Capítulo 44

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Nayeli iria para a festa, mas, ao lembrar que Lucho lhe havia sujado, correu para seu quarto e tomou um banho quase na velocidade da luz, se trocando rapidamente e descendo as escadas. Pegou mais um dos comprimidos que havia colocado na bebida de Lucho e batizou a taça que agora estava em sua mão. Passou a vista pelo enorme salão e encontrou Juliana rindo com Mariana, caminhando até lá a passos calmos e elegantes.
 
- Um brinde ao aniversário da cidade. - Nayeli disse pegando uma taça da mesa, mas ao invés de dá-la à Juliana, entregou a que estava em sua mão. Juliana já havia bebido demais e, como já estava com uma taça na mão, recusou a de Nayeli, fazendo a garota trincar o maxilar. Seu plano não poderia dar errado.
 
- Continuarei com essa. - Juliana disse apontando para sua própria taça. - Mas brindemos mesmo assim. Um brinde aos cem anos de Amster City. - Disse relando sua taça na de Nayeli. A cacheada sorriu falsamente e, após bebericar um pouco de seu champanhe, se retirou. Estava desnorteada. Juliana precisava beber aquilo. 
 
- Você viu a Valentina por aí? - Juliana perguntou para Mariana enquanto virava o restante do líquido de sua taça de champanhe. 
 
- Hey... Pega leve com a bebida. - Sua amiga disse rindo. - E não, mas já, já ela aparece por aí. Deve estar enchendo a cara com a Eva.
 
- Mas ela deveria estar bebendo comigo. - Juliana disse fazendo um biquinho charmoso e sua amiga riu novamente.
 
- Fico feliz de saber que se acertaram. - Disse sinceramente.
 
- Sabe... Está tudo naqueles olhos... - Juliana disse já meio grogue. - Tenho certeza.
 
- Me daria a honra de uma dança? - O sussurro de Valentina no ouvido de Juliana fez a garota sorrir abertamente e morder o próprio lábio, se virando para encarar sua esposa.
 
- Te dou a honra de todas as danças que quiser. - Disse lhe olhando docemente. Piscou para sua amiga, colocando a taça vazia sobre a mesa e caminharam até a pista de dança. Sorriu abaixando o olhar para a mão de Valentina, segurando a mesma e colando seu corpo no de sua esposa de forma lenta. Sentiu os frios dedos tocarem a pele desnuda de suas costas, já que seu vestido era aberto atrás, e enlaçou o pescoço de Valentina com a outra mão.
 
Valentina a olhou fixamente e sorriu, respirando fundo. Não conseguiria jamais entender como havia conseguido se casar com a mulher mais linda que já vira na vida.

- O que foi? - Juliana perguntou, levemente enrubescida diante do olhar hipnotizado de Valentina.

- No dia em que nos beijamos quase morri do coração, sabia? - Falou, enquanto seus corpos se moviam em uma dança suave.
 
- Para ser sincera já fazia um bom tempo que eu queria te beijar, eu só não tinha coragem. - Juliana confessou, beijando o maxilar de Valentina vagarosamente. Valentina abaixou um pouco olhar, encarando Juliana, e se inclinou, tomando seus lábios nos seus. - Vale... - Juliana disse em meio ao beijo. Sentia seu coração acelerar cada vez que tinha qualquer mero contato com Valentina e seu estômago revolver de maneira ansiosa.
 
- Sim? - Perguntou com os lábios ainda colados nos de Juliana.
 
- Estão nos vendo. - Juliana sussurrou e Valentina riu, soltando a mão de Juliana e levando a mesma até a cintura da menor, segurando ela firmemente pelos dois lados da cintura e a levantando no ar.
 
- Deixa que nos vejam. - Valentina disse rindo, girando Juliana no ar, quem apoiou suas duas mãos nos ombros da mais velha para equilibrar-se. Juliana fechou os olhos e riu, sentindo Valentina girá-la no ar antes de descê-la no chão novamente, a abraçando pela cintura com as duas mãos. - Deixa que saibam que agora você não é só a minha esposa. - Falou vendo os cílios de Juliana baixarem vagarosamente para seus labios. - Também é minha mulher. - Sussurrou.
 
- Não pode me dizer coisas lindas assim quando estou alcoolizada. - Juliana disse baixinho, como se fosse um segredo. - Porque aí eu me apaixono mais e se eu me apaixonar mais vou ter uma overdose de amor. - Valentina gargalhou ao ver sua esposa falar de maneira fofa e lenta, com a voz arrastada.
 
- Por que bebeu sem mim? Deveria ter me esperado. - Perguntou sorrindo. 
 
- Você sumiu. - Juliana disse fazendo um biquinho triste.
 
- Amor, eu fui ao banheiro e trancar os quartos para nenhum tarado ir ter relações sexuais lá em cima. Não foram nem quarenta minutos. - Valentina disse e Juliana riu baixinho.
 
- Bem... Você deveria experimentar essa champanhe, é boa demais para esperar quarenta minutos. - Alegou. - E não adianta nada trancar os quartos sendo que a maior tarada tem acesso a qualquer quarto que quiser.
 
