Capítulo 34

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- Hey... - Juliana disse adentrando a cozinha. Fazia pouco mais de uma semana do ocorrido. - Como está? 

- Surpresa por ela ainda não ter me despedido. - Lúcia disse. Juliana fazia questão de dar seu total apoio a ela. Sabia que a mulher amava sua filha incondicionalmente e a maior prova disso foi ter contado a verdade apenas porque entendeu que Juliana queria um relacionamento consistente com sua esposa e esconder coisas poderia afetar isso. Juliana também se sentia culpada, por culpa dela Valentina fingia não ver Lúcia ali.
 
- Ela não irá fazer isso. - Tentou confortá-la.
 
- Se fizer eu entenderei. - Disse sincera.
 
- Juliana... - A voz vinda jardim fez Juliana olhar para Lúcia como se estivesse se desculpando.
 
- Ela só precisa de mais um tempo. - Falou, logo pedindo licença e indo ver o que sua esposa queria. 
 
- Oi. - Juliana disse sorrindo.
 
- Olá, Juls. - Valentina disse sorrindo, fazendo sua esposa não resistir e se inclinar, tomando os lábios de Valentina em um beijo manso. Depois de muito chorar, dias atrás, Valentina voltou a agir como se tudo estivesse normal. Isso preocupava Juliana, mas pelo menos a garota não estava um caco.
 
- Não acredito que vai sair, Vale. - Juliana reclamou entre o beijo assim que viu sua esposa arrumada.
 
- Não vou. Só vou ali na biblioteca resolver umas coisas sobre o trabalho.
 
- Hoje não. - Juliana disse enquanto tinha seus braços envoltos no pescoço de Valentina. Suas bocas praticamente encostadas uma na outra e Valentina caminhava lentamente, fazendo Juliana caminhar para trás. - Hoje é domingo, então está proibida de sair de perto de mim. - Disse se inclinando e sentindo o gosto dos lábios de Valentina novamente.
 
- É coisa rápida, Juliana. - Disse rindo. Não podia deixar de sorrir diante das reações de Juliana. Cada dia mais atenciosa e carinhosa. Não falavam sobre isso, mas era inevitável a troca de carícias e a ação sempre partia de Juliana.

- Não quero saber. - Juliana disse mordendo o lábio inferior de sua esposa. Aquele gosto era mais do que viciante. - Fica aqui comigo. - Pediu fazendo cara de cachorro pidão e Valentina suspirou.
 
- Te chamei para avisar caso você fosse me procurar. Volto em um segundo, prometo. - Insistiu. Juliana assentiu bufando, resignada a isso e deixou um leve beijo no pescoço de Valentina, fazendo sua esposa quase desistir de ir para qualquer lugar que fosse longe de seus beijos.
 
- Depois promete ir passear a cavalo comigo? - Juliana perguntou e Valentina sorriu assentindo. Não tocavam no tema de Lúcia, Juliana preferia dar um tempo à Valentina.
 
- Prometo, vida. - Juliana quase se desmanchou diante do apelido que ganhara.
 
- Ótimo. - Disse sorrindo, enquanto voltava a ficar na ponta dos pés, colando seus lábios nos de Valentina. A língua macia percorria sua boca livremente enquanto sentia Valentina agarrar com mais força sua cintura. Sorriu entre o beijo ao saber que Valentina provavelmente estava ficando excitada. Ótimo, porque ela também estava.
 
Juliana riu baixinho ao perceber a reação da pele de Valentina se arrepiando inteira ao ouvir Juliana gemer baixinho entre o beijo. Foi quando Valentina aprofundou ainda mais o beijo ao sentir Juliana arranhar as unhas de leve em sua nuca, deslizando sua língua deliciosamente pela de Juliana, que escutaram um pigarro, fazendo ambas olharem para o local. 
 
Juliana quase se engasgou ao ver quem estava ali parado diante delas. Ficou pálida e sem reação ao ver ninguém menos que Lucho ao lado de Eva. Não imaginava que veria o rapaz tão cedo, aliás, não imaginava que voltaria a vê-lo algum dia.
 
Sentiu suas pernas fraquejarem e se soltou de Valentina. O rapaz lhe fitava sério, com olhos magoados. Juliana sorria entre o beijo com Valentina e isso ele presenciara, não havia sido dito por alguém, ele vira com os próprios olhos. 
 
Enquanto ele havia passado meses de infelicidade, Juliana havia compartido a cama com outra pessoa, caído nos gracejos de outro alguém, beijado outros lábios. Ela não poderia negar que estava gostando.
 
- Desculpem atrapalhar. - Eva disse segurando o riso.

- Tudo bem, Eva. - Valentina disse calma, agarrando a mão de sua esposa da maneira que sempre fazia.
 
- Esse aqui é Peter Leroy, o novo administrador. - Eva disse. Juliana piscou lentamente tentando entender o que acabara de ouvir. Ele estava se passando por outra pessoa. Com qual intuito?
 
- Muito prazer, Peter. - Valentina disse estendendo a mão livre para o homem, quem trincou o maxilar antes de segurá-la e sorrir falsamente. - Será um prazer trabalhar com o senhor. Esta é minha esposa. Juliana Valdés Carvajal. - Falou e o homem a olhou antes de se aproximar.
 
- Com todo o respeito. - Ele disse à Valentina antes de agarrar a mão de sua amada e deixar um beijo na mesma. A pele macia de Juliana não havia mudado, o que havia mudado era o jeito que percebeu que Juliana queria contrair a mão ao sentir seu toque. - É um prazer, Senhora. - Juliana estava atordoada. Não sabia o que pensar.
 
- Eu... Eu preciso ir. Valentina... Eu tenho... lembrei de algo... - Valentina a olhou confusa.
 
- Está bem, Juliana? - Valentina perguntou acariciando sua mão. Juliana prendeu a respiração e assentiu.
 
- Sim. Só... Vá resolver suas coisas. Mais tarde nos vemos. - E ia saindo. Valentina segurou levemente seu pulso e se inclinou, tocando seus lábios no rosto de Juliana. Havia percebido que sua esposa havia ficado tensa e mesmo sem entender decidiu não forçar a barra.
 
- Até mais tarde, então. - Ela disse, acompanhando com os olhos Juliana sair dali visivelmente alterada.
 
Juliana não sabia o que fazer. Não esperava ver Lucho. Não esperava que ele fosse ali, com um nome falso. Por que razão faria isso? Talvez não soubesse que Valentina havia liberado sua entrada na cidade.
 
Os olhos castanhos do homem lhe fizeram sentir o estômago revirar e o coração acelerar, mas não por algum sentimento bom, senão por medo. E se Valentina achasse que ela combinou com ele sobre mentir? E se ela contasse a verdade à Valentina e a mesma decidisse que, pela mentira, Lucho deveria ser castigado? Não amava o homem, mas não queria o mal para ele. Era um bom homem.

Tampouco queria perder Valentina. Nos últimos meses se viu caindo profundamente de amores por sua esposa. A queria, a desejava, era totalmente apaixonada por ela. Havia pedido à Deus para ter algo bom além do arco-íris e o que encontrara era muito mais do que bom. Nenhuma riqueza e nem nada poderia se comparar ao que sentia por Valentina.
 
Era algo puro, sincero, que crescia a cada dia. Mas quem poderia julgá-la? Valentina era a mulher mais doce, paciente e compreensiva que conhecia em toda a sua vida. Qualquer pessoa se apaixonaria.
 
- E agora? O que faço? - Sussurrou para si mesma.
 
Por semanas havia desejado Lucho de volta, mas agora só queria que o homem fosse embora para ser feliz longe dali. Tentou, mas não conseguiu decifrar o que o rapaz estava fazendo ali. O que ele pretendia se passando por outra pessoa? Precisava descobrir.

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soltei a bomba e tô caindo fora, hein.

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora