Capítulo 3

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- Juliana, quero que conheça Karla Sánchez, esposa de Lucho Sánchez, nosso antigo vizinho. - Uma mulher de cabelos escuros, que não aparentava mais de seus vinte e cinco anos, se virou sorridente para Juliana, lhe estendendo a mão de forma amigável.

- Olá, Senhorita Valdés. - Ela disse. - Confesso que os elogios que lhe fizeram condizem com tal aparência. És linda de tirar o fôlego de qualquer um por aqui. - Ela disse sorrindo. Juliana apertou sua mão a contragosto querendo, na verdade, sair correndo dali a qualquer custo.

- O-obrigada. - Agradeceu apertando a mão da mulher e segurando as lágrimas.

- Imagina, Lucho e sua mãe estavam absolutamente certos ao dizer que tu és tímida. - Ela disse rindo, soltando delicadamente do aperto exagerado de Juliana em seus dedos.

- Lucho fala de m-mim? - Não se aguentou em perguntar.

- Oh, claro. Somos casados há três anos, não há segredos entre nós. - Ela disse e Juliana arregalou os olhos. - Digo, devo admitir que ele é um ótimo professor e que eu também não sabia montar a cavalo antes de conhecê-lo. Fico feliz que seja aluna dele, ele parece gostar muito de sua amizade.

"Aluna? Cavalo? Eram essas as mentiras que ele havia inventado sobre a minha existência?"
Pensou Juliana.

- Qualquer dia poderíamos sair nós três para conversarmos, hm? - Ela perguntou e Juliana assentiu.

- Quer que eu te acompanhe, filha? - A mulher questionou, mas Juliana apenas negou com a cabeça, atordoada demais para dizer algo, saindo dali às pressas no instante seguinte.

- Acha que ela acreditou? - A mais nova perguntou e Lupita sorriu.

- Juliana é ingênua demais, Daniela. Ela com certeza acreditou. - Disse satisfeita.

- Ela, eventualmente, vai falar com ele e esclarecer tudo. Saberá que mentimos.

- Oh, querida, não se preocupe. - Falou calmamente. - Ela costuma ir ver aquele rapaz apenas de tarde e, bem, tudo o que eu preciso é que ela acredite que ele é casado até amanhã de manhã. Depois disso o estrago já estará feito.

- O que tens em mente, madame? - A garota perguntou. Apesar de Chino e Lupita terem falido, todas as pessoas que haviam trabalhado para eles ainda não tinham conhecimento disso, crendo que eles ainda tinham seus patrimônios todos intactos.

- Espere amanhã e então toda a cidade saberá.

[...]

Valentina jogava pedrinhas no rio distraidamente. Estava debruçada sobre a proteção de concreto feita para que ninguém caísse lá embaixo. Seus olhos acompanhavam o pequeno objeto em todo o seu trajeto até se encontrar com a água, fazendo um pequeno "splash".

Seus olhos se distraíram ao som de passos. Parou o que fazia e desviou sua cabeça da direção do rio, olhando diretamente para a pessoa que se aproximava.

Precisou levar alguns segundos para perceber que quem estava ali era ninguém mais, ninguém menos, que a garota que ela havia passado os últimos meses observando. Arrumou sua postura rapidamente e deixou as pedrinhas amontoadas sobre a proteção da ponte. A menina estava cabisbaixa e aparentava ter chorado, o que fez com que o coração de Valentina se espremesse.

- Essas coisas só acontecem comigo. - A garota sussurrou um resmungo qualquer, fazendo Valentina franzir o cenho ao perceber que a menina não havia notado que não estava sozinha.

Valentina pensou alguns segundos antes de então pigarrear, fazendo-se presente. Não queria que a garota revelasse algum segredo seu por achar que estava sozinha, seria embaraçoso para ambas.

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora