Capítulo 31

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- Por que não me acordou? - Juliana fechou os olhos assim que ouviu a voz de sua esposa tão rouca e baixa no pé de seu ouvido; seus braços enlaçando a silhueta da menor.
 
- Acordei muito cedo e vim comer algo antes de te acordar. - Disse com a voz falhada. Estava encostada na mesa decidindo se comeria uma banana ou duas.
 
- E o que quer comer? - Perguntou com a voz ainda arrastada igual da primeira vez, fazendo Juliana se arrepiar inteira.
 
Valentina deixou alguns beijos no pescoço de Juliana, fazendo a mesma se praguejar internamente por ver duplo sentido na frase dita por sua esposa. Não sabia o que estava acontecendo com seu corpo desde que experimentou a sensação de ter os lábios de Valentina colado nos seus. Deveria estar ficando louca, era a única explicação. Engoliu em seco e se virou para sua esposa.
 
- Ainda não decidi. - Falou, enlaçando seus braços ao redor do pescoço de Valentina.
 
- Eu te ajudo. - Valentina disse olhando para geladeira, mas Juliana levou uma mão até seu rosto e a fez olhá-la novamente.
 
- Primeiro meu beijo de bom dia. Disse e Valentina sorriu amplamente. Jamais se acostumaria com Juliana pedindo beijos. Se inclinou e colou os lábios nos de sua esposa. Juliana sentiu o ligeiro gosto de menta assim que suas línguas se encontraram, devido ao creme dental que Valentina e ela usavam.
 
- Pelo amor, na cozinha não! - Eva disse adentrando o lugar, fazendo elas terminarem o beijo. - E você deveria estar pronta, Carvajal.
 
- Hoje não vou trabalhar. Preciso acompanhar o estado de Angelique de perto.
 
- O que houve com ela?
 
- Passou mal a noite, já, já o médico passa aí e saberemos.
 
- Tudo sairá bem, não se preocupe. - Eva disse e Valentina sorriu fraco, caminhando até a geladeira e retirando algumas coisas de lá. - Mas então... O casal finalmente se acertou, hm? - Perguntou sorrindo enquanto lavava uma maçã.
 
- Estamos... É... Nós... - Valentina começou sem jeito. Não sabia o que Juliana pensava disso, portanto não sabia o que responder.
 
- Definitivamente sim. - Juliana respondeu, fazendo Valentina sorrir bobamente.
 
- Mas e o chuchu? Já roçaram um no outro?
 
- EVA! - Ambas gritaram juntas, fazendo Eva parar no ar a maçã que levava até boca.
 
- O que, gente? - Perguntou finalmente mordendo sua maçã. - Pelas caras ainda não.
 
- É... Juliana, será que eu poderia falar com você mais tarde? - Valentina perguntou baixo e sua esposa assentiu. - Perfeito. 
 
Comeram em um silêncio calmo e quando estavam quase acabando Renata, Tessa e Nayeli chegaram.
 
- Eba, vou repetir a refeição com vocês para não ser mal educada. - Eva disse sorrindo satisfeita.
 
- Vou ver se o médico chegou. - Valentina informou.
 
- Vou com você. - Juliana avisou, se levantando logo em seguida.
 
- Por que médico? - Tessa perguntou preocupada. - Você está bem?
 
- Estou. Angelique passou mal ontem à noite. Teve dores no peito e os exames ficaram de chegar pela manhã. 
 
- Que horror. Tomara que ela fique bem. - Tessa disse.
 
- É. - Nayeli nada mais disse.
 
- Tenham um bom apetite. - E assim Valentina e Juliana saíram pelos enormes corredores da casa.
 
- Vale...? - Juliana chamou assim que descobriram que o médico ainda não tinha chegado. Estavam cruzando o jardim, indo para o quarto de Angelique. - Você disse que queria falar comigo.
 
- Oh, certo. - Ela disse parando e se virando para Juliana. O sol fazia Juliana ficar com os olhos ligeiramente franzidos e Valentina podia se ver no reflexo dos olhos da mais nova. - É sobre... sobre nós.
 
- O que tem? – Juliana perguntou.
 
- Temos nos beijado e tudo mais... - Valentina começou. Estava um tanto sem graça de tocar no assunto, mas precisava saber. 
 
- Sim. E daí? – Juliana perguntou rindo. 
 
- Você...hm, se sente à vontade com isso? Digo, eu sei que é estupidez perguntar, mas realmente preciso saber. - Disse fitando o chão. – Não estou forçando a barra? – Juliana abriu o mais lindo dos sorrisos e Valentina voltou a falar. - Não é porque estou machucada que se sentiu culpada e está fazendo isso por favor, é? Digo, não creio que seja, mas eu realm...
 
Foi calada pelos lábios da mais nova, não um beijo de língua, um beijo casto, demorado, apenas para que Valentina parasse de falar.
 
- Não seja paranóica. – Juliana disse rindo ao afastar os lábios dos de Valentina. - Eu que te beijo sempre e não, não estou fazendo isso por pena.
 
- Então você realmente gosta de me beijar? – Valentina perguntou. Em seus sonhos mais distantes Juliana diria um sim.
 
- Deixa eu ver. – Juliana disse sorrindo, enquanto levava sua mão à nuca de Valentina e colava suas bocas novamente. Valentina deveria ser cega se não notava o quanto Juliana amava beijar ela. A língua de Juliana invadiu a boca de Valentina, fazendo a maior suspirar e se entregar ao beijo. Juliana deslizou vagarosamente sua mão livre até as costas de Valentina, adentrando a mesma por baixo da camisa da garota e sentindo a maciez de sua pele sob o toque de seus dedos. - Acho que ainda não decidi. – Juliana sussurrou com a boca sobre a de Valentina ainda. - Preciso tentar de novo. - E voltou a beijar sua esposa. Valentina sorriu em meio ao beijo, enquanto puxava Juliana mais para si. Juliana sugou o lábio inferior de Valentina e suspirou, aplicando um último selinho antes de fitá-la nos olhos. - Será que isso responde a sua pergunta? - Perguntou sorrindo. 
 
- Acho que não. – Valentina disse rindo, mas logo ficou séria, respirando fundo. - Eu não quero que faça nada que não queira. Não é porque nos casamos que precisa me beijar, tudo bem? 
 
- Mas eu gosto de te beijar. – Juliana finalmente falou, deitando sua cabeça sobre o peito de Valentina.
 
- Então tudo bem, mas se algum dia eu fizer algo que você não goste, por favor me diga. - Ela sentiu Juliana suspirar e a abraçou.
 
- Você é perfeita demais para ser de verdade. – Disse sorrindo, levantando sua cabeça e depositando um suave beijo na clavícula de Valentina. - E pela primeira vez na vida sou obrigada a concordar com a minha mãe. – Valentina franziu o cenho e a olhou confusa. - Ela me fez um grande favor quando mentiu para mim.
 
Valentina fitou o chão quieta demais. Esse era um assunto que ela não deveria tocar, mas era inevitável. Imaginar Juliana beijando a boca de outra pessoa causava uma dor insuportável.
 
- Juls...
 
- Não. Ela realmente me fez um favor. – Juliana disse olhando fixamente para Valentina  
 
- Você... o ama?
 
- Não. Nunca amei. - Disse convicta. – Um dia pensei estar apaixonada por ele, mas minha mãe disse algo... - Pareceu lembrar das palavras da mãe. - E acho que ela tem razão. Acho que fiquei encantada, ele era gentil, mas se fosse algo mais forte não teria passado tão rápido, não acha?
 
- Certo. – Valentina disse. - Então posso duelar com ele caso ele venha tentar reconquistar o coração de minha bela senhora? - Perguntou falando igual seu pai. Juliana riu e negou com a cabeça.
 
- Não é preciso duelo algum. Meu coração sabe muito bem com quem quer ficar. – Valentina sentiu seu estômago se revolver ao ouvir isso, mas teve medo de perguntar sobre sentimentos. Ainda era cedo.
 
- Certo. - Ela disse contendo a vontade insana de sorrir. - Vamos ver Angelique?
 
- Vamos. - E, enlaçando seus dedos nos de Valentina, caminharam para o quarto da mulher.

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Maratona, né? Uhum. Será????

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora