minha própria cabeça não continuasse me perturbando.
Olhei para Minhyuk ao meu lado, que permanecia focado na estrada enquanto dirigia, e batuquei os dedos no apoio do meu braço. Precisava me distrair com algo além da paisagem sem graça do outro lado da janela, então abri o porta-luvas.
- Eu achei três pacotes de camisinhas de baixo dos bancos, não toque em nada. - Minhyuk falou de repente, me parando antes que eu começasse a bisbilhotar o compartimento. Eu olhei para o monte de papéis, pacotes e cds lá dentro e o fechei com o joelho, passando as mãos na minha calça discretamente. - O que você quer? - ele perguntou então, me lançando um olhar breve.
- Eu? Nada.
- Está uma pilha de nervos desde que saímos, apenas bote pra fora.
Eu suspirei, imaginando que eu devia mesmo está sendo muito óbvio. Apertei os lábios e apoiei o cotovelo na porta, talvez fosse realmente bom se eu tentasse falar sobre.
- Você e o Jooheon namoram há muito tempo? - perguntei então, como quem não quer nada.
- Uns dois anos, por quê? - indagou, pouco interessado.
- Você me parece... uma pessoa experiente. - comecei, hesitante.
Ele levou três segundos processando antes de arquear as sobrancelhas em minha direção.
- Onde você quer chegar com isso?
- Em um conselho. - tratei de falar rápido, para que ele não pensasse besteira, mas as palavras depois disso demoraram vir - É que... Se eu beijo alguém... E essa pessoa- - eu me interrompo ao ver um sorrisinho suspeito se erguer no canto dos lábios de Minhyuk - O que foi?
- É isso que você e o meu irmão andam fazendo sozinhos por ai?
Abri e fechei a boca, sem saber como me defender. Não era pra entregar a situação tão rápido.
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Thriller | Changki Apocalypse!fic
FanfictionKihyun acorda num mundo pós-apocalíptico sem qualquer memória do seu passado. Sem conhecimento de nada sobre si além de um nome e um número gravado em sua pele, ele vai buscar preencher as lacunas em branco da sua mente, enquanto tenta sobreviver ao...