Capítulo 23

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Surpresaaaaa! olha mais um capítulo pra vocês hahaha espero que gostem. preparem os coletes.

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Juliana abriu os olhos lentamente antes de piscar várias vezes. Encontrou o par de olhos azuis lhe encarando com preocupação e só então se lembrou do que havia acontecido. Se levantou às pressas, percebendo que estava no quarto de Valentina, ou no delas, como Valentina costumava chamar.

- Hey... não se levante assim, você pode se sentir tonta. - Valentina disse com doçura na voz. Deu sorte de todas as grandes festas ocorrerem no salão principal de sua casa, porque assim pôde levar Juliana rapidamente para o andar de cima e acomodá-la rapidamente.

- Vou te fazer uma pergunta e quero que me responda com toda a sinceridade. - Juliana falou notoriamente alterada.

- Pois bem. Faça. - Valentina disse, curiosa.

- Você ajudou minha mãe a armar contra Lucho e eu? - Valentina arqueou uma sobrancelha em total confusão.

- Como?

- Não se faça de sonsa! - Juliana gritou caminhando em voltas pelo quarto. Valentina a alcançou e segurou seu braço delicadamente.

- Não estou realmente entendendo. - Falou e sentiu Juliana puxar bruscamente seu braço do toque de suas mãos.

- Então deixa eu perguntar melhor. Há quanto tempo vem me querendo? Há quanto tempo tem vontade de me beijar? - Valentina corou. Não queria falar a verdade, seria embaraçoso, mas jamais mentiria para Juliana.

 -  Hm, desde...a-alguns meses antes de nos casar. - Confessou cabisbaixa.

- E achou que eu não descobriria seu jogo sujo com minha mãe para fazer eu me casar com você? - Perguntou aos gritos. Valentina não estava conseguindo entender o que sua esposa estava tentando dizer.

- Juls... - Valentina foi calada pela mão de Juliana acertando em cheio seu rosto. Levou a mão ao rosto mais por surpresa do que por dor, apesar de Juliana ter um tapa realmente ardido.

- Nunca mais me chame assim! - Impôs. - Eu tenho tremendo nojo de você. Não pense que seu dinheiro possa ter comprado meus sentimentos, porque não, Valentina, não comprou.

- Você ao menos pode me explicar o que...

- Basta! - Juliana gritou. - Para de se fingir de vítima aqui, meu Deus. - Pediu. Seu peito inflava e desinflava rapidamente. - Como fui idiota a tal ponto? Claro que acreditei que foi uma coincidência você aparecer limpando as minhas lágrimas assim que minha mãe me contou a pior das mentiras e no dia seguinte apareceu em casa pedindo a minha mão. - Disse em ironia.

- Juliana, já chega! - Valentina falou um pouco mais alto. - Eu não sei de que merda você está falando, mas eu não tentei te comprar jamais. - Falou irritada. - E tem mais, você me pediu para casar com você, não o contrário. 

- Porque minha mãe conhece o quão idiota posso ser. - Contestou. - Sou patética. - Disse chorando.
 
- Não, você não é. - Valentina a corrigiu, mas Juliana a olhou feio novamente.

- Pare de agir como esposa perfeita porque seu joguinho já foi descoberto. Essa boa pose de ser perfeita, de me fazer sentir segura e até mesmo atraída por você acabou. Eu não ficaria com você nem por todo o dinheiro do mundo. - Cuspiu as palavras. - Só porque você é lésbica acha que todo mundo têm o mesmo tipo de atração que você? Acha que só porque é rica todas as garotas da cidade vão te desejar, mas adivinha só? Eu tenho repulsa, asco por você. Fui clara? Agora com licença.

Valentina até tentaria ir atrás dela, mas não podia negar que suas palavras a feriram de um jeito profundo. Não havia feito nada para merecer tamanho distrato, mas no fundo só ouviu da boca de Juliana o que sempre soube: Ninguém jamais, em sã consciência, ficaria com ela por sentir algo. E rendida a esse pensamento foi para o banheiro tomar um banho e talvez, no secreto daquelas paredes, chorar.
 
[...]
 
- Onde está a mamãe? - Juliana gritou ao chegar em frente à casa onde Valentina lhes havia deixado. Havia pedido para um dos guardas lhe levar ali devido ao horário noturno.

- Olá, filha! - Seu pai disse sorrindo, mas perdeu o ânimo ao ver que sua filha chorava e parecia irritada. - Está lá dentro. - Disse a localização da mulher.
 
- Você não tem nada a ver com isso, não é? - Perguntou para seu pai, quem entortou a sobrancelha em confusão.

- Com isso o quê?

- Por Deus, o que são esses gritos? - Lupita saiu da casa, confusa pela gritaria.  

- Como pôde, mãe? - Perguntou ainda chorando. - Eu estava apaixonada por ele. - Confessou em um sussurro.

- Querida, por Deus, do que está falando? - Fingiu confusão.

- Pode tirar sua máscara. Encontrei a Karla ou seria... Daniela? - Os olhos de Lupita se arregalaram e a mulher percebeu que não teria outra escolha senão dizer a verdade.

- Oh, por Deus. Eram apaixonados, mas viveriam aonde? Em um chiqueiro qualquer? - Perguntou com desdém. - Como sustentariam meus netos? Com restos de ração e com leite de vaca? Você deveria me agradecer. Eu te fiz um favor. - Completou cruzando seus braços abaixo do peito.

- O que está acontecendo aqui? - Chino perguntou completamente alheio aos acontecimentos.

- Além do mais vocês nem o amava. Amor e paixão são duas coisas bem diferentes. - Resolveu ignorar a pergunta do marido apenas para dar a cartada final. - E mais, desconfio até dessa paixão. Você só estava encantada por ele. - Chino olhou confuso para ambas. 

- Sua querida esposa se uniu com Valentina para bolarem um plano ridículo. - Lupita franziu o cenho ao ouvir o nome de Valentina, mas não entendeu.

Juliana decidiu contar tudo para seu pai e o homem viu a cena com horror nos olhos. Como Lupita chegara tão longe? Decidiu partir da casa naquela mesma noite, voltando para sua casa no vilarejo. Lupita teve que o seguir, completamente contrariada e Chino deixou claro que a partir de agora as decisões tomadas seriam todas única e exclusivamente dele.

No caminho de volta para casa Juliana estava magoada, triste. Como, em milhões de anos, imaginaria que sua mãe e sua esposa pudessem se unir para lhe atingir de tal forma?

Estava arrasada, tinha certeza que nada mais sentia por Lucho, sabia admitir que com o passar dos dias lembrava dele cada vez menos, mas vacilou ao sentir a enxurrada de informações caindo em seu colo. Porém, uma coisa era incontestável: Ao chegar em casa acabaria com aquele casamento de uma vez por todas.

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora