Capítulo 16

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- Valentina... - Juliana disse boquiaberta.

- O que está esperando para ir abraçá-la? Suponho que a saudade seja grande. - Falou sorrindo. Duas semanas depois de seu casamento Valentina não resistiu em contatar a melhor amiga de Juliana ao perceber que ela sempre falava sobre Mariana. Via o quanto seus olhos brilhavam ao falar da garota e decidiu levá-la à um passeio por sua fazenda, no qual, intencionalmente, sua melhor amiga lhe esperava na sala de estar.

Juliana não demorou nem dois segundos para ir abraçar sua melhor amiga. A loira abriu os braços no mesmo instante que viu sua amiga ir em sua direção. Se abraçaram por um longo tempo e Valentina desejou que Juliana lhe abraçasse com o mesmo entusiasmo algum dia. Sorriu genuinamente ao ver a cena.

- Oh, meu Deus! Parece que não te via há anos. - Mariana disse sorrindo, analisando sua amiga dos pés à cabeça. - Está linda, Ju. Suponho que esteja sendo bem cuidada.

- Obrigada. - Juliana respondeu sorrindo. - Senta aqui, me conta como foi com seu irmão desde que saí de lá. E sua mãe? Oh, meu Deus, ela deve ter ficado louca. - Juliana falava em disparada enquanto se acomodava no imenso sofá localizado ali.

- Eu, hm... vou deixar vocês a sós. - Valentina disse, chamando a atenção de ambas para si. - Vou visitar meus outros cavalos. Se precisar de mim estarei no estábulo. - Falou se inclinando perto de Juliana e deixou um beijo em sua testa. - Com licença.

- Não é a minha preferência, mas... Que corpo! - Mariana falou assim que Valentina cruzou para fora da porta e Juliana não se conteve em rir.

- Tire os olhos de cima da minha esposa. - Juliana alertou em tom de brincadeira. Ambas riram até Mariana suspirar.

- Ainda não entendi o que houve. - Falou simples. - E Lucho?

- Não quero falar disso. - Disse abaixando seu olhar. A última vez que conversaram Juliana ainda namorava Lucho e, provavelmente, Mariana também não saiba do casamento do cretino.

- Ele me perguntou de você esses dias.

- Não quero falar disso! - Juliana repetiu firmemente e sua amiga assentiu.

- Está feliz? - Sua amiga perguntou, realmente preocupada.

- Valentina é carinhosa, atenciosa, brincalhona...

- E tem aqueles olhos... - Mariana disse se abanando e Juliana lhe acertou um tapa de leve em seu braço. - Assuma que você também perde o fôlego com aqueles olhos. - Juliana enrubesceu e abaixou o olhar para suas mãos.

- Mari, para com isso! - Pediu sentindo suas bochechas arderem.

- É sua esposa. Não deveria se envergonhar. - Falou rindo.

- Você não liga de eu ter me casado com uma mulher? - Juliana perguntou surpresa.

- Quem chupa a sua intimidade diz respeito somente a você, Ju. - Disse, fazendo Juliana arregalar os olhos e enrusbescer. - E eu jamais julgaria. Olha bem para aquela mulher, uma deusa. - Disse rindo novamente.

- Você não muda.

- E você não respondeu minha pergunta. - Falou enquanto voltava a franzir os olhos e as sobrancelhas de forma sugestiva. - Ela não te tira o fôlego?

- Ela é realmente maravilhosa. - Juliana respondeu deixando um pequeno sorriso aparecer em seus lábios sem nem perceber.

Conversaram por horas naquela sala sobre as últimas semanas, sobre o irmão encrenqueiro de Mariana, sobre a mãe deles que ficava de cabelos em pé com as discussões dos dois, sobre a perspectiva de ambas para o futuro e apesar de Valentina já não ter o que fazer em sua fazenda, em momento algum ousou interromper a conversa das garotas.

