Over The Rainbow (Juliantina)

Capítulo 24

foi aqui que pediram o capítulo 24??? hum????

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- Onde está minha esposa, Angelique? - Juliana perguntou após procurar por toda a casa.
 
- Eva passou aqui agora a pouco, madame. Tiveram que ir para uma batalha. Parece que os mesmos que sempre tentam nos atacar feriram um dos nossos desprevenido. - Disse negando com a cabeça. - saíram às pressas. Tem um enorme exército a caminho daqui, pelo que ouvi. - Juliana bufou. Uma onda de preocupação tomou posse dela, afinal Valentina não havia ido tomar chá com uma amiga, tinha ido para uma batalha.
 
"É bom manter o equilíbrio em tempos de guerra. Perder a cabeça pode ser perigoso."

 Lembrou da frase que Valentina lhe disse poucos dias antes do casamento, e espantou a lembrança tentando não entrar em pânico. Isso era apenas sua mente culpada pela briga fazendo-a alucinar.
 
- Tudo bem. Avise-me quando ela chegar. - Pediu.
 
- Não acho que ela volte logo dessa vez, madame. As coisas pareciam feias de acordo com a senhorita Eva.
 
- Obrigada. Vou subir então. - Juliana anunciou.
 
- Não quer comer algo? A festa foi cancelada porque a maioria foi para a guerra, mas ainda sobrou comida de monte. - Agora sim Juliana entendia por que todos estavam correndo às pressas na rua. Iam para a batalha.
 
- Não, obrigada, Angelique. Vou descansar.
 
- Tenha uma boa noite então, senhora. - Disse. - Oh, espere! - Pediu, fazendo Juliana se virar para ela novamente. - A senhora Valentina pediu hoje de manhã para eu te entregar isso a noite. Era para estarem juntas, mas ela precisou ir. - Disse, entregando um pote totalmente decorado, dentro do recipiente havia as melhores trufas da cidade, Juliana reconheceria de longe seu doce favorito.

- Obrigada. - E, com o pote em mãos, foi escada a cima.
 
[...]
 
Seis dias já haviam se passado. A raiva de Juliana já havia se convertido em pura preocupação. Não podia negar que ainda sentia um pouco de mágoa, mas admitia ter pegado pesado demais com o que havia dito à Valentina. Ainda queria acabar com o casamento, mas não queria perder o contato com a mais velha. Não havia sido uma atitude nobre lhe enganar daquele jeito, mas pelo menos Valentina nunca lhe forçara a nada.
 
Já era noite e Juliana olhava no céu, através de sua grande janela de vidro, o imenso Zepelim regressando. Sabia que Valentina poderia estar nele e se permitiu criar expectativas.
 
Quase trinta minutos depois escutou o mesmo barulho de coisas se quebrando na biblioteca, mas preferiu não ir até lá dessa vez. Talvez sua presença só piorasse as coisas. Ela mesma não tinha ideia de como reagiria frente à sua esposa depois das barbaridades que lhe havia dito.
 
Entendeu em seu interior que, provavelmente, não sentia mais as mesmas coisas por Lucho, porque havia pensado nele em todos esses dias desde que Valentina se fora apenas nas vezes onde lembrava que havia sido vítima de uma grande mentira. Não com carinho, não com saudade. Saudade ela admitia estar sentindo de Valentina, sua agora talvez esposa ex-amiga.
 
O barulho da porta de seu quarto sendo aberta a fez olhar rapidamente na direção da mesma, sendo surpreendida por uma Valentina completamente machucada, com o lábio cortado, um olho roxo, hematomas por todo o corpo e um curativo no ombro esquerdo, acompanhada de ninguém mais e ninguém menos que Nayeli.
 
- Oh, meu Deus, o que houve? - Juliana perguntou se aproximando. Valentina nada disse, apenas levou suas mãos à altura de seu peito, tentando abrir os botões de sua camisa, sendo impedida por Nayeli.
 
- Deixa que eu te ajudo. - Nayeli falou rapidamente. - Valentina levou um tiro, mas já foi tratada. - Respondeu à Juliana.
 
- Não precisa. Deixa que eu faço. - Juliana disse se aproximando mais delas. Não era por ciúme nem nada, mas não queria que Nayeli visse Valentina em trajes íntimos. Ao erguer a mão na frente do peito de Valentina e cogitar a ideia de começar a abrir os botões, Valentina levantou seu braço direito rapidamente, segurando o pulso de Juliana. Juliana a olhou surpresa e Valentina reclamou baixo de dor pelo movimento brusco. Todo seu corpo doía, apesar do tiro ter pegado do lado esquerdo. 
 
- Você não! Ela! - Impôs séria para Juliana, fazendo a mesma se surpreender.
 
- Eu não...não quero essa mulher no meu quarto. - Mentiu o verdadeiro motivo de não querer Nayeli ali enquanto Valentina se despia. - Olha, não quero brigar. Me deixa cuidar de você. - Sussurrou para Valentina, mesmo ciente de que Nayeli a escutaria. Valentina manteve a expressão neutra.
 
- Não precisamos brigar. - A mais velha disse fitando o rosto de Juliana. - Nayeli, chame a Tessa, por favor?
 
- Valentina, me deixe...
 
- Juliana, eu vou chamar a Tessa, a Angelique, o capeta se for necessário... - Se alterou. - Mas em mim você não toca. - Seu tom de amargura era notório. - Não precisa sujar suas preciosas mãos com nada nojento. - Juliana abriu a boca várias vezes para dizer algo, mas nenhuma palavra saiu. Nayeli sorriu discretamente ao ver a relação das duas se desmoronando. Se tudo continuasse assim, logo teria Valentina para ela. - Por favor, Nayeli, faça o que pedi. - E, sem dizer mais nada, Nayeli saiu do quarto.
 
Valentina respirou fundo e encostou a porta, logo depois caminhou com dificuldade até sua cama e se sentou ali, tendo levado mais tempo do que o normal e Juliana reparou que mancava em uma de suas pernas, sentindo toda a culpa lhe invadir pelo que havia dito à garota. Não era verdade o que havia falado, ela jamais sentira nojo de Valentina, disse apenas no calor do momento.
 
Sorrateiramente caminhou até a beira da cama e se sentou ao lado de sua esposa. Analisou o rosto todo machucado da mulher ao seu lado e fez mais uma tentativa. Levou sua mão até a mecha castanha de cabelo caído da garota e colocou a mesma atrás da orelha. 
 
- Me deixa te ajudar. - Sussurrou em um tom manso. - Por favor. - Sentiu Valentina querer ceder diante de sua declaração e vibrou internamente ao ver que seu toque tinha efeito em Valentina.
 
- Ajudaria se parasse de tentar se aproximar. Eu realmente não preciso da sua pena. - Disse, com toda a dor no coração, para logo se levantar, caminhando para o banheiro. Juliana sabia que Valentina não conseguiria tirar sua roupa sozinha, mas também sabia que ela estava ferida demais para aceitar qualquer coisa que viesse de Juliana, e não era de feridas externas que estávamos falando.