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Seul, Coreia do Sul - 00:40 a.m
Jane pov

Fazem três dias que descobri verdadeiramente que serei mãe, foi definitivamente a melhor sensação que senti na vida. Nunca imaginei engravidar nesta etapa da minha vida e também nunca quis, foi algo completamente inesperado tanto para mim quanto para Jungkook. O que eu imaginava era sair disso pelo menos e depois que estivesse com uma casa e independente financeira, aí sim pensaria em filhos.

Se tem uma coisa que o Jungkook me ensinou é sobre viver a vida ao máximo que consegui, e foi por isso que me arrisquei aquela única vez para salvar que eu amava pelo menos uma vez na vida. Para sentir toda aquela adrenalina em minhas veias.

Assim como também nunca mais faria outra loucura dessas, não tenho nada a ver com os assuntos que envolva a máfia ou ex amigos nossos. A vontade que o Jungkook chegue e converse comigo sobre isso me abrange, mas sei que é algo que ele não gosta de falar. Muito menos comigo.

Confesso que a sua reação com a minha gravidez estava bem estranha e não sabia o que aquilo queria dizer. Ele mal conversava, permanecia calado com todos e parecia não querer conversar comigo.

Nesses últimos dias eu cheguei da casa do Yoongi, conversei com ele dizendo que continuaria indo lá e vendo o San mas que sentia falta do que vivia antes quando Jeon estava aqui.

Suas atitudes permaneciam duvidosas, eu podia entender o seu lado, ele parecia saber desde o começo e sempre ficou calado sem me consultar ou conversar sobre o assunto. Não há como não se magoar sabendo que eu sempre estou disposta a conversar e ele sabe bem disso.

A troca de hormônios está me fazendo ter uma loucura de emoções e sentimentos, ou seja, as atitudes do Jungkook me machucam mais do que deveria.

A um momento me perguntei como permaneci grávida depois disso tudo, claramente a merda da pílula não teve efeito algum e a anciosidade em relação ao resgate foi maior do que o estresse. E talvez por isso não tenha afetado o bebê.

Meus treinos com o Yoongi não eram grande coisa, tudo que eu fazia era descontar minha suposta raiva num boneco de plástico ou no saco de box... Até insistia para ele me ajudar com golpes mais difíceis e pra realmente me jogar no chão se precisasse.

Mas ele nunca o fez.

Min ainda não estava sabendo da minha gravidez, não que faça alguma diferença também. Mas só pela forma que ele age em frente ao San posso imaginar o quanto ele seja babão com essas coisas, assim como o próprio pai.

Tudo que eu desejava agora era ser acolhida. Era receber carinho do Jungkook por todas as noites, era que ele se deitasse comigo e conversasse sobre poucas coisas do seu dia. Não era muito o que ele falava, mas já era o suficiente pra mim saber. E infelizmente ele não fazia mais isso.

Nossa relação não parecia mais a mesma de antes depois desta droga de tempo que ele passou preso naquele muquifo. Certo, os primeiros dias foram calorosos, mas isso não era tudo.

Não queria apenas sexo, ainda mais em um momento como esse.

Sei que para ele ainda há diversos problemas como ir atrás do Taehyung e daquela vaca alemã ou diversos outros que eu se quer posso listar porque eu não sei. Isso é porque eu não sei nada sobre ele.

Quero dizer, sei o que ele me fala e as poucas coisas que ele me deixa observar. Mas oitenta por cento das coisas que ele fez ou faz e que lhe atormentam dia a dia ele faz questão de não deixar falhas para que eu perceba e faça novas perguntas.

Não sei o que somos. Não sei se somos só o casal fake, se apenas ficamos ou se estamos namorando mesmo sem namorar. Não sei se ele fica com outras pessoas ainda e se vai para a boate transar quando volta as cinco da manhã pra mansão.

Não sei de mais nada relacionado a ele.

Acariciei minha barriga por cima do tecido felpudo do meu pijama cinza, a luz que clareava o quarto era a da lua atravéz das janelas e a luminária do meu lado da cama. Por algum motivo eu continuava instalada em seu quarto, mas também sentia vontade de voltar para o meu ao ver que ele ao menos me olhava.

A porta do quarto foi aberta revelando um Jungkook cansado. Ele já se adiantou em retirar sua camisa branca cheia de terra e jogar no chão enquanto ia a caminho do banheiro. Através da luz baixa percebi arranhões em suas costas, para ser mais precisa na região dos ombros.

Eu poderia desconfiar que ele se meteu em uma briga, mas conhecia bem que estilo de arranhão era aquele. De unhas femininas.

Engoli seco fechando os olhos e tirando qualquer pensamento negativo na minha mente, não querendo absorver aquilo me virei de lado olhando a parede preta com diversos detalhes enquanto permanecia engolindo saliva na tentativa de fazer aquele nó da garganta sumir.

Jungkook se quer fechou a porta do banheiro, escutei o barulho do chuveiro e o ar frio vindo de dentro do banheiro. Como sempre ele tomava seu banho gelado. Assim que o barulho de água parou permaneci quieta de olhos baixos na tentativa de fazer ele pensar que estava dormindo.

Passos e mais passos eu ouvi no carpete do quarto, Jungkook se deitou ao meu lado na cama grande e senti o colchão afundar. Ele puxou um pouco da grande coberta, apesar do frio que fazia ele continuava dormindo apenas de roupas intimas.

Meus dedos coçam por querer virar e chamar ele pra conversar, seja sobre como foi seu dia ou sobre isso que ele tanto adia para dizer. Mas a lembrança de seus ombros arranhados e o fato de ele ao menos me olhar ou me abraçar ou um simples selar em meu cabelo antes de dormir me faz querer continuar parada até dormir de verdade.

Jungkook mexeu por alguns minutos no celular, respondendo mensagens e escutando áudios cujo não conseguia ouvir perfeitamente sobre o que falavam, até desligar o mesmo e colocar no criado mudo.

Ele mexeu seu corpo e por um momento imaginei que fosse me abraçar por trás ao menos, sem falar nada e apenas me acariciando. Mas o maldito apenas apalpou o travesseiro e não demorou muito até escutar sua respiração completamente pesada e acalmada.

Jungkook tinha dormido.

CONTROVERSIAL | Livro II • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora