Clemency and horny

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"Eu tive um sonho no qual eu tinha sete anos
Escalando uma árvore
Eu vi um pedaço do paraíso
Esperando, impaciente por mim, lá embaixo."

- Runaway, AURORA.

[Capítulo 63.1: Clemência.]

Nos tempos remotos o maior medo do ser humano sempre foi o desconhecido. Medo do que o escuro pode abrigar. Medo do que pessoas desconhecidas podem fazer. Não saber é sinônimo de medo. Porém, para alguns o desconhecido era um abrigo.

Veja bem, quando se é maltratado a vida inteira e se recebe algum tipo de cuidado se pode haver duas reações. Em primeiro estágio se sente medo tão avassalador de voltar a se machucar que se é cruel e mal com aquele que te fez bem. Ou se torna um dependente. Vivendo como um cão que vive para ver o dono feliz.

Wang LingJiao havia se tornado o cão fiel.

Mo XuanYu se tornou ambos. O cruel cão fiel.

Meng Yao não se tornou nada. Era o cão machucado que se tornou cruel.

Na perturbada mente do Jin bastrado não fazia sentido o por quê haverem pessoas que podiam ser felizes enquanto ele deveria ser humilhado e posto em segundo plano. Ao ser aceito em QinghiNie, Yao sempre viu o amor que os olhos de MingJue encaravam o irmão caçula. Toda a proteção e zelo que Zifen-Jun tinha, mesmo que vivessem brigando.

Por que um pirralho inútil como HuaiSang podia ter amor fraterno e ele não?

Quando se relacionou com Lan Huan era mais claro que a água mais pura de que a Jade pertencia ao Jiang mais novo. Mesmo que ninguém dissesse, Jiang Cheng sempre seria o dono dos olhares e sorrisos bobos de Xichen. Sempre seria aquele a receber todo o seu amor.

Por que alguém com uma personalidade explosiva como Jiang Cheng poderia ter o amor do grande Zewu-Jun e ele tinha apenas migalhas?

Meng Yao viu quando Xichen puxou o arroxeado pela cintura e lhe beijou com tanta paixão e volúpia que fizera o corpo do mais novo amolecer. Ele pôs as mãos no corpo do Jiang e o deixou unido a si. Não eram líderes ali, eram apenas dois seres de amando.

Huan nunca nem o tocou quando trocavam selares. Nunca o beijou com amor.

Meng Yao viu como WangJi teve medo ao ver a linha que maculava o pescoço do Wei ser manchada de escarlate puro. Wei Wuxian era o mundo de Lan WangJi. Sua vida e morte.

Por que um cultivador demoníaco como Wei Wuxian podia ter encontrado o amor e ele não?

A tristeza virou ódio e seu gatilho fora MingJue e o próprio Xichen. O Nie mais velho estava comentando e esfregando em sua cara como Huan parecia feliz por finalmente ter dado algum passo com o Jiang, apenas da situação com o agora Patriarca.

Lan Huan amava alguém e não era Yao.

Consumido pelo ódio o Jin não poupou o Nie. Tendo prazer em ver o corpo ser mutilado, sentido-se bem por ver um dos seus obstáculos serem superados. O ódio havia virado obsessão pelo único ser que lhe deu um único pico de carinho nesta vida.

No entanto, o próprio Lan ao qual era obcecado lhe enfiou uma espada no peito logo após dizer que jamais amaria alguém que não fosse a sua ametista. Jiang Cheng sempre seria seu passado, presente e futuro não importasse em que vida estivesse.

Aquelas palavras seguidas da espada fincada em seu peito foram seu fim físico e o fim de seu mundo. De acordo com o próprio Emóra, quando Xichen lhe deixou o último fio de sanidade do Jin e foi embora. Sua alma se recusava a deixar o mundo Cíclio. Se recusava a deixar Lan Huan ser feliz ao lado de alguém que não fosse ele. Era doentio. Yao viu o momento em que se casaram, quando adotaram o garoto Lan órfão, quando saiam como uma família junto as duas crianças - O Lan adotado e o Jin que fora seu sobrinho - que criavam como suas. A família Lan-Jiang-Jin era feliz e irradiavam amor. Aquilo lhe fazia transbordar de ódio.

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