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Seul, Coreia do Sul - 00:04 a.m


- Mas que droga, Jungkook. Eu estou bem!

Jungkook ignorou completamente as palavras de Jane e continuou a prestar atenção no volante enquanto dirigia para casa, ela concordou em ir com ele até a mansão para finalmente poder conversar. Avisou ao seu pai e ao Yoongi e logo em seguida foi arrastada por Jungkook.

A preocupação batia nele sempre que percebia o quão ela estava inquieta, isso significa que ela estava com cólica e que precisava sair daqueles saltos o mais rápido possível. Ele preferiu ficar calado ao ter que reclamar ainda mais com ela.

Pela primeira vez Jane o viu dirigir com calma, apenas uma mão no volante enquanto a outra permanecia pendurada na janela. A gravata fora do lugar e os botões do terno aberto o deixava ainda mais sexy naquela visão.

Ela achou extremamente fofo ele se sentir envergonhado depois daquilo, depois de derramar lágrimas na frente dela e pedir ajuda depois de tudo que fez. Ela não sabia bem qual seria essa próxima chance, mas sabia que queria ser feliz.

Queria trabalhar, ser independente, comprar o seu carro e amar. Amar muito pois a vida e curta demais para deixarmos pequenas coisas passarem de tal forma e amar no mundo de hoje é algo difícil.

Jungkook estacionou o carro luxuoso em frente a um prédio enorme, o nome estampado logo deu as caras e Jane se perguntou por que tinham parado em um hotel ao invés de ter ido para a mansão.

Jungkook desceu e enquanto ela tirava o cinto de segurança ele abriu a porta, dando a mão e ajudando ela a descer. Percebendo que ela ainda usava os saltos ele franziu a testa e bateu a porta com força.

- Não acredito que ainda está com esses saltos! - Bufou ele. Jungkook se abaixou aos seus pés e retirou seus calçados, segurando-os na mão.

Por algum motivo esta pequena ação tinha sido fofa e importante pra você, sabia que ali era mais um dos cuidados estranhos dele. Não podia negar que seus pés estavam doendo do salto salto demais e das correiashe apertando.

Sentiu seus pés em contato com o chão frio e gemeu se espremendo no corpo de Jungkook enquanto adentravam pelo hotel luxuoso. Estava um tanto vazio, foram até a recepção e Jane percebeu algumas pessoas lhe olharem estranho.

Jungkook permaneceu sério e ereto, com o braço entrelaçado ao de Jane e ignorando completamente o charme feio que a recepcionista fazia enquanto pedia a identidade dele para fazer a reserva do hotel.

- São quantos dias, senhor? - Perguntou ela.

Jane riu pensando no quão inútil eram essas tentativas de ser sexy, e esse era o problema. Você não tenta ser sexy, ou você é sexy ou não é. A mulher pareceu incomodada com a atitude da menor e parou de digitar.

- Algum problema, senhora?

Seu tom irônico fez o sorriso de canto crescer ainda mais, Jungkook certamente se divertiu com a cena. Se permitindo colocar uma das mãos em sua bunda que parecia irresistível naquele vestido longo.

- Me chame de Jane, não tenho setenta anos. E estou sim, estou incomodada com a forma que você olha pro meu marido provavelmente imaginando como deve ser dar pra ele... Mas eu deixo você tentar sozinha porque sei que isso não vai acontecer.

Jane não se deu ao trabalho de esperar e puxou com brutalidade o cartão do quarto enquanto voltou a ir em direção ao elevador. Essa confusão de hormônios faziam seus sentimentos virarem um quebra cabeça desmontado em segundos.

Ela não deveria sentir ciúmes dele, não deveria estar aqui com ele... Deveria fugir para outro país e deixar que ele sofra sozinho. Mas nesse momento, infelizmente, Jane precisa dele.

Outras pessoas entraram junto no elevador, demoraram uns trinta segundos atrás voltar a abrir e pelo corredor Jane se perguntou quanto Jungkook pagou apenas por uma noite ali dentro.

O teto parecia ser de puro ouro, os detalhes das portas e janelas eram impossíveis de se caracterizar de tão perfeitos e simétricos que são. O quarto era 309, como dito pela recepcionista era algo simples como o Jungkook queria.

Mas de simples também não tinha nada.

A cama era enorme, o chão de tapete felpudo, a hidromassagem era logo ao lado da janela que permitia a vista de toda a cidade. Se sentindo cansada Maria se jogou na cama tratando de pegar um dos travesseiros e colocar no meio das pernas.

- Sua cólica passou? - Jungkook retirou os sapatos e o blazer, jogando-os no chão.

Jane apenas concordou retirando os brincos e quaisquer bijuteria que ainda tinha no seu corpo, aquela festa e toda a situação tinha lhe cansado.

- Sou eu quem tenho que começar essa conversa? - Maria perguntou de olhos fechados, enquanto acariciava a barriga.

- Você sabe que sim.

Jungkook puxou a garrafa de vinho da escrivaninha abrindo com os dentes e bebericando enquanto se escostou na cabeceira enorme da cama.

- Pois bem. Eu quero que me diga... Em relação ao bebê... O que está pensando em fazer? Desde aquele dia você me ignora e percebi que é justamente por conta deste assunto. - Jungkook encarou os próprios dedos não querendo manter um contato visual.

- Eu só tenho medo... Você sabe das situações que já lhe falei e ainda há milhares que você não sabe. Tem conhecimento que minha infância foi difícil e nunca tive um pai presente e que fosse bom pra mim... Tenho medo de ser ruim pra essa criança, medo de fazer tudo errado e no fim ele acabar me odiando pelo resto da vida. Eu imagino ele crescendo conosco e sem saber de tudo que passei ou que sou, ele pensará que sou um monstro. Que mato pessoas, mexo com drogas e o caralho a quatro. Eu só... Não sou bom com isso, odeio não saber lidar com a situação.

Jane prestou atenção em cada palavra e gesto que ele fazia, ele estava nervoso e por isso umidecia os lábios frequentemente e mexia nos anéis fazendo barulhos irritantes. Seus olhos estavam bem brilhantes e ali era mais um dos momentos onde ela via o pequeno Jungkook.

- Olhe para mim. - Jungkook fez. - Você não vai desaponta-lo, tenho certeza de que você vai dar o melhor de si. Sei que se compara ao seu pai em certar situações, mas você não merece isso Jungkook. Eu posso imaginar o quanto você sofreu e é justamente por isso que você precisa se dar uma chance. Destrua este monstro que te persegue diariamente e que não te deixa viver. Essa criança é só mais uma prova de que existe mais bem do que mal em você, dê carinho e amor para esta criança. O ensine tudo que você queria ter aprendido com seu pai enquanto ele negligenciou isso. - Jane acariciou o rosto do Jungkook percebendo o quanto ele parecia emocionado e tentava desviar o olhar com vergonha. - Você tem noção de que está com vergonha de conversar sobre sentimentos? Isso não é normal Jungkook. Eu te amo, te amo como nunca amei ninguém. Mas não posso fazer tudo sozinha, eu preciso de ajuda e quero te ajudar... Então eu preciso de uma resposta Jungkook. Ou você fica comigo e faz isso dar certo, eu te ajudo e você me ajuda, ou esse contrato acaba e eu vou embora da sua vida.

Jungkook pela primeira vez olhou profundamente nos olhos dela, ambos brilhavam e sentiam seus corações pulsarem de forma rápida. O corpo de ambos clamavam por um chamego, mesmo que um simples toque.

- Eu faço qualquer coisa, só... Por favor, não vai embora. - O moreno grudou suas testas com delicadeza enquanto acariciou a nuca da mulher.

- Então eu ficarei.

CONTROVERSIAL | Livro II • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora