Capítulo 45

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- Hey, Juliana? - Nayeli chamou, fazendo a doce garota se virar para ela ao ouvir seu nome.
 
- Pois não? - Respondeu, ainda meio grogue.
 
- Uh, bebeu quantas, querida? - Nayeli perguntou vendo Juliana piscar lentamente.
 
- Não contei. - Juliana respondeu respirando fundo.
 
- Bem, Valentina pediu para eu te avisar que ela te espera lá em cima. - Falou, fazendo Juliana arquear uma sobrancelha duvidosa.
 
- Ela me pediu para esperar aqui. - Juliana disse e Nayeli sorriu.
 
- Bem, se preferir eu posso ir ver o que sua esposinha quer. - Falou arqueando uma sobrancelha de maneira sugestiva e Juliana franziu os olhos.

- Por que não desiste, Nayeli? Ela não te ama. - Juliana disse. - Deveria tentar ser feliz, é sério. Esse clima chato entre a gente poderia acabar. - Juliana falou lhe olhando serenamente, mas diante da risada de Nayeli entendeu que não adiantaria. Ela não desistiria de Valentina.
 
- Deixa eu ir me divertir com Valentina então. Com licença. - Nayeli disse, sentindo a mão de Juliana segurar seu braço.
 
- Eu vou. - Ela disse, olhando para a escadaria antes de deixar Nayeli sozinha, indo de encontro às mesmas.

Subiu a escada demoradamente porque já era desastrada sóbria, imagine alcoolizada. Assim que chegou ao topo das escadas caminhou por entre os corredores da imensa casa à procura de Valentina.
 
- Amor? - Juliana chamou em tom alto. Valentina, que estava ainda passeando pelos corredores em busca de alguma emergência, ouviu a voz de Juliana e se guiou em sua direção. - Amor? - Voltou a chamar. - Me avisaram que você me chamou aqui em cima. - Valentina franziu o cenho. Não havia chamado ela.
 
- Oh, meu amor... - Escutou a voz de Lucho e se aproximou sem ser vista. 
 
- Lucho? - Ouviu Juliana dizer.
 
- Eu preciso te pedir desculpas. - Ele disse a abraçando. Valentina sentiu uma pequena pontada no coração ao ver que Juliana não protestou ao abraço. - Depois que você me mandou aquele bilhete pedindo para fugir com você eu fiquei afobado. Eu te machuquei? - Valentina paralisou no lugar e esperou a resposta de Juliana.
 
Nayeli assistia de longe Valentina prestar atenção na conversa e se apavorou. Era para Lucho ter beijado ela e não ter dito aquilo. Já Juliana franziu o cenho.
 
- Do que...
 
- Por favor, responda. Eu te machuquei? - Juliana suspirou e assentiu, deixando para perguntar depois sobre o que ele quis dizer com "bilhete."
 
- Claro que sim. Eu esperava mais de você. - Realmente havia se sentido magoada com as palavras do homem quando ele disse que estava com Valentina por dinheiro. Ela tinha um carinho por ele e ouvir aquilo a magoou, mas não sabia que não era à isso que Lucho estava se referindo.
 
- Desculpe. Por favor... Eu fui um idiota. Não sei o que me deu. De repente me senti tonto e...
 
- Tudo bem, já passou. - Juliana falou, sentindo Lucho voltar a lhe abraçar. 
 

- Eu só fiquei muito excitado. Você me chupou tão gostoso na biblioteca que não aguentei te foder com calma. Prometo ser mais delicado da próxima vez. - Ele disse e Juliana franziu o cenho, tentando se soltar dele, mas ele se inclinou e colou sua boca na dela. Juliana tentou se soltar, mas o homem a segurava forte.
 
- Então quer dizer que transou com ele? - Valentina perguntou, fazendo Juliana empurrar Lucho para longe, já que o homem afrouxou o aperto.
 
Ela não podia acreditar no que ouvira. Juliana lhe mentiu todo esse tempo... E voltou a mentir naquela noite, quando disse que não tinha nada com ele.
 
- Valentina não é o que parece...
 
- Diga na minha cara, Lucho. Ria da minha cara na minha frente. - Valentina disse. Ouvira com todas as letras Juliana falando que não foi machucada durante o ato sexual. Não poderia mentir. - Deve ter sido divertido fazer isso até agora pelas costas. - Disse segurando o choro. 
 
- Olha só, Valentina. Não é pessoal, mas Juliana e eu nos amamos. - Ele disse, recebendo um olhar incrédulo de Juliana. Valentina viu sinceridade no olhar do rapaz. - Iríamos fugir essa noite, mas já que está aqui prefiro ser honesto com você. 
 
- Não. Valentina, eu juro que...
 
Valentina apenas negou com a cabeça, rindo de sua própria estupidez, rodando em seus calcanhares e saindo dali atordoada. Precisava respirar, tomar um ar, se embriagar... Qualquer coisa que não incluísse estar ali.
 
- Me solta, seu idiota. - Juliana gritou assim que tentou ir atrás de Valentina, mas foi impedida pela mão do homem em seu pulso.
 
- Juliana, desculpa, mas precisávamos contar para ela.
 
- Por que, raios, me beijou? - Perguntou gritando irritada. - Por quê? Sendo que eu disse que não te amava?
 
- Juli, eu entendo que você tenha carinho por ela, mas a sinceridade é melhor. - Ele disse. - Nós dois...
 
- Lucho, acorda para a vida. Não existe nós dois. Existe Valentina e eu, casadas. Um casamento que você está colaborando para destruir. - Gritou tentando se soltar do aperto do homem.
 
- O quê? - Ele perguntou confuso. - Mas no bilhete você disse que me amava... E na biblioteca nós dois...
 
- Eu não sei de que merda você está falando. - Ela disse alterada. Estava desesperada, alcoolizada e assustada.  Não poderia perder Valentina. - E de onde tirou essa merda de que transamos? 
 
- Porque transamos! - Ele disse como se fosse óbvio. Juliana trincou o maxilar e respirou fundo.
 
- Jamais estive com você, seu lunático. - Cuspiu as palavras. - Só me solta, tudo bem? Vá para a sua casa. Me deixa em paz! Já estragou demais a minha vida. - Falou sentindo-se tonta devido ao álcool.
 
- Eu não estou entendendo... - Ele disse.
 
- Me solta, porra! - Juliana gritou começando a chorar de medo de perder Valentina. Só conseguia pensar em Valentina e no que ela poderia ter ouvido, mal interpretando as coisas.
 
- Por favor...
 
- Me solta, Lucho... - Ela gritou chorando, empurrando sua mão livre no peito do rapaz.
 
- Tudo bem, desculpe. - Ele pediu cabisbaixo, soltando o aperto que aplicava no pulso da menor, apenas para ver ela sair desesperada atrás de Valentina.
 
Juliana procurou em toda a casa por quase uma hora seguida, mas foi só no jardim que encontrou Valentina. Estava com uma garrafa de vinho branco quase vazia ao seu lado e atirava pedrinhas, que encontrava pelo chão, em qualquer canto.
 
- Amor... Você precisa me escutar... - Juliana começou, se sentando ao lado de Valentina.
 
- Vai para o inferno com isso de "amor." - A garota disse visivelmente embriagada.
 
- Ele que me beijou. Eu juro que...
 
- Foi gostosa a transa na biblioteca? - Valentina perguntou com a expressão neutra. Seus cabelos estavam bagunçados e seus olhos pesavam para se manterem abertos, tamanha era sua embriaguez.
 
- Valentina, eu não transei com ele. Ele...
 
- Ah não, Juliana? - Perguntou se levantando, alterando o tom de sua voz. - Por que eu não lembro de você protestando o que ele disse. Não lembro de você negando... E mais, ainda disse que não doeu. - Cuspiu as palavras. - Não lembro de você se afastando do beijo. - Falando sentindo um nó em sua garganta. - Por que fez isso comigo? Eu estava disposta a te dar o divórcio e comprar uma casa para vocês... Eu estava disposta a ser apenas sua amiga mesmo sendo apaixonada por você... Eu fui gentil e honesta... Era pedir muito honestidade também? - Perguntou em meio ao choro.
 
- Não, amor... Você...
 
- Eu vi, Juliana. Eu vi! - Ela gritou. - Você não negou nada do que ele disse e ainda se beijaram. - Apontou. - Foi pelo dinheiro? Me diz! - Gritou chorando. - Por que me machucou desse jeito?
 
- Eu não te traí, eu juro. Eu te amo! Por favor... Acredita em mim... - Disse sentindo lágrimas rolarem de seus olhos. Valentina negou com a cabeça, bêbada demais para decidir algo.
 
- Só... Dê o fora da minha casa. - Falou friamente, tentando em vão enxugar suas lágrimas e caminhando para dentro da mansão. - Eu darei a você o maldito divórcio, então que vão para o inferno vocês dois. Cansei de ser paciente! - Finalizou, já distante. 
 
- Valentina...
 
- Eu disse Fora. Da. Minha. Casa. - Falou pausadamente, apressando o passo.
 
- Isso é só seu lado embriagado falando... Você me ama, eu te amo...
 
- Ama com a mesma intensidade que amava quando nos casamos? Quase sentia repúdio de mim! - Cuspiu as palavras, lembrando de como costumavam ser as coisas antes.
 
- Era medo do desconhecido. Valentina, por favor, me ouve...
 
- Juliana, estou bêbada demais, tudo bem? Só preciso descansar. - Disse fechando os olhos e respirou fundo, voltando a abri-los. - Só some da minha frente.
 
- Eu não posso deixar você pensar que...
 
- Sai! - Valentina gritou, empurrando Juliana com tanta força que a menor se desequilibrou, caindo. Valentina, ao ver que Juliana estava bem, apenas subiu as escadas sem voltar a olhar para trás.

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9/9

Acaboooou a maratona, aaaaaaaaaaaaah, que triste :///

gostaram????

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora