Juliana saiu do banho, se enxugou, passou creme, se vestiu e por fim se abaixou, envolvendo a toalha em seus cabelos pretos molhados. Vestia sua camisola cor salmão e suas pantufas brancas. Havia acordado sozinha na cama e deduziu que Valentina tivesse ido trabalhar, mas quando abriu a porta do banheiro e adentrou o quarto ficou boquiaberta. Havia duas bandejas lotadas de coisas para o café da manhã sobre a cama, um pequeno buquê de rosas brancas na jarra ao lado de sua cama e uma única rosa vermelha na mão de Valentina. Sorriu ao reparar que havia de tudo ali, waffles, torradas, frutas, leite, suco, café, alguns pãezinhos, entre outras coisas.
- Como trouxe tudo isso? - Juliana perguntou, sentindo seu estômago roncar.
- Recebi uma ajuda extra da minha mãe. - Os olhos de Juliana se arregalaram e ela se aproximou, se abaixando para deixar um casto beijo nos lábios de Valentina, já que a mesma estava sentada na beira da cama.
- Bom dia. - Juliana sussurrou sorrindo após o beijo e Valentina suspirou.
- Bom dia, Juliana. - Respondeu. - Para você. - Disse, estendendo-lhe a rosa.
- Obrigada. - Juliana respondeu docemente, inalando a fragrância das pétalas.
- Está com fome? Espero que sim, porque não foi fácil trazer tudo isso. - Valentina disse rindo.
- Sim. - Juliana respondeu. - Por que não me acordou? É muito ruim acordar e você não estar na cama. - Juliana disse colocando a rosa sobre a bandeja, retirando a toalha dos cabelos e a pendurando por ali, antes de se sentar no colo de Valentina, pegando ela de surpresa. Ainda mantinha o pé atrás em relação ao que fazer, não queria assustar Juliana justo agora que a estava conquistando.
- Fui falar com a Angel... Digo, com a Lúcia. - Se retratou, fazendo Juliana lhe olhar atentamente.- Se acertaram? Diz que ouviu toda a história, por favor... - Juliana disse fechando os olhos em uma torcida silenciosa e Valentina riu.
- Sim, nos acertamos. Eu escutaria toda a história, só precisava de um tempo. - Valentina disse sentindo o aroma do shampoo de Juliana se propagar no ar.
- Eu sei. - Juliana disse - E como se sente agora? - Perguntou deitando sua cabeça no ombro de Valentina.
- É estranho chamá-la de mãe, sabe? Mas eu acho que posso me acostumar e, bem, eu a amo. Sendo Angelique ou minha mãe, então sinto-me bem mais leve agora que estamos bem de novo.
- Ótimo. - Juliana disse aplicando um beijo manso no pescoço de Valentina. - Eu me acostumei a te chamar de esposa sem nem te conhecer direito, então chamá-la de mãe vai ser mais fácil com certeza. - Juliana disse rindo.
- Você não me chama de esposa. - Valentina protestou.
- Não para você, mas para os outros, quando me refiro a você. - Juliana falou. Valentina riu.
- Certo. Então coma algo, esposa. Vou te acompanhar no café da manhã, mas preciso ir trabalhar.
- Vale, quero trabalhar em algo também. - Juliana disse desencostando sua cabeça do ombro de sua esposa e se inclinando, capturando um morango e o levou até sua boca.
- Por quê? - Valentina perguntou acompanhando o movimento de Juliana. Sexy, pensou.
- Me sinto uma incapaz estando aqui todo o dia sem fazer nada.- Mas você não precisa fazer nada, baby, e se eu pudesse também não faria. - Valentina disse rindo.
- Mas eu queria. - Juliana disse pegando outro morango. Valentina suspirou e assentiu.
- Perfeito. É boa com contas? - Juliana assentiu enquanto se deliciava com o morango. - Então está decidido. Ficará com o Leroy. - Juliana começou a tossir ao ouvir aquilo, fazendo Valentina dar leves tapinhas em suas costas. - Está bem, Juls?
- S-sim. - Disse respirando melhor dessa vez. - Só me engasguei. - Esclareceu. - Você quer dizer, com o Peter? Não tem nada mais que eu poderia fazer?
- Juliana, você disse qualquer coisa. - Valentina falou rindo.
- Eu não acho que...
- Além do mais ele é novo, seria legal ter uma ajuda extra. - Valentina acrescentou, fazendo Juliana bufar.
- Não tem mais nada em que você precise de ajuda? Pensando bem eu sou um desastre com números. - Valentina riu e negou com a cabeça.
- Não se preocupe. Você se sairá ótima. - Juliana engoliu em seco, pensando em alguma desculpa para inventar, mas os dedos de Valentina acariciando a parte de trás de sua coxa a fizeram olhar para Valentina e sorrir.
- Está me provocando, Senhora Valdés Carvajal? - Juliana perguntou sorrindo sugestiva. Valentina mordeu o próprio lábio inferior e sorriu.
- Está funcionando? - Juliana riu e deu leves tapas no ombro de Valentina.
- Não. - A mais nova disse, se inclinando e pegando outro morango, o levou até a boca de Valentina e o passou pelo contorno de seus lábios, antes de morder o morango lentamente e selar os lábios de sua esposa. Valentina riu ante a tal ato. Ambas ainda não tinham dado o próximo passo, chegaram perto uma vez, mas foi tudo. A cada dia que passava Valentina sentia que estavam mais a vontade para isso, e a forma como o corpo de Juliana reagia aos seus toques deixava claro que o desejo era mútuo.
- Que bom, porque eu não estava tentando seduzir ninguém. - Falou e Juliana franziu os olhos.
- Cínica. - Reclamou, fazendo aquela risada rouca que tanto amava ser ouvida.
- Só um pouquinho. - Valentina disse se inclinando e tomando os lábios de Juliana. A mais nova não protestou ao beijo e ainda fez questão de aprofundar o mesmo. Empurrou Valentina na cama, com cuidado para não derrubar as bandejas, caindo por cima dela, prendendo o corpo de Valentina entre suas pernas. - Ora, ora. Tenho uma esposa agressiva. - Valentina disse rindo, mas quase perdeu o ar quando viu Juliana lhe lançar um olhar tão penetrante que sentia que podia ler sua alma.
- Parece que sim. - Juliana disse, pegando a mão de Valentina e a guiando para seu corpo. Valentina sentiu a mão de sua esposa tremer, mas não sabia ao certo se a sua também não tremia junto. Arfou quando sentiu sua mão ser guiada para os lábios de Juliana, onde a mesma deixou um beijo na ponta de seus dedos antes de conduzir a mão de Valentina até seu seio, fazendo ambas gemerem com o toque. Juliana se inclinou e beijou Valentina de uma maneira tão lenta que Valentina sentia todas as células de seu corpo reagirem a isso. A língua de Juliana percorria habilmente a de Valentina, dando um delicioso misto de prazer e paixão. - Acha que pode se atrasar um pouco para o trabalho? - A pergunta saiu entre o beijo, em um sussurro, de maneira que Valentina pôde perceber o desejo contido naquela fala.
Sem forças para dizer nada, Valentina apenas assentiu, sentindo Juliana voltar a tomar seus lábios. Aproveitou que sua mão estava sobre o seio de Juliana e o tocou com vontade, sentindo por cima da textura do tecido, o bico rígido. Ótimo, ela estava sem sutiã. Pensou Valentina.
Juliana arfou na boca de Valentina ao sentir sua esposa adentrar o tecido da camisola pela parte de cima, tocando diretamente a pele de seu seio. Sentiu uma pontada em seu centro avisar que aquilo era algo que ela realmente gostava. Decidida, Juliana se levantou bruscamente, removendo a camisola de seu corpo e a jogando em um canto qualquer. Valentina engoliu em seco perante a visão de Juliana seminua.
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Over The Rainbow (Juliantina)
FanfictionOver the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Juliana, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Lucho Sánchez, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Lupita, deseja que a filha c...