The first pair

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"Tentar viver uma vida sem cicatrizes é escolher a desumanização."

- Z. Magiezi.

[Capítulo 6: O primeiro par.]

Depois de tanto estudar, Xichen percebeu que, as pessoas não se conheciam por acaso, eram destinados uns aos outros, feito um para o outro. Infelizmente, não são todos que podem encontrar o amor e por isso, Lan Huan achava que, quando alguém o achava podiam revive-lo em todas as vidas.

Jiang Cheng estava em seu peito, o abraçando e ele lembrava de si, o Lan não aguentou, então caiu em lágrimas, feliz e com medo de ser mais um sonho, mais um dos sonhos em que voltava a se sentir feliz e completo.

- L-Lembra de mim, A-Cheng? - Ergueu o rosto do mais novo, sentindo as lágrimas descendo por seu rosto e com um sorriso esperançoso nos lábios.

Jiang Cheng pôs as mãos na bochecha do mais velho e encostou suas testas, fechando os olhos - Lan Huan; Lan Xichen; Zewu-Jun... - Cheng respirou fundo, controlando os soluços de suas lágrimas - A-Die de Lan Jingyi e... - Os olhos se abriram e ambos se encaram, sorrindo um pro outro - E meu marido.

Mais um abraço apertado e demorado. Huan passou os braços pela cintura do Jiang, enquanto ele passava os braços por seu pescoço. Xichen enterrou o nariz do pescoço de seu amor, sentindo o cheiro de lótus, se enebriando.

- Eu te procurei tanto. Por tanto tempo. - Xichen sussurrava, ainda desacreditado, ainda se sentindo leve e, depois de tanto tempo, feliz. - Mas está aqui! Eu te amo tanto!

- Eu te amo! Eu estou aqui!. - Os olhares de carinho foram trocados mais uma vez, mas a distância parecia cada vez menor. Em determinado ponto, as respirações se mesclavam, dando permissão para o hálito quente ser sentido. A distância se findou e os lábios se tocaram.

Se fosse em sua primeira vida, Jiang Cheng teria dado um bom tapa no Lan por beija-lo em um lugar público, mas, aquela não era sua primeira vida, aquela é sua segunda chance. O beijo era calmo e cheio de saudade, tentavam sentir um ao outro com o máximo de detalhes. As línguas se tocavam com delicadeza, mas, de súbito, Jiang Cheng chupou a língua do mais velho, já que lembrava que o mais velho adorava. A resposta veio com um suspiro deleitoso saído dos lábios do mais velho.

Dois de mais algum tempo naquele ósculo, o celular de Cheng tocou, os tirando de sua pequena bolha. YanLi ligava desesperada para o irmão, assim como Ying deixava centenas de mensagens para si. Já passava das 20:30 e o Jiang não tinha dado nem sinal de vida durante o dia. Ainda abraçado por Xichen, o Jiang atendeu a irmã.

Chamada on.

- Jiang Cheng! Onde caralhos você está? - YanLi gritava afoita e mostrando aquele lado que a fazia parecer Madame Yu. Ao fundo ainda pode ouvir o Wei murmurando alguma coisa.

- Estou perto de casa JieJie. Eu vim comprar comida. - O Jiang se levantou e puxou o mais velho para vir consigo até o restaurante, entrelaçando as mãos logo que levantaram.

- Você quer fazer graça? Você some o dia inteiro e deixa a gente aqui com cara de cu? - Wuxian havia roubado o celular da Jiang e posto no viva voz. - Garoto, a gente tá aqui a mais de uma hora tentando te ligar e você simplesmente NÃO ATENDE ESTÁ MERDA? EU DEVIA CONTAR PRA MADRINHA E TE VER APANHAR, SUA GRANDE BESTA.

- Não seja dramático, A-Ying. Deixe de ser idiota. Fale pra JieJie que estou bem! Não deixe ela cozinhar, vou levar o jantar. - Cheng ainda segurava a mão do Lan, se olhavam e sorriam cúmplices. Xichen passou o braço pelos ombros do outro e sorriu mais ainda ao ver as bochechas rosadas.

- Eu juro que se não me trouxer algo com pimenta eu mato você.

Chamada off.

A chamada foi encerrada e o Jiang suspirou alto. Foi só uma hora! Ele não era uma princesa indefesa.

- A-Huan, como veio parar em Edimburgo? - Não que não estivesse feliz, mas, se o Lan morasse ali já teriam se encontrado, nem que de relance.

Xichen murchou um pouco, e pensar que estava tão feliz, graças ao assassinato de um ser humano - Xue Yang... Eu e WangJi somos os detetives do caso.

- Isso não é falta de profissionalismo? - Cheng olhou para baixo, mas apontava o indicador para os dois. - Falta de imparcialidade?

- Você se tornou meu marido mais de 500 anos antes dessa investigação, A-Cheng. - O Lan sorriu largo para o mais baixo, mas logo puxou a porta do restaurante para que o mesmo passasse - Meu amor tem prioridade.

- Cala boca, idiota.

Xichen sorria bobo para o outro homem, vendo ele conversar com a senhorinha dona do estabelecimento e dizendo como Wuxian estava insuportável e como YanLi estava atolada com as provas finais. Ele também comentou sobre o espetáculo e a senhorinha disse que estaria lá sem falta para ver seus melhores clientes brilhando. Quando tanto as refeições do Jiang quanto do Lan estavam prontas, ambos retornaram para a avenida.

- A-Cheng? - O mais novo o olhou, com uma das sobrancelhas erguidas. Deus, como sentia falta daquilo, da presença daquele homem! Huan selou os lábios em um rápido selinho, vendo o olhar surpreso do... Marido? Bem, sim. Ainda eram casados. - Nasceu com suas memórias?

- Não, eu e Wei Ying não nascemos com memória, na verdade, não sentíamos muita coisa. - Ele sorriu triste, lembrando de todas as vezes que ambos choraram por horas graças a aquele sentimento horrível - Não sei explicar bem, mas, as coisas eram vazias. Faltava alguma coisa, alguém. Somos assim desde pequenos.

- Seus ouvidos sangraram quando lembrou. Isso é frequente?

- As vezes, eu tenho problemas assim deste muito novo... Meus médicos disseram que era algum trauma gravado no meu consciente, mas nunca tive nada parecido - O Jiang parou de falar e olhou o mais velho, parecia estar analisando alguma situação em sua cabecinha.

Xichen logo mudou de assunto, querendo apenas ficar perto do homem de olhos ametista. Andaram mais algumas quadras e logo chegaram a casa do mais velho, que coincidentemente, era na rua transversal a rua da faculdade do mais novo.

- Tão perto... - Foi só um murmúrio, mas Cheng ouviu e logo deixou um beijo na bochecha do mais velho, sorrindo pequeno.

Como o bom cavalheiro Lan que era, Xichen convidou o mais novo para entrar, mas, mesmo querendo nunca mais sair do lado do Lan, Jiang sabia que seus irmãos o matariam. Por ter demorado e por estarem com fome!

- Posso te ver amanhã? - Jiang perguntou num fio de voz, sabia que o outro teria de trabalhar no caso do Xue, mas o queria perto. Foram mais de 521 anos esperando. Ele merecia!

- Pode me ver todos os dias. - Huan puxou o mais novo para perto de si, selando os lábios novamente.

Esse beijo era mais desejoso, com mais mãos bobas, mesmo que de forma atrapalhada pelas sacolas. Cheng puxou parte dos cabelos curtinhos da nuca do mais velho, sentindo falta do cabelo longo que costumava puxar. O beijo foi findado com selinhos e mordidas depois de um longo ósculo.

- Até amanhã, Huan-Gege.

- Até amanhã, meu A-Cheng.

E assim, ambos se afastaram, cada um rumando a sua própria casa, mas, mesmo que sentissem uma dor no peito e até medo de ser apenas uma brincadeira de suas mentes, estavam felizes por se acharem.

Das 4 almas gêmeas sofridas, 1 par já havia se achado.

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