- Está me chamando de tarada? - Valentina perguntou rindo.
 
- Não, Vale. Estou falando de mim. - Sussurrou ainda dançando com Valentina.
 
- Você é tarada?
 
- Quando estou com você venho sendo ultimamente. - Disse, beijando o pescoço de Valentina. - Porque só consigo pensar em tirar a sua roupa o tempo inteiro. - Valentina mordeu o próprio lábio e sorriu, negando com a cabeça.
 
- Acho que minha esposa bebeu demais, hm? - Falou, se contendo dos pensamentos impróprios.
 
- Deveria acreditar nas palavras de uma bêbada. - Falou rindo, deitando a cabeça no peito de Valentina e a abraçando, parando a dança. - Eu te amo. - Sussurrou.
 
- Também te amo, amor. - Valentina disse, vendo Juliana suspirar pesadamente.
 
- Vale... Preciso te contar algo.
 
- Pode ser depois? Agora eu preciso de uma taça de champanhe também. Não vale só você ficar alcoolizada. - Disse rindo.
 
- Não. Quero dizer agora. - Disse séria. - Eu já deveria ter dito antes, mas acho que tive medo... - Valentina franziu o cenho ao perceber o tom preocupado de Juliana.
 
- Hey... o que houve? - Perguntou tocando o queixo de Juliana e a fazendo fitá-la nos olhos. Juliana mordeu o lábio inferior e suspirou.
 
- Primeiro quero que saiba que eu te amo e que não tive culpa. 

- Juliana...

- Segundo, por favor, promete que não vai fazer mal a ninguém.
 
- Está me assustando, Juliana.
 
- Promete, amor... - Pediu ansiosa.
 
- Está bem, eu prometo. - Disse, resignada.
 
- Ótimo. Bem... Lucho está aqui. - Valentina fez cara de espanto e ficou completamente sem palavras. 
 
- Oh.
 
- Ele se apresentou com outro nome... Disse que se chamava Peter Leroy. - Disse abaixando o olhar. Valentina deu um passo para trás e a encarou fixamente. - Eu fiquei com medo de você achar que eu tinha algo a ver com isso, ou com medo de você fazer algo de ruim para ele.
 
- Então me escondeu isso para proteger ele?
 
- Não. Quer dizer, sim... - Disse confusa. - Ele é um homem bom, mas não quero nada com ele. - Valentina a olhava ainda esperando algo. - Eu só fiquei assustada. - Confessou. - Com medo de te perder, de você pensar coisas que não existem... - Valentina assentiu, segurando sua mão e caminhou, parando ao lado das taças de champanhe e virou cinco taças seguidas.
 
- Ótimo. - Valentina disse sentindo o efeito do álcool se propagar por suas veias. Pararam em um canto qualquer do ambiente e Valentina se virou para Juliana. - Então não tem nada com ele?
 
- Não. Eu amo só você... - Falou vulnerável, tanto pela situação quanto pelo álcool.
 
- Eu também te amo, sua boba. - Valentina disse colando suas testas. - Deveria ter me contado, baby.

- Eu fiquei com medo. - Repetiu, sentindo Valentina  a abraçar.

- Deveria saber que confio em você. - Sussurrou baixinho, vendo Juliana abrir um meigo sorriso.
 
- Então não está brava pela mentira dele? - Perguntou e Valentina suspirou.
 
- Olha, eu não gostei da atitude dele. - Foi sincera. - Abri as portas da nossa casa para ele, lhe dei um teto e um trabalho, com um salário acima da média. - Disse. - Vou conversar com ele amanhã.
 
- Não vai fazer nada de ruim, não é? - Perguntou temerosa e Valentina sorriu.
 
- Não, princesinha. - Disse ao ver Juliana parecer um neném em seu jeitinho. - Mas vou conversar sério com ele. Isso não se faz.
 
- Jura para mim que não vai fazer mal? - Juliana perguntou com medo.
 
- Eu prometo. - Valentina disse segurando as mãos de Juliana. - Eu tenho você, você me ama e isso é tudo o que preciso. - Juliana sorriu aliviada, sentindo seu peito se transbordar de tanto amor por sua esposa.
 
- Senhora Valentina? - Uma das mulheres que serviam petiscos pela festa chamou, fazendo a mesma se virar para ela. - Temos uma emergência lá em cima.
 
- Que emergência? O que houve? - Perguntou. 
 
- Não sei dizer, senhora. Apenas me pediram para te avisar. - Valentina assentiu, beijando a testa de Juliana e lhe olhando.
 
- Espere aqui, eu já volto.
 
- Vai demorar? - Juliana perguntou e Valentina se inclinou, dando-lhe um delicado beijo nos lábios.

- Vou tentar ser breve. - Juliana assentiu, vendo Valentina desaparecer nas escadarias.

- Já que não deu certo meu primeiro plano de chapar os dois... - Nayeli disse ajeitando sua postura. - Vou mudar um pouco a ordem das coisas. - Falou sorrindo satisfeita, caminhando até Juliana após esperar passar alguns minutos desde que Valentina havia subido.

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8/9

E o coração de vocês? Como está? 😂
 

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora