Capítulo 14

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O barulho dos pássaros cantando e o se mexer de outra pessoa na cama fez com que Juliana abrisse os olhos rapidamente. Avistou uma Valentina com parte dos cabelos jogados no rosto e logo se lembrou de que havia se casado no dia anterior. Se virou e olhou no relógio, constatando ser sete e meia da manhã.

Por que acordara tão cedo não soube explicar. Voltou a encarar Valentina e não levou mais que alguns segundos para Juliana reparar o quão linda sua esposa realmente era. Se sentia aliviada por Valentina tê-la deixado dormir noite passada e essa foi só mais uma das coisas que Valentina havia feito para provar à Juliana que podia confiar nela.

Decidiu se levantar da cama sem fazer barulho e então trocou de roupa ali mesmo, percebendo que Valentina não acordaria naquele exato momento. Escovou os dentes e os cabelos rapidamente e saiu do quarto na ponta dos pés, encostando a porta com o maior dos cuidados. Caminhou lentamente pelos corredores do lugar e, ao entrar na cozinha, se deparou com dois rapazes desconhecidos para ela. Deu graças por ter trocado de roupa e não saído naquela camisola pela casa, até porque tinha homens que moravam ali, seria um tanto estúpido sair em trajes inapropriados do quarto.

- Bom dia, Senhora Valdés-Carvajal. - Um dos rapazes a cumprimentou. Queria entortar a boca perante o nome, mas não podia negar que seus nomes juntos soavam um tanto bonito demais.

- Bom dia, senhores. - Ela disse, se sentando em uma das cadeiras do local. Não tomavam café ali, mas tendo em vista que todo o resto da casa, incluindo salas de estar, de jantar, e salão principal, estavam um desastre devido à festa do dia anterior, se sentou ali mesmo.

- Uuh, olha só quem acordou cedo. - A voz de Angelique preencheu toda a cozinha. A mulher parecia estar de bom humor. - Como está minha menina? Ainda dorme? - Juliana sorriu e assentiu.

- Sim. Eu não quis acordá-la, parecia cansada ontem.

- Uuh, eu posso mesmo imaginar. - A gargalhada da mulher se prolongou ali. - Mas coma, precisa repor as energias. - Falou, estendendo um maravilhoso bolo de chocolate para a menina. Juliana franziu o cenho, mas logo se lembrou do que todos naquela cidade pensavam que Valentina e ela haviam feito noite passada.

- É... obrigada. - Disse pegando um pedaço e começando a comer.

Passou seu café da manhã inteiro conversando com Angelique, a mulher demonstrava ser muito atenciosa e Juliana logo fizera amizade com a mesma. Assim que se levantou para ajudar Angelique a retirar a mesa escutou passos ecoarem no assoalho de madeira. Olhou rapidamente para ver uma Valentina estacada no lugar, olhando paralisada para os rapazes ali presentes.

- Bom dia, meu amor. - Valentina disse enlaçando os braços no corpo de Juliana, a abraçando por trás. Juliana preferiu ignorar o arrepio que percorreu sua espinha ao sentir o delicado beijo em seu pescoço.

- B-bom dia. - Respondeu, sentindo Valentina soltar de seu aperto. Suspeitou que ter Valentina fazendo tal coisa tinha algo a ver com os dois paspalhos ali parados, que analisaram meticulosamente o ato de sua esposa.

- O que tem para comer? Estou faminta, Angelique. - Perguntou, caminhando até a mulher e lhe dando um beijo no rosto. - Ontem só nos serviram bobeiras.

- Cadê meu bom dia? - Perguntou acertando o pano de prato na garota. - Dormiu comigo por acaso? - A risada de Valentina fez Juliana sorrir involuntariamente.

- Desculpe. - Pediu sorrindo como uma criança que aprontou algo. - Bom dia, flor do meu jardim.

- Agora sim. - A mulher falou sorrindo satisfeita. - Vou pegar mais bolo. Sente-se aí. - E assim Valentina o fez.

- Então, senhores...Valentina disse limpando a garganta. - O que fazem aqui tão cedo?

- Protocolo, Senhora. Apenas protocolo. - Valentina assentiu sem dizer mais nada. Assim que terminou de comer se retirou do lugar, segurando a mão de sua esposa, quem achou estranho o toque repentino, mas não protestou, nem poderia.

- Para onde vamos? - Juliana perguntou.

- Para um lugar mais tranquilo. - O corpo de Juliana enrijeceu pensando que Valentina poderia ter mudado de ideia, mas a castanha tratou de se explicar. - Apenas conversar. - Juliana assentiu e a acompanhou. Assim que chegaram no jardim Valentina se sentou ao pé de uma árvore e Juliana olhou para o banquinho ali perto, mas preferiu acompanhar a esposa, se sentando ao seu lado na grama.

- É algo... sério?

- Digamos que... mais ou menos. - Disse dando um riso fraco. - Eu gostaria de te pedir um favor.

- Diga.

- Esses homens que estavam na cozinha, bem, eles vão meio que nos seguir pelos primeiros meses de casamento no mínimo. - Começou. - E se eles descobrirem que, você sabe... não obedecemos às leis do casamento eles podem tirar meu posto de comandante por mentir diante de algo tão sério. A honestidade é algo a ser levado a sério em nosso trabalho e mesmo eu sendo a herdeira posso ser arrancada como líder a qualquer momento.

- E o favor seria...? - Juliana tinha uma ideia do que era, mas preferiu perguntar.

- Eu não gosto de mentiras, mas realmente amo o meu trabalho. - Começou. - Por isso peço que diante deles me trate como esposa. - Pediu envergonhada.

- Com mãos dadas, abraços, beijos e tudo mais? - Perguntou.

- A parte do beijo pode ser só selinho. Não precisamos de demonstrações mais íntimas do que isso. - Falou sincera e Juliana suspirou aliviada. Era melhor do que realmente ter que fazer isso sempre. - Se não quiser eu posso dar um jeito, sei lá... Posso tentar...

- Tudo bem. - Juliana concordou rapidamente, a cortando de entrar em alguma espécie de crise e Valentina assentiu mais tranquila. Aqueles homens poderiam destruir sua vida caso implicassem com o casamento delas.

- Obrigada. - Sussurrou. - Então... como foi sua noite? Dormiu bem?

- Sim. Estava bem cansada para ser sincera e sua cama foi como um sonífero para mim. - Falou rindo.

- Nossa cama é realmente muito macia. Comprei ela exatamente por isso. Durmo igual um bebê. - Respondeu rindo, corrigindo sutilmente sua esposa.

- Percebi. - Disse risonha. - Agora vamos, quero andar naquela corda. - Juliana disse, se levantando e puxando Valentina consigo. - Hoje pretendo ficar mais tempo nela.

- E se você cair eu prometo não rir. - Valentina respondeu rindo, levando um olhar de reprovação de Juliana antes de começarem a andar. Percebeu que Juliana não soltou sua mão e sorriu internamente, mesmo que não tenha sido por vontade própria. - Brincadeira. Quis dizer que se você cair vou estar lá para te segurar.

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Eu estou acompanhando todos os comentários e, meu Deus, eu fico tão, tão feliz... Eeeeee, por essa razão, vou postar mais três capítulos hoje. Então, fiquem com esse e mais dois que saíram mais tarde. ❤️ Beijos!!!

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora