Once upon in December

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"Ursos dançam no ar
Coisas de que me lembro
E a canção de alguém
Foi no mês de dezembro
Dias de felicidade
E os cavalos na tempestade
São imagens a dançar
Que eu posso recordar
Muito tempo passou
E o fulgor da lareira
Na memória ficou
Disso eu sempre me lembro
E a canção de alguém
Foi no mês de dezembro".

- Foi no mês de dezembro, Anastasia.

[Capítulo 73: Era uma vez em dezembro.]

Pequenos flocos de neve caiam pela cidade assombrada e deixavam o clima frio, a paisagem se tornando algo similar aos livros nos quais temos milagres de natal. A manhã ainda estava escura, graças ao grande compilado de neve e gelo. Pessoas andando pelas ruas muito bem agasalhadas pelo início de inverno.

Na sacada de seu apartamento Wuxian olhava a cena com uma caneca bem fumegante de achocolatado, sentado na cadeira suspensa com Suibian em seu colo dormindo de forma tão amena. O sorriso pequeno ao pensar que estavam livres enfim e aproveitando as horas antes de ir protagonizar a última apresentação daquele ano.

Ainda em seu colo Suibian abriu o olhinho e levantou as orelhinhas tão brancas quanto a neve lá fora, olhando para a porta e miando baixinho. O próprio Wei não precisava olhar pra saber que seu marido havia chegado da corrida matinal que havia ido com o irmão.

– Wei Ying? – Lan Zhan disse meio desentendido, não era comum ver o amado acordado tão cedo. Não as 7:30 da manhã de um dezembro frio. O homem mais velho tirou os tênis de corrida e pôs na pequena estante ao lado da porta, tirando o casaco grosso e pondo no cabideiro e ficando apenas com a blusa esportiva de manga longa e a calça de tecido pesado.

– Bom dia, Lan Zhan. – Wuxian disse logo depois de assoprar parte da fumaça de seu achocolatado , sorrindo de forma brilhante que o Lan tanto amava mas tão meigo e doce que sentia que o frio já não existia mais. – Como estava Xichen-Ge? – O sorriso do Wei aumentou quando viu o outro homem se aproximando e lhe dando um beijo sobre a testa, logo depois passando os dedos pela penugem branca da cabeça do gatinho em seu colo.

– Bem, esta quase completamente de volta. As cicatrizes doem um pouco pelo frio, mas tirando isso estava tão ele como sempre. – Era notável a felicidade dançando pelos olhos dourados e pelo sorriso perfeito de WangJi, a forma leve que ele estava era vista depois de muito tempo de dor. Ver o irmão e seus pais juntos na abertura do restaurante da cunhada duas semanas atrás foi suficiente para que tudo fosse levado a seu paraíso.

Seu irmão, pais e marido estavam bem, então ele estava bem. Quando seu filho estivesse com eles, então seria perfeito.

O Wei sentiu seu corpo arrepiando quando o vento frio encostou em sua pele, o cobertor em seu colo não sendo suficiente para evitar o frio e os poucos floquinhos que entraram em sua varanda atraído pelo vento. Suibian, também arrepiado, se levantou de seu colo andou para dentro de casa; voltando a deitar sobre o tapete felpudo e perto do aquecedor. Não demorou até o homem se levantar e fazer o mesmo caminho que o gatinho junto com a caneca, agora com o líquido pela metade.

– Lan Zhan, eu estive pensando em algo. – Wuxian sentou no sofá e viu o marido na cozinha e pondo uma xícara do líquido doce junto ao bolo que sua mãe havia mandado para um café da manhã pôs treino.

– Pensando? Pensando em que? – WangJi caminhou até a bancada da cozinha e pondo a comida ali em cima, olhando de forma questionadora o marido e esperando ele prosseguir.

O Lan viu o amado se levantando do sofá e caminhando até si, a caneca de achocolatado quase vazia dele sendo posta sobre o balcão ao lado da sua. Wuxian passou os braços pelo corpo do marido, encostando a cabeça em seu ombro e passando o nariz gelado pela bochecha quente do Lan.

– Talvez devêssemos nos mudar para uma casa maior... – A voz do Wei era baixinha, vez ou outra dando beijinhos na bochecha do marido. Sabia que WangJi não iria negar o pedido a ele, mas não custava nada fazer o pedido de forma carinhosa. – Ter nossa casa, decorar da nossa forma e grande para nós e nosso filho. Bem, e coelhos também.

– Mudar? –WangJi passou a mão pelo corpo do marido, o deixando sentado em seu colo e o pondo em um abraço de urso. – Lan Ying quer, Lan Ying consegue. Quer começar a procurar na primavera? – Wuxian sorriu mais largo ainda, se jogando no pescoço do marido e o abraçando, logo deixando vários e vários beijos pelo rosto do marido dizendo muitos e muitos: "obrigado".

– Sim! Podemos achar uma casa perto de um dos parques, com um jardim na frente e com quintal. – Lan Zhan passava a olhar o mais novo dando voltas e mais voltas pela sala em uma dança desordenada. Suibian foi pego do chão e posto nos braços do Wei, como se ele fosse seu par. – O que acha, Bian? Não seria incrível? Poder fazer piquenique em família perto dos coelhos e muito espaço pra você explorar. Ah, nosso filho iria adorar! E se enfeitássemos com borboletas uma das paredes da sala? Yuan amaria e- – O Wei foi cortado quando WangJi o puxou e o beijou, o sorriso por ver que seu marido estava feliz. Suibian só pode pular dos braços do dono enquanto murmurava resmungos em forma de miado por ter sido arrancado do seu conforto. – Lan Zhan?

– Case-se comigo? – WangJi foi curto e direto, mas sorria feliz. O rosto do Wei foi ficando espantado na medida que entendia o que estava acontecendo ali, mas logo deixou-se gritar em alto  e bom tom todo os sinônimos de aceito.

O casal continuou a rodopiar pela sala como personagens de um clichê romântico. No fim, o chocolate ficou frio pelo tempo passado, mas ambos os corações permaneciam quentes e tão em paz que os deuses se deixaram ver a cena amável por alguns segundos. 

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