6hrs antes
Os raios de sol que se infiltravam no quarto por entre as cortinas faziam as gotículas de suor em seu rosto brilharem. Eu afastei os fios castanhos da franja da sua testa para tocar a sua pele com as costas da mão, sentindo que Kihyun ainda queimava em febre.Havia acabado de amanhecer e eu não consegui pegar no sono por um único instante. O pior já havia passado, nós saímos do tempo de risco uma vez que muito mais do que doze horas se passaram. Hyungwon não teve febre, conseguimos controlar a perda de sangue e a amputação. Ele ainda estava mal, mas estável, já havia despertado e xingado meio mundo pela dor até Hyunwoo administrar os analgésicos. Ele passaria um bom tempo dopado.
Kihyun, entretanto, ainda lutava contra a infecção, e estava me matando aos poucos não poder fazer nada além de assistir.
— Não se preocupe. — Yongsun falou da porta — Na situação em que ele está agora, quente é melhor do que frio. Com febre é ruim, morto é pior.
— Vocês já não deviam ter ido? — eu questionei, desfazendo as pazes com a minha boa vontade.
— Não pareça tão ansioso por isso, mas nós já estamos indo. Se mantenham atentos aos comunicadores, se tiver algo na estrada, nos avisamos a vocês. — eu ouvi seus passos atrás de mim, até que Yongsun parou apoiada na cômoda ao lado da cama, entrando no meu campo vista — Vou me certificar para que vocês não tenham problemas quando voltarem. — ela falou, séria.
— Você não pode controlar as ações e opiniões de todo mundo daquele lugar.
— Não posso — concordou, pausando por um instante enquanto seus olhos me estudavam —, então você pode escolher não baixar a guarda, como fez durante todo esse tempo.
— Não pode me culpar por isso.
— Eu sei — ela cruzou os braços sobre o peito — é mais forte do que você e eu aposto que tem um bom motivo pra isso. Mas nós os deixamos entrar, deixamos que fizessem parte do nosso grupo, nós dê algum crédito. Ninguém vai machuca-lo, pedir que vá embora ou teme-lo. Kihyun conquistou o lugar dele no nosso abrigo.
Eu mantive minha expressão impenetrável, meus olhos voltando para Kihyun com suas palavras, e Yongsun apenas me deu um aperto no ombro antes de sair do cômodo.
Ela tinha razão, embora eu jamais fosse admitir em voz alta. Kihyun era parte daquele lugar e eu sabia que ele não abriria mão do que conquistou ali. Ele amava aquele lugar e amava aquelas pessoas.
— Não! — sua voz soou baixinha e ele se encolheu na cama, chamando a minha atenção.
— Ei, o que foi? — Escorreguei da beira da cama, me agachando no chão para ficar mais próximo do seu rosto.
— Você não pode fazer isso! Não, por favor! — ele se contorcia, como se tentasse se proteger, e os cantinhos dos seus olhos se encheram de lágrimas.
Aquilo me matou, como uma bala no peito nunca seria capaz de fazer.
— Amor... Você precisa acordar, está bem? — pedi, sentindo suas unhas afundarem em minha mão quando ele a apertou com força — Kihyun, abra os olho. Olhe pra mim.
Eu o vi negar com a cabeça, a expressão de choro em seu rosto, não para mim, mas para o que quer que estivesse o atormentando naquele mundo que eu não podia entrar.
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Thriller | Changki Apocalypse!fic
FanficKihyun acorda num mundo pós-apocalíptico sem qualquer memória do seu passado. Sem conhecimento de nada sobre si além de um nome e um número gravado em sua pele, ele vai buscar preencher as lacunas em branco da sua mente, enquanto tenta sobreviver ao...