✗Capítulo 15

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— Isso não devia está acontecendo, não é? — eu o indaguei, mesmo estando certo da resposta, e Changkyun negou levemente — Então... como? — se eu estive desacordado durante dois dias, ele devia ter tido bastante tempo para pensar no porquê de eu não ter morrido quando deveria. E de fato, eu soube que havia algo em sua cabeça sobre isso quando o vi desviar os olhos dos meus.

— É algo bom. — no entanto, ele não parecia muito disposto a compartilhar o que quer que estivesse pensando comigo, pelo menos não agora — Nós pensamos... pensamos que você não acordaria mais, então só tente respirar um pouco agora, está bem? Como se sente?

Eu assenti devagar para o seu pedido, fechando os olhos por um momento antes de tentar averiguar o meu estado. Já não usava mais a camisa ensanguentada de quando fui mordido, de alguma forma a trocaram enquanto eu estava desacordado por uma camiseta preta, aparentemente limpa e macia, enquanto a jaqueta de Changkyun estava agora largada ao meu lado na cama. Ainda sentia como se meu corpo pesasse toneladas e a minha cabeça ainda doia, mas não tanto quanto da última vez em que estive desperto, devia ser um avanço.

— Com fome. — o respondi então, esbugalhando os olhos ao perceber o que havia dito. — Não... de algo vivo... eu acho. — tentei me explicar, pausadamente, ainda incerto sobre cada palavra que saia da minha boca. O pequeno sorriso que Changkyun deu me tranquilizou um pouquinho.

— Isso é bom. — ele levou a sua mão a minha testa, checando a minha temperatura antes de se pôr de pé — Eu vou trazer algo para você comer, não saia daí.

Eu o acompanhei com os olhos até que ele saísse do quarto e então os voltei para Hyunwoo, ainda largado de forma estranha sobre a poltrona azul com a cabeça caída para o lado. Imaginei que ele devia ter tido bastante trabalho comigo e Hyungwon durante esses dois dias, por isso não ousaria o acordar. Me movi até a beira da cama e toquei o chão frio com meus pés descalços. Sentindo o leve repuxar de dor em minha costela com o movimento, levantei a camisa que vestia, buscando pela mordida onde ela se encontrava. Não havia qualquer resquício de sangue em minha pele e a ferida ainda estava coberta por um curativo, no qual não tive coragem de mexer.

Levantei-me cuidadosamente, temendo que estivesse fraco de mais para as minhas pernas darem conta, mas conseguindo me manter de pé com nada além de uma breve tontura. Atravessei o cômodo e busquei pela porta de outro quarto, de onde me lembrava de ter visto Hyunwoo sair na noite em que cheguei aqui, sendo então rapidamente atraído até ele por murmúrios de vozes conhecidas.

Hyungwon estava deitado numa cama de casal disposta bem no meio do quarto com as costas acomodadas numa pilha de travesseiros, enquanto Hoseok, sentado na beira do colchão, o alimentava pacientemente com um pratinho do que deveria ser uma das suas sopas duvidosas.

Hoseok me notou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa e se assustou, derramando a colher cheia de sopa que levava a boca de Hyungwon no peito dele. O mais alto gemeu e praguejou pelo líquido quente em sua pele e o outro se desesperou, pedindo mil desculpas enquanto procurava algo para limpa-lo.

— Desculpa, eu não quis assustar! — também me desesperei com o desespero dos dois, apanhando um pano qualquer de uma cômoda e me apressando em ajudar. Era só um tantinho de sopa, no entanto, e foi Hyungwon quem acabou nos acalmando, tomando os tecidos das nossas mãos de forma impaciente para cuidar de si mesmo.

— Você parece melhor. — Hoseok falou, após parecer ter pensado bastante, me olhando de baixo, ainda sentado na beira da cama.

— Não minta pra ele, não deve demorar até que encontre um espelho. — Hyungwon falou despreocupadamente, enquanto ainda se limpava, e o outro o bateu — Ai! — ele reclamou, segurando o braço atingido e esbugalhando os olhos dramaticamente para aquele que havia o atingido — Eu também estou ferido aqui, preciso de carinho e compreensão.

Thriller | Changki Apocalypse!ficOnde histórias criam vida. Descubra agora