✗Capítulo 36

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Eram seis e dez da manhã, o ar ainda era frio, mas o sol disparava um calor reconfortante sobre nós, por isso eu tirei o meu casaco e o amarrei na cintura, deixando que os raios aquecessem a minha pele. Tínhamos parado os carros no início da ponte que finalmente nos levaria para dentro de Daegu. De pé sobre a traseira da caminhonete azul, eu já conseguia ver parte da cidade com mais clareza dali. Eu enxerguei o desastre que era a rua além da ponte, uma bagunça de carros acidentados, escombros e corpos pelo chão. O movimento dos mortos já era grande por ali, contei pelo menos uma dúzia deles, vagando por toda parte.

Uma pequena previa do que realmente nos esperava.

— Nós não vamos conseguir passar. — eu disse, saltando da lataria para me juntar a roda que haviam feito em torno de outro carro, onde Yongguk espalhou a folha com os rabiscos de Yongsun, o que ela chamava de mapa da cidade — Ao menos não dirigindo.

— Nós também não entramos com os carros da última vez que viemos, é mais seguro que fiquem aqui por enquanto, de qualquer forma. — Yongsun explicou — Vamos dar um jeito nesse caminho na hora de carregá-los com os suprimentos.

Um problema de cada vez. Certo.

— Quando entrarmos na cidade, nosso destino estará há aproximadamente 6km. — Yongguk marcou no mapa, traçando os pontos específicos do percurso com a caneta vermelha — Vamos apressar o passo até lá, sem contratempos. Ignoramos os desgarrados que estiverem em menor número e não representarem grande ameaça e apenas abrimos o caminho quando os enfrentarmos em grupo.

— Uma vez que alcançarmos o hipermercado, nós atravessamos as cercas para dentro do estacionamento. — Hyunwoo falou, um tanto distante da rodinha, os braços cruzados sobre o peito — Ficaremos fora do alcance dos mortos que nos perseguirem até lá e poderemos nos livrar deles com mais facilidade depois.

— Não acham que nós devíamos garantir o que podemos garantir por agora? — Jooheon opinou, ambas as mão enfiadas nos bolsos da sua jaqueta de couro, indicando o mapa com a cabeça antes de prosseguir — Muita merda pra resolver na última hora.

— Nós precisamos garantir que não vão haver mortos de pé lá dentro antes do anoitecer. — Yongsun o respondeu duramente — Não podemos usar lanternas lá dentro, nossa visão seria muito limitada e nos transformaria em um farol para eles e não vamos esperar pelo amanhecer de mais um dia para finalizar essa parte da busca. Estamos em constante risco nessa cidade, quanto mais cedo terminarmos isso, melhor.

— Changkyun e Jeonghan vão na frente — Yongguk prosseguiu com o plano, atraindo a atenção de ambos os mencionados —, quero que encontrem um bom local nesses dois prédios — ele indicou no mapa — para nos darem uma visão geral do caminho até lá e não só da rua do hipermercado, mas de quantos quarteirões puderem alcançar. Você conhece a área — apontou para jeonghan com a cabeça e, em seguida, para Changkyun — e você nunca deixa nada escapar. Mantenham-nos informados pelos walkie talkies de trinta em trinta minutos. Se passar do horário, vamos supor que deu algo errado.

— Jeonghan vai se manter de vigia quando entrarmos, mas eu preciso de você lá dentro. — Hyunwoo apontou, lançando um olhar significativo para o moreno — É rápido e furtivo, pode derrubar uma boa parcela dos mortos antes de ser notado pela maioria.

O caçador assentiu prontamente, os braços cruzados sobre o peito e uma expressão ilegível em seu rosto. Ele tinha duas faças táticas presas em suportes ao lado de cada perna e um rifle de alta precisão com a alça pendurada transversalmente em seu ombro.

Thriller | Changki Apocalypse!ficOnde histórias criam vida. Descubra agora