✗Capítulo 42

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Acordei com um solavanco que fez meu corpo pular na superfície dura. A primeira coisa da qual tomei consciência foi das cordas amarrando meus pulsos em minha frente. Mais um solavanco e meu ombro gritou pela pancada, me virei de barriga para cima e chutei o teto acima de mim.

Era a mala de um carro, um cubículo apertado e escuro. Eu podia sentir os pneus se movendo na estrada sob mim e ouvir o ronco do motor.

Como eu havia parado ali?

Lembrei do alarme de incêndio gritando em meus tímpanos, do beliscão em meu pescoço e do rosto que apareceu na minha frente antes que a minha visão ficasse turva e eu fosse engolido pela inconsciência.

Kang wonshik. O senhor aparentemente inofensivo do acampamento.

Ele tinha injetado alguma coisa em mim.

Chutei mais uma vez o teto na mala, grunhindo.

"Ninguém vai abrir a minha cabeça ao meio ou drenar o meu sangue para testes, Changkyun"

Merda, Wonshik definitivamente faria isso, não havia outra explicação para ele ter me apagado e me socado dentro da mala de um carro.

Vamos, Kihyun, você já saiu de situações piores.

Eu movi as minhas mãos e levei meus dentes até as cordas, tentando, inutilmente, libertar os meus pulsos. Senti a fricção rasgar a minha pele e parei, frustrado. Minha respiração estava pesada, eu sentia a escuridão e o espaço apertado me sufocarem, como se estivesse sendo esmagado no vazio.

— Me deixe sair! — gritei, embora soubesse ser inútil. Mais um solavanco e o meu corpo pulou, batendo contra o fundo da mala. Gemi de dor.

Maldito desgraçado.

Eu aceitei a minha derrota por hora, apenas para poupar energia, me concentrando em respirar devagar para não surtar. Até que o carro finalmente começou a reduzir a velocidade, parando com um assobio comprido antes do som do motor cessar.

Apertei as mãos em punhos, sentindo cada músculo do meu corpo ficar tenso em antecipação.

Um click e um feixe de luz rapidamente cegou os meus olhos por um instante. Pisquei e serrei as pálpebras, tentando me adaptar até que o rosto sobre mim se tornasse visível.

— Bem-vindo de volta, garoto. — Wonshik sorriu e seu rosto enrugado nunca me pareceu tão doentio.

Ele me puxou para cima pelas cordas em meus pulsos e eu me deixei ser retirado da mala, somente até firmar meus pés no chão. Eu então desferi um chute contra a sua perna que eu sabia ser manca, o levando a cair com o joelho no chão, chiando de dor.

Corri em direção as árvores, mas mal pisei para fora do asfalto quando ouvi o assobio conhecido de um silenciador, me inclinando para frente ao sentir o rasgão profundo queimar a minha perna. Senti o empurrão em minhas costas e me virei, caindo de costas no chão, Wonshik subiu sobre mim e seu polegar afundou na ferida de bala que havia causado, me fazendo gritar de dor.

— Seja racional, 164. Eu posso não poder te matar, mas posso te proporcionar bastante dor até lá.

Parei de lutar, minha mente trabalhando de súbito.

O desgraçado estava me chamando pelo meu maldito número. Aquilo me travou por um segundo e eu o olhei de outra forma, aturdido. Não era apenas um velho biruta querendo olhar dentro da minha cabeça ou injetar em si mesmo o meu sangue, ele era um deles.

— Você pode tentar. — rangi, furioso — Eu passei pelo bastante para estar curioso sobre o meu limite, me mostre até onde eu posso aguentar.

Ele sorriu, seus olhos brilhando com algo doentio.

Thriller | Changki Apocalypse!ficOnde histórias criam vida. Descubra agora