Sealed

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"Milhões de cacos de vidro
Me perseguem do passado
Enquanto as estrelas começam a se unir
E a luz começa a desaparecer
Quando começaram a perder a esperança

Saiba que não terei medo."

- Sam Smith, Writing's on the Walls

[Capítulo 14: Selado.]

O dia que deveria ter sido espetacular, foi terminado em tragédia, ou quase. A ambulância acabava de sair da fundação, que encontrava-se rodiada de polícias, tentando acalmar e conter a multidão de pessoas assustadas.

90% das pessoas se perguntava ou perguntava aos polícias o que tinha acontecido e a resposta que tinham era "Uma tentativa de homicídio". De fato uma tentativa, pois, a senhora Wei e o filho primogênito, fizeram os primeiros socorros básicos da, também médica, estirada no chão.

Assim que receberam o alerta, mãe e filho apenas se olharam, ambos se levantaram e Wei pegou a caixa de primeiros socorros muito bem abastecida que jazia em baixo da mesa do pai. Todos os seis correram, logo atrás da moça portadora da notícia, indo até o picadeiro e achando o corpo dentro de uma enorme possa de sangue.

Lá, viram Wen Qing, professora de Wuxian e amiga da família, no chão, com os olhos entreabertos e morrendo lentamente, ao seu lado, Wen Ning chorava pelo medo da morte levar sua irmã. Ning também era médico, mas não podia tratar a mulher, não só era quebra de juramento, como também por ser perigoso. Família e amigos mexiam com emocional das pessoas, as deixando mais propícias a cometer erros.

- Tia Saren, ela ainda tá viva! - O Wen gritou quando viu a mulher, vendo ambos os Wei correrem em direção ao corpo. Wuxian já pegava panos grossos na maleta para parar os sangramentos, CangSan por sua vez, checava os sinais vitais da mulher.

Jiang Cheng e YanLi puxaram o Wen para longe do corpo, o abraçando e tentado evitar que seu amigo entrasse em uma possível crise de pânico. Senhor Wei pegava o celular e ligava para a ambulância, dizendo haver uma emergência e que uma mulher estava a beira da morte. Ambos os Jiang mais velhos chamavam seguranças para verem se as câmeras de segurança conseguiam monitorar aquele lado do pátio. Os irmãos Lan, procuravam na cena do crime algo relevante, achando apenas o moletom azul e surrado, coberto de sangue.

Foram apenas cinco minutos para a ambulância aparecer junto ao patriarca Wei, CangSan, por já conhecer os paramédicos, disse que não podiam levá-la. O coração estava parando, precisavam usar o desfribilador¹ ali, senão, ela poderia não resistir. Wuxian se intrometeu, pedindo a máscara de oxigênio, não adiantaria por o coração dela pra bater se ela não podia puxar o ar, graças aos cortes no pulmão. Os paramédicos vendo que estavam diante de dois médicos, seguiram o que foi mandado.

Pobre Wen Ning, já havia entrado em pânico e já chorava copiosamente. Jiang Cheng então, sentou o amigo o mais longe possível daquela baderna, ficando no canto a esquerda, na ponta da arquibancada, impossibilitando a visão do Ning. Pôs a cabeça dele entre os joelhos do mesmo e pediu para que ele repetisse os movimentos de respiração que o Jiang fazia.

Os irmãos Lan, não podiam fazer muita coisa sem o kit da perícia, precisavam esperam a polícia - A qual também foi chamada pelo Wei mais velho. Então, assim como os Jiang mais velhos e o senhor Wei, viram mãe e filho lutando em salvar uma vida enquanto, os irmãos Jiang ajudavam o Wen mais novo a não surtar mais ainda.

Huan e Zhan se olharam, estavam orgulhosos de seus maridos, mas sabiam que aquilo não podia ser por acaso. Wen Qing poderia ser uma vítima ocasional, mais ainda era uma reencarnação. As suspeitas dos irmãos faziam cada vez mais sentido. Aquilo tinha relação com seus passados, mas não sabiam como, ou porque. Zhan olhou para o moletom ensanguentado, ao qual não mexeram por estar sem luvas.

Foi deixado de propósito.

Foi assim até a polícia chegar, abrindo espaço e isolando a área. Os peritos locais, assim como os legistas, pediram informações aos Lan. Lukas Campbell foi até o Wen mais novo, ajudando Cheng a controla-lo, Emilly foi até Ying, ajudando com os panos para estancar o sangue. Minutos assim, ambos os irmãos Wen forma levados ao hospital, dando brecha para a perícia trabalhar.

- Vão ficar bem, não vão? - Wuxian perguntou a mãe, sentindo alguma lágrimas se agruparem em seus olhos. Aquilo era um grande pesadelo.

- Mesmo fundos, ainda dá pra salvar ela, querido. Temos que esperar. - Senhora Wei abraçou o filho, passando a mão pelos cabelos bagunçados e transmitindo carinho.

Já estavam reunidos no centro do picadeiro, ainda buscando se acalmar. Quando Lukas pôs a mão no ombro do Jiang mais novo e olhou ao redor - Saibam que vocês lutaram por vidas hoje. Agiu bem rápido cuidando dela, Ying. Cheng, Li, vocês não deixaram ele entrar em choque, ele podia ter um aneurisma. Salvaram vidas. - Lukas tinha um sorriso orgulhoso pelos garotos.

- Obrigado, professor. - Wuxian respondeu, ainda abraçado a mãe. Mas não se sentia tão heróico.

- Obrigado, professor. - Cheng também respondeu, suspirando alto e indo abraçar o irmão. Ele mesmo já queria chorar.

- Professor, também esta no caso de Xue Yang? - Foi YanLi a perguntar, vendo que seu antigo professor de biologia estava ali, como legista.

- Sim, querida. - Ele viu a cara triste de todos os três jovens. Deus, foram seus alunos, viu aqueles três crescerem - Vai ficar tudo bem no final. - Os três suspiraram, querendo acreditar nisso.

Os irmãos Lan pediram para os sogros e maridos irem para os camarins, afinal, estavam com os próprios detetives. Então podiam se trocar e depois voltar. Os peritos e os legistas procuravam qualquer coisa, mas além do moletom, alguns pingos de alguma coisa preta e um par de luvas de látex, nada mais foi achado. Lan Huan olhou aqueles pingos, pegando um pouco daquele líquido em um cotonete e logo colocando dentro de um tubo de ensaio. O Lan mais velho tremeu um pouco, se apoiando na arquibancada, sentido traços fortes de energia ressentida, mas tão rápido quanto chegou, foi embora.

- Zhan! - O mais velho chegou perto do irmão, o tirando de perto dos outros peritos, indo conversar em um canto mais afastado - Isso já esta saindo do controle. Isso é sobre nós, sobre nossa família!

- Se for assim, precisamos voltar a cultivar e saber quem mais reencarnou. - Lan Zhan falou tão sério quanto o irmão. - Saber o que houve depois que morremos e o que os meninos fizeram.

- Isso não é um caso, Zhan. É a continuação da guerra em que nós morremos.

Glossário:

Desfribilador: O DEA (Desfribilador Externo Automático) é um aparelho portátil utilizado no diagnóstico e tratamento de algumas arritmias malignas da Parada Cardiorrespiratória, como principalmente a FV (Fribilação Ventricular).
A função do DEA é identificar o ritmo cardíaco "FV" ou fibrilação ventricular, presente em 90% das paradas cardíacas. O DEA efetua a leitura automática do ritmo cardíaco através de pás adesivas no tórax.

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