- Hey, garoto, voltei. - Valentina disse à um de seus cavalos. - Vou ficar mais um tempo aqui com você. - Falou se apoiando na madeira que separava ela do animal. - Parece que Juliana ficou feliz com a surpresa. - Ela falou sorrindo, lembrando-se do sorriso de sua esposa. - Eu gosto de quando ela sorri. É bonito. -- Voltou a falar enquanto levou uma mão ao animal, acariciando a crina do mesmo. - Você precisa ver ela. É linda em sua forma mais pura. - Falou suspirando. - Acho que ela está perdendo o medo de mim. Às vezes até segura em minha mão sem que eu precise pedir. Eu sei que é para manter as aparências, mas mesmo assim...

- Valentina? - Deu um pulo ao ouvir a voz de sua esposa. A garota riu baixinho. - Desculpe te assustar.

- Tudo bem. - Falou se aproximando, se recompondo do susto.

- A Mari precisa ir embora, mas a convidei para ir em sua casa algumas vezes. Tem problema?

- A casa é sua também. - Falou sorrindo calma. - E não. Pode convidar quem e quando quiser para lá. - Falou e Juliana assentiu. - Bem, vamos?

- Claro. - E quando Valentina começou a andar sentiu seu corpo ser parado por uma mão segurando seu antebraço.

- Sim? - Respondeu se virando para a mais nova. A garota parecia envergonhada por algo.

- Obrigada por isso. - E, sem dizer mais nada, abraçou bruscamente sua esposa. Valentina foi surpreendida pelo ato, mas logo devolveu o abraço da mais nova.

- Não precisa me agradecer. 

- É claro que preciso. - Juliana falou afastando a cabeça do ombro de Valentina, mas não suas mãos do redor do pescoço dela. Encarando-a nos olhos lembrou das palavras de sua amiga e riu, claro que o olhar de Valentina sobre si a tirava o fôlego, e agora, depois de sua amiga confessar que Valentina tirava o fôlego de qualquer um, percebeu que não tem problema em admitir isso.

- Por que ri? - Valentina indagou confusa.

- Não sei. - Juliana respondeu. - Talvez a percepção de algo nos deixe idiotas.

- Percepção?

- Seus olhos... Eles são lindos. - Valentina abriu a boca sem reação. Jamais esperaria um elogio de Juliana.

- Obrigada. - Valentina disse sentindo seu coração se aquecer. - Mas ainda prefiro os seus.

- Castanho é uma cor comum demais.

- Sim, mas em você nada é comum. - Ela tratou de responder rapidamente. - É tudo um conjunto único. - Juliana corou e Valentina suspirou, não querendo parecer oportunista por estar aproveitando-se de um simples elogio. – Vamos?

- É...Certo, vamos. - Se desfez da proximidade de Valentina. Caminharam por toda a extensão da fazenda, pois ambas entraram em comum acordo de que era bom tomar um pouco de ar fresco.

- Sérgio, volto logo para dar um passeio em meus bebês. - Sentiu os dedos de Juliana se entrelaçarem nos seus, mas, quando iria se iludir com tal feito, viu um dos guardas analisando longinquamente ambas.

- Sim, senhora. - A cabeça de Juliana se encostou em seu ombro em sinal de cansaço e Valentina se despediu logo do rapaz. 

- Hora de levar minha princesa para descansar. - Valentina falou calma.

- Estou com frio. - Juliana disse com voz manhosa e Valentina riu baixinho, soltando a mão dela e passando seu braço ao redor da garota.

- Melhor? - Juliana assentiu ao sentir a mão de Valentina subir e descer em seu braço com intenção de aquecê-la. Não viu maldade no ato, ou segunda intenção, até porque não havia. - Ótimo.

Valentina se sentia terrível por estar desfrutando de uma situação armada, onde sua esposa só fazia essas coisas para provar para os outros o quanto esse falso casamento era real, enquanto Juliana nem sequer reparou que havia um guarda ali, agira por impulso, mas não ligava, afinal de contas, Valentina não havia reclamado. Sentia-se feliz por finalmente ter começado a ver que Valentina não era um bicho de sete cabeças. Claro que sabia da gentileza da garota, mas o pânico de se estar casada a perseguia antes. Começar a sentir-se à vontade com Valentina era bom, incrivelmente bom.

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Juliana, Juliana...🤭

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora