Take my hand

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"Quanto mais você fala, menos eu sei
Aonde quer que você vagueie, eu seguirei
Estou implorando para você pegar minha mão."
 
- willow, Taylor Swift.


[ Capítulo 67: Pegue minha mão.]


Pelo amor de Odisséia, como diabos foi se meter naquela situação?

Estava sentado no banco de concreto no meio do estacionamento da empresa Lótus, apenas admirando os bichinhos formados em nuvens. Mas aí, aqueles olhos negros e repletos de tímidez apareceram em seu campo de visão de rompante e lhe fazendo errar a própria respiração e pensar em fingir um desmaio para conseguir fugir dali.

– Moço? – A voz baixinha de Wen Ning voltou a lhe agraciar os ouvidos. Por mais que ele estivesse tentando se aproximar, o Nie ainda podia ver as mãos dele tremendo e os olhos que constantemente procuravam os dois irmãos de Yummeng e a policial que fazia sua escolta. – Es-Esta bem?

– Sim! – A voz saiu um tanto alta pelo nervosismo do imortal, pode ouvir Wuxian querendo rir e escondendo o rosto no ombro do Lan mais novo. – Qu-quer dizer... Sim, eu estou, obrigado. – Não estava pronto para aquela situação. Imaginou aquilo por milhares de anos, mas alí naquele momento, ele não sabia o que fazer. Seus olhos encontraram os de Lan Huan e Jiang Cheng - este último que assim como o irmão se segurava para não rir - implorando com os olhos para que fizessem alguma coisa.

– A-Ning, Sarah este é Nie HuaiSang. – Wuxian comentou apoiado no marido. – Ele é um amigo nosso, convidamos ele e o irmão para sair com a gente pra lanchonete. – O imortal olhou para si com tanta rapidez que pode sentir seus ossos estalando e suas tatuagens doendo. – Acho que esquecemos de avisar vocês, desculpa.

– Ah, tudo bem. Não tem problema pra mim, A-Xian. – Wen Ning disse de forma acanhada e logo olhou novamente para o até então estranho.– É um prazer, HuaiSang. – O sorriso foi pequeno e ele ainda tremia, mas aquilo foi um gesto tão lindo pra si que não pode não sorrir em resposta.

– Pra mim tanto faz, eu só quero comer. – Sarah comentou desinteressada e com uma pose ainda séria perante o homem novo ali. – Cadê o resto do povo? Eu só quero ir comer e depois ficar com minha mulher. – A detetive disse e acarretou uma grade de risadas no grupo. 

– Jiejie disse que tava terminando de se trocar e que já vinha com Heather. – Cheng comentou um tanto desinteressado. – Só não sei sobre MingJue. – O arroxeado pode ver os olhos castanhos e com filetes de verde musgo quase saltando das órbitas do imortal.

– D-da-ge vem mesmo? – A voz do Nie fraquejou e se tornou algumas oitavas mais esganiçada. O homem de longos cabelos negros e tatuagens abriu seu leque de forma esparrosa e um tanto nervosa, cobriu o que pode de seu rosto fino e olhou para uma das árvores que adornava o estacionamento.  

Não que não quisesse sair com os amigos e seu amor, mas seu irmão era um cretino. Não teria um segundo de paz se MingJue estivesse ali com eles. Morreria de vergonha.

– Ele disse que já estava perto. Chega em no máximo dez minutos. – Huan disse calmo e alheio ao desespero do outro, ele segurava o celular enquanto trocava mensagens com o irmão jurado.

 O de olhos com dourado escuro se remexeu incomodado com algo que não sabia o que era. Olhou de um canto ao outro naquele espaço aberto, sentindo um cheiro de sangue que não lhe parecia comum, além do medo que assolou seu coração. A marca em sua panturrilha formigava e o dedo mindinho de Jiang Cheng se estendeu a si, sendo segurado em muito bom grado; o fazendo esquecer de forma momentânea o súbito tremor.

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