Circus Game

Wine

"Beba tudo
A dor da criatividade
A dor da geração
Beba tudo."

- Dyonisus - BTS.

[Capítulo 9: Vinho.]

As manhãs em Edimburgo eram amenas e agradáveis. O clima primaveril junto as pessoas indo para seus empregos e por pessoas abrindo os comércios dando "Bom dia" e sorrindo. A educação ninguém negava, ou o clima agradável.

Isso atraia o Lan mais velho, sentado no banco do passageiro, olhando a janela e apreciando a cidade, fazia notas mentalmente de que quando toda aquela investigação acabasse, pediria para Cheng lhe mostrar a cidade.

- Seu rosto vai rasgar se continuar pensando nele. - WangJi comentará, ainda com os olhos na estrada, apenas para provocar o irmão. Wuxian não lhe foi um bom exemplo.

- Falou o homem que viu o vídeo dê Wei Ying mais de 14 vezes! - As orelhas do mais novo ganharam um tom rosado escarlate e Xichen sorriu gostosamente para a imagem - Eu admito, foi uma imagem adorável. Suibian é o mesmo de antes?

- Não sei, talvez. Eu sei que em algum momento, armas espirituais quebram, não é incomum que os espíritos achem a nova encarnação de seus donos, mas se tornar um ser vivo? Não sei se é possível. - WangJi deu um sorriso sarcástico, negando levemente. - Se bem, que vindo dessa família não duvido nada.

A conversa se encerrou ali, dando origem a um silêncio agradável. Ao estacionarem na frente ao *IML, ambos respiraram fundo, sempre se lembrando de ser neutro e que, não importava o que falassem sobre seus maridos, sogros, ou sua cunhada. Eram homens formados, criados e perfeitamente maduros para serem imparciais. Pelo menos essa era a ideia

O lugar por si só parecia mórbido, sem cores vivas, sem muitas janelas e com pessoas aparentemente no automático. O corpo de Xichen se arrepiou até o último pelo por todo aquele cenário, em sua mente, estava em um adorável filme de terror. Ao fundo daquela recepção "calorosa", havia uma porta dupla de metal, onde o homem atrás do balcão, avisou que os legistas e o detetive estavam os esperando.

Lan Zhan empurrou a porta, dando passagem para si e para seu irmão, sentindo o metal frio embaixo de sua palma quente e escutando o ranger alto da juntas já gastas. Ao passarem pelo batente, viram um amplo corredor, refrigerado e branco, completamente tomado pelo cheiro do alvejante. Os passos dos sapatos sociais de ambos os irmãos ecoavam pelos azulejos brancos do piso.
Graças ao barulho, uma porta no final do corredor foi aberta, e de lá, viram uma moça por a cabeça para fora, olhando para os lados.

- Ah! Olá! Vocês devem ser os irmãos Lan? Estou certa? - A moça, de aproximadamente 50 anos disse sorrindo simpática e energética, contrastando com todo aquele fúnebre cenário. Ela não esperou muita confirmação, afinal, ambos os homens a sua frente coincidiam com a descrição que recebeu. Bonitos, altos, polidos e asiáticos. - Eu sou a doutora Emilly Campbell, a legista. Não fiquem tímidos! Entre entrem. Temos muito que conversar. - Ela se pôs a entrar no consultório de forma bufante, fazendo os longos cabelos ruivos balançarem em resposta, deixando a porta aberta, em um convite aos dois.

Zhan e Huan se entreolharam um pouco atônitos por tamanha energia. Passaram uns segundos assim, até Huan sorrir divertido e WangJi mexer os ombros como quem diz "Então, tá."

Dentro da tal sala, era ainda mais frio, nada realmente insuportável, mas era melhor usar algo mais grosso. Lá, haviam a Dra. Campbell e mais dois homens, um sentado em uma cadeira perto da janela e outro mexendo despreocupadamente no celular. O homem sentado era mais velho, talvez uns 60 anos, era um pouco calvo, já deixando as entradas em seu aparecerem. Parecia enfezado por estar ali e haviam gotas de molho no bigode mal feito. O que mexia no celular, o que parecia ser o mais novo ali, era negro e de corpo atlético, também usava jaleco e estava impecável, mas ainda com um ar jovem e casual.

- Bem, muito bem vindos a Edimburgo! Como eu já disse: Sou a doutora Campbell, mas por favor, não sou tão velha. Me chamem de Emilly. - Ela andava pela sala, sorrindo e gesticulando com os braços, chamando a atenção de todos ali. - Aquele ali. - Apontou ao mais jovem, que também tinha um ar simpático - É meu assistente e filho: Lukas. Perguntem o que quiserem a ele! E aquele - Sua empolgação foi um pouco mexida, como se estivesse incomodada - Ele é o detetive Rudolph. Anthony Rudolph.

- É um prazer! - Xichen logo tratou de responder aos cumprimentos da médica. Sorrindo tão simpático quanto ela, deixando mãe e filho empolgados e o detetive recém apresentado com uma sobrancelha arqueada. - Eu sou Lan Huan e esse é meu irmão, Lan Zhan. - Apontou para o mais novo, sorrindo satisfeito por WangJi murmurar um "Muito prazer". - Ele é meio quieto.

- As meninas já se divertiram? Temos trabalho a fazer. - Rudolph se intrometeu, revirando os olhos e claramente afobado, com os braços cruzados sobre o peito. - Podemos acabar com isso para eu ir prender aquele pirralho e a mãe dele?

- Rudolph! Já foi provado que Ying não fez nada! - Lukas respondeu, parecia irritado e sem paciência com o homem, a mulher também concordou com o garoto. Rudolph praguejou e disse que iria na recepção. - Desculpem a falta de educação dele. Ele esta convicto que Ying ou a senhora Wei são os responsáveis, mas já provaram que não.

O sangue de Lan Zhan fervia, queria ter Bichen consigo para enterrar naquele velho nojento. - Por que ele tem tanta certeza?

- Não tem. Ele se ofereceu para ser o "Sugar Daddy" dos filhos dos donos da Lótus, mas ambos os garotos o mandaram pro inferno. As famílias fizeram queixa e ele esta a um passo de perder o distintivo. - A mulher tomou a fala, percebendo o clima tenso que se instalava ali. - Ele é nojento.

- Cheng fez muito bem em chutar o meio das pernas dele.

Ambos irmãos sentiram ância em imaginar aquela coisa asquerosa perto de seus maridos. Controlar a vontade de vomitar, além da raiva, e se concentrarem no que realmente vieram fazer. A médica também pareceu se tocar, andou até a uma espécie de parede cheia de gavetas, abriu a terceira da segunda fila e puderam ver o tal cadáver.

- Este, é Xue ChengMei, a vítima. - Com a luva em mãos, ela retirava parte da "roupa" que cobria o corpo desnudo. O peito estava aberto e completamente mutilado. - Mesmo com toda essa carnificina, ele morreu por envenenamento com Arsênico*, foram divididas em pequenas doses, dadas pouco a pouco.

- Morte lenta e incômoda. - Xicheng pensou alto. - É fácil achar arsênico aqui?

- Era a alguns anos. Usavam em venenos de rato e pesticidas, mas a vigilância proibiu por ser perigoso. Se bem que, nessas lojinhas clandestinas não deve ser muito difícil achar. - Lukas comentou enquanto ajustava a lâmpada em cima do corpo, dando mais detalhes ao rosto do cadáver.

- Os ferimentos foram feitos pôs morte, provavelmente por algum bisturi ou objeto cirúrgico. Cortes limpos e sem hesitação, porém - Ela e o garoto viraram o corpo, deixando-o de costas e mostrando mais marcas - Esses aqui e os cortes para tirar o braço são completamente amadores, não tem nenhum tipo de entendimento anatômico.

- Duas pessoas? - WangJi perguntou, atento a tudo que lhe era passado. O seu venho estava meio franzido, aquilo deveria estar no relatório.

- Possivelmente, mas pode ser uma pessoa com dupla personalidade, não é impossível. Por último, - A mulher deixou o filho arrumar o corpo e foi até a bancada ali perto, retirando as luvas no caminho. - Nos bolsos dele haviam muitos comprimidos de tarja vermelha, alguns misturados a doce e, também havia um papel com um número de telefone. - Ela voltou a ambos os Lan e estendeu três envelopes, contendo cada pertence.

- Tarja vermelha? É um Antidepressivo. - Xicheng questionou, olhando para mãe e filho. - Precisa de receita, não é?

- Sim, sem dúvidas, mas as vezes são receitados como comprimidos para prevenir enxaquecas. - Ela olhou em sua prancheta e então retornou o olhar - Creio que isso é tudo.

- Obrigado, Dr. e Dra. Campbell.

⭐ Glossário:

✨ IML: Instituto Médico Legal
✨ Arsênico: Arsênico, talvez o mais famoso dos venenos, é o nome popular de um de seus compostos, o trióxido de arsênico - também conhecido como arsênico branco. Como mata: A primeira reação do corpo à intoxicação por arsênico é vomitar - mas geralmente a expulsão do veneno ocorre tarde demais para impedir o estrago.