Capítulo Final

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Uma chuva de aplausos ecoava por todo o enorme pátio da casa das Valdés-Carvajal. Todas dedicadas à Valentina, era sua vez de agarrar o microfone e dar boas vindas ao novo ano que estava por vir. Fazia aproximadamente um mês desde toda aquela bagunça com Nayeli. Valentina subiu no palanque e agarrou o microfone, sorrindo gentilmente para todos. O silêncio se instalou pela multidão; todos atentos ao que a comandante deles falaria.

- Bom dia a todos. - Ela disse, afinal, em sua cidade era tradição a comandante dar seu discurso pela manhã para, logo depois, todos começarem a festejar durante todo o dia. - Eu, Valentina Valdés Carvajal, tenho a honra de lhes falar. Gostaria de desejar os tradicionais desejos de saúde, paz, alegria e etc... - Disse rindo. - A verdade é que todos vocês sabem que eu odeio discursos, só estou aqui porque minha esposa, a senhora Juliana Valdés Carvajal... - Valentina disse apontando para Juliana, que estava no meio da multidão e lhe mandou um beijinho de longe, sorrindo logo em seguida. - Insistiu para que eu falasse.

Um enorme ruído se fez presente no céu e Valentina olhou para a responsável, vendo Eva sorrir abertamente.

- Meu casal! - Ela gritou, fazendo Valentina rir por Eva ter soltado fogos.

- Bem, eu gostaria de informar que eu tirarei férias por um período não muito longo, deixando a senhora Eva Luna como responsável por toda a armada, tendo assim, poder absoluto como minha suplente.

Eva olhou para Valentina  abismada. Jamais imaginaria ser merecedora de tamanha honra.

- Também gostaria de apresentar em público minha mãe, Lucia. - Disse sorrindo, apontando para Lucia. - Se alguém tratar mal essa mulher terá que se ver comigo. - Disse em tom divertido. - Eu gostaria de lhe agradecer diante de todos, mãe, por ter me concebido a vida e por ter cuidado de mim ao longo dela. Eu te amo muito e me sinto honrada de poder chamar alguém como a senhora de mãe.

Lucia, que já chorava de emoção, sentiu-se a mulher mais sortuda do mundo. Jamais imaginaria que Valentina fosse lhe assumir diante do mundo. Não que achasse que Valentina sentisse vergonha, e sim pelo fato de não ser necessário dizer a mais ninguém.

- E por último, informo que foi finalmente decretada a prisão do senhor Lucho Sanchéz, por estupro e por tentativa de fuga. - Valentina disse, se lembrando do dia que falou com ele.

- Valentina? - A voz de Lucho chamou a atenção de todas. - Mandou me chamar? - Valentina lhe fitou e soltou-se de Juliana.

- Sim. Parece que ainda temos algumas contas a prestar. - Disse, lhe olhando de uma maneira tão intimidadora que o rapaz na hora soube; Nayeli lhe havia contado.

- Pois bem?

- Espero sinceridade, porque se não as coisas vão se complicar. - alertou. - Quando estava tendo relações... Você sabe, com Nayeli ela chegou a dizer sim? Deu algum indício que queria tanto quanto você? 

- Ela que começou. - Ele respondeu. - Abaixou minhas calças e caiu de boca.

- Ela disse sim em relação a porra da penetração? Responda a minha pergunta! - Alterou seu tom de voz.

- Ela nunca disse não. - Valentina fechou os olhos e respirou fundo.

- Não dizer não, não significa dizer sim, seu idiota, desgraçado. - Ela proferiu, sentindo seu sangue fervilhar.

- Ela tentou ferrar seu casamento e você está defendendo ela? - Lucho perguntou incrédulo. - Ótima esposa foi arrumar, hein, Juliana?

- Ela pode ter feito o que fez, mas isso não te dá a droga do direito de violar alguém. - Juliana respondeu. Nayeli apenas assistia tudo em silêncio.

- Nem sangrou. Não fui tão ríspido. Só meti em seco. - Valentina se conteve para não agredir o homem.

- Vou meter um cabo de vassoura no meio do teu ânus então, já que não tem problema meter em seco. - Gritou. - E Olha o linguajar diante das garotas. - Valentina disse. - Não aprendeu a ser cavalheiro?

- Foda-se. Estão me acusando de algo que não fiz.

- Eu te empurrei, mas você não ligou e por ser mais forte... - Nayeli foi interrompida por Lucho.

- Pensei que fosse Juliana. - Ele assumiu. - Pensei que se casaria comigo e por isso deveria acatar meu prazer. - Os olhos de Valentina enegreceram no mesmo instante que ouviu aquilo. Ela se aproximou dele e segurou a gola de sua camisa, desferindo um soco na face direita no rapaz.

- E como acha que dizer na minha cara que estuprou alguém pensando ser Juliana melhora a sua situação? - Ela gritou.

- Amor... - Juliana disse tentando tranquilizar sua esposa. - Sem agressões. - Pediu. - Não precisamos disso.

- Ela seria a minha esposa e, como esposa, teria que me deixar fodê-la quando e como eu quisesse. - Ele disse tentando se soltar do aperto de Valentina.

- Você é um desgraçado, machista, antiquado e, apesar de ter integridade em alguns pontos da sua vida, é um canalha em outros. - Falou soltando sua camisa. - Você está preso, Lucho. Depois de cumprir a sua pena reflita sobre sua mente fechada, porque tem potencial para ser uma boa pessoa.

Over The Rainbow (Juliantina)Onde histórias criam vida. Descubra agora