Capítulo 49

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Juliana adentrou o quarto empurrando a porta com as costas, já que suas mãos estavam ocupadas pela bandeja que ela trazia consigo. Fechou a porta com um dos pés e caminhou até Valentina, se sentando ao lado dela na cama. Já havia ido ali e limpado a sujeira que Valentina havia deixado.

- Trouxe suco de laranja e uma maçã para você. - Falou sem jeito. - É o mais seguro a se colocar no estômago agora, mas como sei que você é teimosa tomei a liberdade de trazer algumas torradas também.

- Obrigada. - Valentina disse.

- Eu também trouxe aspirina. - Falou e Valentina focou seus olhos no remédio, franzindo o cenho.

- Estou vendo duas aspirinas aqui. 

- Você não foi a única a beber ontem à noite. - Juliana disse rindo fraco. Ambas tomaram o remédio e Valentina comeu em silêncio, enquanto Juliana lhe admirava quieta. Assim que Valentina terminou de comer Juliana sorriu. - Não tocou nas torradas?

- Você disse que a maçã e o suco eram o mais seguro a se colocar no estômago agora. - Falou e
Juliana assentiu se levantando.

- Vou deixar a bandeja sobre a mesinha, tudo bem? - Falou e Valentina assentiu, vendo Juliana pegar a bandeja e colocar onde havia dito, caminhando em direção à sua mala logo em seguida. - Eu, hm, eu já vou indo então, já que não precisa mais de mim. - Falou tristemente, sentindo seu coração se despedaçar, encarando Valentina uma última vez antes de puxar a alça da mala.

- Quem disse que eu não preciso de você? - Ouviu Valentina dizer com a voz vacilando e voltou seu olhar para a mais velha. Valentina se levantou e caminhou até Juliana, retirando a alça da mala de sua mão e a fitando nos olhos.

- Do que precisa? - Juliana perguntou fitando os lábios de Valentina ao ver a proximidade da maior. Valentina apenas suspirou. 

- Disso... - Em um ato intenso, Valentina se inclinou e beijou Juliana, pegando a mais nova de surpresa e fazendo ambos corações dispararem contra o peito.

Subitamente Juliana sentiu mais vontade de chorar do que queria admitir, mas retribuiu ao último beijo sem hesitar. O beijo foi curto, apenas deu para sentir as línguas juntas em uma fração de segundos, porque no instante seguinte Valentina parou o beijo e envolveu Juliana em seus braços, começando a chorar descontroladamente.

Juliana não aguentou segurar o choro e desabou junto com Valentina, desfrutando do possessivo abraço da mais velha. 

- Eu te amo. - Juliana sussurrou entre o choro.

- Não diga que me ama, a menos que ame. - Valentina disse se separando do abraço e lhe fitando intensamente, com o rosto encharcado por lágrimas.

- Eu te amo tanto. - Juliana disse novamente, abaixando a cabeça para enxugar algumas lágrimas. Valentina ergueu seu queixo com o indicador e polegar e suspirou.

- Olha dentro dos meus olhos e repete. - Juliana suspirou, encarando Valentina de uma maneira tão intensa que Valentina não precisou ouvir mais nada para acreditar no que Juliana dizia.

- Eu amo você, Valentina Carvajal. - Disse convicta. - Amo tanto que chega a doer; amo tanto que, cada vez que você me olha, meu estúpido coração quase explode de tão rápido que bate; - Disse sentindo um nó se formar em sua garganta ao ver Valentina apoiar sua testa na dela. Ter Valentina tão próxima sempre a fazia perder o ar, como se cada célula de seu corpo gritasse por aproximação e, devido a manter a distância, seus pulmões a faziam arfar de tão cansativo que era se manter longe dela.  - Amo tanto que apesar de você não acreditar, aqui estou, falando que eu te amo desesperadamente, com cada fibra do meu ser. - Disse mordendo seu lábio inferior antes de voltar a falar. - Eu não sei dizer o momento exato em que esse amor começou, mas tenho a plena certeza que jamais vai acabar.

Valentina engoliu em seco e assentiu, deixando o silêncio pairar entre as duas por longos segundos.

- Meu cérebro dorme quando bebo. - Valentina finalmente sussurrou. - Me desculpa, Juliana... Me desculpa... - Pediu quase em desespero, abraçando Juliana, fazendo a mesma franzir o cenho. Enxugou algumas lágrimas e se desvencilhou do abraço, lhe encarando. 

- Desculpa pelo quê?

- Por ter desconfiado daquela estupidez. Você não faria aquilo.

- E como deduziu isso só agora? - Juliana perguntou confusa, sentindo seu coração gritar esperançoso.

- Por Deus, Juliana... - Valentina disse erguendo sua mão e acariciando o rosto da menor. - Você passava horas para chegar do outro lado do parque, apenas para não cansar o coelho. Não teria a coragem de me magoar. - Juliana riu baixinho e se jogou no abraço de Valentina, afundando seu rosto na curva do pescoço da maior e chorando de alívio.

- Eu senti medo. - Juliana disse enquanto chorava baixinho.

- Eu não sei bem o que houve e preciso ainda entender, mas minha mãe me ajudou a abrir os olhos. - Valentina disse enquanto afagava os cabelos de sua esposa.

- Sua mãe? - Juliana perguntou erguendo a cabeça, ainda abraçada com Valentina.

- Sim... - Valentina disse levando uma mão até o rosto de Juliana e enxugando suas lágrimas. - Digamos que eu não consegui dormir logo. - Disse, se inclinando e dando um longo beijo no rosto de Juliana. - Algumas coisas ainda não batem. - Juliana olhou temerosa para Valentina assim que ouviu aquilo.

- Já está desconfiando de novo de mim? - Perguntou e Valentina riu baixinho.

- Pretendo nunca mais cometer esse erro de novo. - Sussurrou depositando um beijinho sobre o nariz de Juliana. - Meu cérebro deve ser apaixonado pelo álcool, porque ficou besta. Depois de minha mãe confirmar que você esteve lá embaixo o tempo inteiro eu deveria ter me tocado, mas como disse... Minha inteligência evapora quando bebo.

- Bom saber; vou mandar quebrar todas garrafas de bebida alcoólica dessa casa. Você é rica mesmo, não vai ligar. - Valentina gargalhou ao ouvir o tom doce que sua esposa usara e tornou a abraçar forte Juliana.

- Você é minha mulher, é tão rica como eu. - Falou inalando o cheiro dos cabelos, ainda molhados, de Juliana.

- O bem mais precioso que eu tenho é seu amor por mim. - Disse baixinho, enterrando a cabeça na curva do pescoço da maior, como se estando ali ninguém pudesse voltar a atingi-las. 

- Então... - Falou, vendo Juliana erguer a cabeça e lhe encarar. - Pretendo te deixar rica para o resto de nossas vidas. - Disse roçando seus lábios nos de Juliana. Juliana suspirou e fechou os olhos ao sentir o esbarrar de bocas e Valentina sorriu ao ver o quão rendida Juliana ficava aos seus toques. Se sentiu estúpida por ter duvidado de sua esposa, afinal ela havia lhe dito a verdade sobre quem em realidade era Peter, não teria por que dizer se fosse fugir com Lucho. 

Suspirando feito idiota se inclinou, tocando tão delicadamente os lábios de sua esposa que a mesma gemeu ante a tanta doçura. Juliana adentrou sua língua na boca de Valentina ao mesmo tempo que levava sua mão até a nuca da mais velha. Valentina, por sua vez, aproveitava o momento, porque sabia que assim que saísse daquele quarto encontraria quem a fez acreditar naquela merda. E o culpado...? Bem, ele pagaria caro por ter feito Juliana derramar lágrimas quando merecia apenas dar sorrisos.

Todos os sorrisos do mundo.

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QUE SAUDADE DE VOOOCÊS!!!!

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SE CUIDEM! Bebam água!! Amo vocês!

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora