Meu coração batia forte em meu peito e eu sentia meu corpo inteiro formigar, frio como gelo.
— O corpo dele está resistindo ao soro, eu preciso de uma dose maior.
Me esforcei para abrir os olhos, tendo a visão turva do teto branco e de duas pessoas ao meu redor.
— Ele acabou de ter uma parada cardíaca, Dr. Tak, o protocolo padrão pede para suspendermos a coleta por 48hrs.
— Só conseguimos extrair três doses em cinco horas, Yerim.
— Se ele morrer, não haverá mais dose alguma.
Eram um senhor e uma mulher e eles estavam falando sobre mim. Eu sabia onde estava e o que estavam fazendo comigo. Antes disso... merda, como tinha chegado até ali?
— Ele está despertando. — Senti a pressão nas extremidades de um dos meus olhos, uma tentativa de abrir as minhas pálpebras. Apertei os olhos com força, incomodado com a luz que foi lançada em minha pupila — 164, me diga o seu nome.
— Me deixe sair daqui, seu lunático desgraçado! — grunhi e o infeliz tirou a mini lanterna dos meus olhos. Pisquei algumas vezes e a minha visão foi se tornando mais clara.
— Perfeito. Ele ainda está consciente e orientado. — ele disse, aparentemente muito contente por eu ainda ser capaz de xingá-lo. Eu movi meus braços presos a maca, testando a força das alças e senti o peso de pulseiras frouxas em meus pulsos, me recordando da dor que elas provocavam em mim.
Por que elas estavam frouxas?
Mirei o rosto da garota do outro lado da sala e a peguei me olhando com atenção. Ela tinha os cabelos loiros na altura dos ombros e usava um pijama cirúrgico, havia algo de tenso em sua postura.
— Onde está o oficial Cho?
— Ele foi chamado para auxiliar os outros guardas lá fora. — ela o respondeu, recolhendo as mãos para trás do corpo.
— O que no inferno está acontecendo lá fora?
— São os rebeldes.
Comtemplei um brilho doentio tomar o rosto do senhor e ele pareceu agitado de repente.
— Significa que teremos mais material para a coleta. — ele se voltou para o balcão com instrumentos médicos, de costas para mim, selecionando alguns deles junto com recipientes contendo líquidos estranhos. — Preciso garantir que os capturem com vida, chame um dos guardas para levá-lo de volta. — ele então me olhou por sobre o ombro, sob a armação dos óculos de grau — Você ganhou mais algumas horas, garoto.
— Nenhum deles está disponível no momento, mas ele está muito debilitado, eu posso levá-lo. — a garota se ofereceu e eu a analisei mais uma vez, ela era baixinha, com traços delicados e desprovida de músculos. Eu não estava tão debilitado, fiz uma checagem rápida em meus próprios reflexos e estado funcional. Estava fraco, sem dúvida, mas conseguiria fazer o que fosse preciso.
— Faça isso então.
Apesar da confusão em parte da minha mente, eu tentei colocar as minhas ideias em ordem com as poucas certezas que tinha no momento. Eu precisava escapar dali, ali e agora, enquanto eles não tinham a consciência de que as pulseiras tinham se desprendido dos meus pulsos, enquanto não havia guardas por perto e, aparentemente, pelo que pude compreender, havia uma confusão na parte externa. Era o momento para uma fuga.
Minha única chance.
Yerim, se eu tinha entendido ser o seu nome, puxou uma cadeira de rodas do corredor e começou a tirar os aparelhos que me conectavam as máquinas. Senti a minha alma sair do meu corpo quando ela retirou a agulha comprida do meu braço e pude ver o que eles estavam coletando pelos resquícios que sobraram no tubo. Era um líquido azul esverdeado... A cura. Sim, tinha que ser isso, era sobre o que tudo aquilo se tratava afinal.
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Thriller | Changki Apocalypse!fic
FanfictionKihyun acorda num mundo pós-apocalíptico sem qualquer memória do seu passado. Sem conhecimento de nada sobre si além de um nome e um número gravado em sua pele, ele vai buscar preencher as lacunas em branco da sua mente, enquanto tenta sobreviver ao...