Circus Game

Solitário

"Todo mundo sabe meu nome agora
Mas algo sobre isso ainda parece
estranho
Como olhar em um espelho, tentar se
firmar
E ver outra pessoa
E nem tudo é o mesmo agora
Parece que todas as nossas vidas
mudaram
...
Mas isso está me matando agora."

- Justin Bieber, Lonely.

- Inferno! Maldita flauta imprestável! - XuanYu andava de um lado ao outro, arrancando parte dos fios escuros graças a força que aplicava em suas mãos. Os olhos ficavam em um amarelo de sub-tom quente, os deixando destacados no escuro. Os móveis da sala moderna eram atirados pelas paredes de tons escuros, mas a mesa de centro foi jogada para a parede ao qual continha a porta. Esta em um forte tom carmesim.

- Reclamou tanto das minhas atitudes, mas você foi bem pior. - LingJiao sorria sentada na única poltrona intacta, ela girava o bisturi banhado em seu próprio sangue nos dedos. Ao que parece ver tanto sangue acarretou um certo prazer a mesma. - Não me admira Wuxian ter te abandonado, A-Yu. - A ex-noiva de Wen Chao adorava brincar com o ódio alheio. Ela gargalhou vendo os cortes e cicatrizes no corpo do Mo aparecerem, sendo o celo de seu ódio pelo mundo do cultivo e por tudo que sofreu na mão de quem deveria lhe ajudar. O bisturi foi até a bochecha onde um dia o Wei lhe casou um corte. A ponta do utensílio afiado tocou a cicatriz, a abrindo aos poucos e deixando o sangue escorrer pela bochecha pálida.

- Quiangda-Jun já não deixou bem claro qual a sua posição? Lembro muito bem do Lorde concordando com ele antes de mandar a merda da sua as de volta ao limbo. Sofreu muito lá? Jovem esposa Wen? - O Mo sorriu largo quando viu a expressão da mulher se fechar e se tornar sombria.

Não era surpresa que ambos se odiavam, pois para o Mo a Wang representava o mesmo tipo de pessoa que o fez sofrer em troca de egocentrismo e orgulho. E para a Wang, Mo representava a escória do mundo do cultivo. Ao ponto de que nem mesmo Wei Wuxian se dignou a ajudar o Mo.

- Me responda, A-Yu. O que sentiu pelo seu senhor Patriarca Yiling? - Ela se levantou quando o outro se sentou no braço do sofá, andando ao redor da sala como se pontuace o assunto. - Sofreu tanto na mão da Seita Jin e na minúscula Seita da sua mãe e nunca o cultivador responsável pelo bem estar de todos apareceu pra te ajudar não foi? Sempre diziam como Huanguang-Jun aparecia onde o caos estivesse, mas ele nunca ligou para o caos que a Seita Mo causava em uma pobre criança não foi? - Ela viu os olhos do homem fixados em nenhum ponto específico, como se as memórias estivessem se materializando em sua frente. Como se estivesse revivendo tudo. - Wuxian foi sua salvação, não foi? Era a resposta dos teus problemas. Apenas precisava entregar seu corpo e ele poderia te vingar. Não é, A-Yu? - Ela andou até ele, pondo a mão em seus ombros esguios e finos. Não se gostavam, mas tinham um ódio em comum e cabia a ela acalmar aquela criança quando XuanYu perdia o controle. Melhor dizendo: Cabia a ela, manipular a mente já tão enfraquecida e fragmentada de quem um dia só quis ser feliz.

Uma fina lágrima escarlate desceu pelo rosto do homem, manchando sua bochecha clara e pingando em sua calça de linho. XuanYu estava em transe e a Wang sabia disso. - Eu só queria ajuda...

- Eu sei, meu querido. Eu sei. Mas Wei não quis saber não foi? Ele só se preocupou em se entregar ao líder da Seita Lan, com o seu corpo. Wei Wuxian foi um insensível, A-Yu. Por isso, nós temos que acabar com essa escória. - Ela fez um carinho nos fios curtos, vendo ele se assustar um pouco com o carinho desconhecido. - O que nós queremos, XuanYu?

- O fim da felicidade de Yiling Laouzu.

[🥀]

- JieJie, eu estou bem. - Cheng falava com os irmãos em uma chamada de vídeo. Depois de seu quase desvio o homem não tinha forças para se manter em pé sem tremer, assim como não aguentou comida em seu estômago. Não tinha nenhuma condição de ir a faculdade naquele estado, então resolveu avisar os irmãos, o que nos trás a seguinte situação. - Só preciso descansar.

- Não tem remédio que ele possa tomar, A-Xian? - YanLi perguntou se referindo ao mais novo, ela tinha a expressão aflita e sem muito ânimo.

- Ele não pode tomar anti-inflamatório de barriga vazia, Shijie. Pode fazer mal ao estômago dele e acarretar uma gastrite. - O Wei disse na chamada. Ele estava na cozinha do apartamento, o celular em pé na bancada enquanto lhe filmava coar o café. - Peça pra Zewu-Jun lhe fazer um chá, Da-ge. Vai fazer bem ao seu estômago.

- Por falar nele, onde esta, Lan-Gonzi? Ele é seu marido, deveria estar cuidando de você. - YanLi perguntou. Não estava mais na frente do celular, pois se trocava em seu closet. A fala da mais velha trouxe espanto a ambos irmãos que não tinham ciência das lembranças alheias, o susto foi tanto que Jiang Cheng se engasgou com a própria saliva e Wuxian deixou o bule vazio cair no chão.

- Aí! Merda! - O Wei girava pela cozinha sentindo dor por ter o pé acertado pelo item de metal, coisa que chamou atenção do Lan sentado no sofá com Suibian. - Lan Zhan!

- A-Ying. - Zhan foi ao marido e pegou o item no chão, percebendo que o Wei apenas fazia manha. A cena fez ambos os irmãos Jiang notarem um Huanguang-Jun sem camisa na cozinha alheia. - Tome cuidado. Podia ter se queimado.

- Ah! Quanta melação! - O Jiang mais novo comentou em drama. Xichen estava sentado na poltrona na frente da cama e acompanhava tudo. Com um sorriso brincalhão, Xichen se aproximou e beijou a testa do marido perguntando se seu bebê já queria comer. - Lan Huan eu vou te matar!

A risada escandalosa do Wei se fez presente, até mesmo WangJi e YanLi sorriam para a audácia do Lan mais velho. - Foi bom te ter como cunhado, Zewu-Jun. - YanLi ditou divertida.

- Até a próxima vida, irmão. - Zhan comentou abraçando Wei Ying por trás.

- A-Xian! - No meio das piadas uma eufórica YanLi se fez presente, esta que saltou no banco de sua penteadeira. - Estamos quase dez minutos atrasados! - Wuxian se soltou do marido e correu ao banheiro, deixando WangJi sozinho na frente da chamada.

- Melhoras, A-Cheng. Eu e A-Xian vamos visitar vocês no fim da aula. Cuide bem do meu irmãozinho, Lan Xichen.

- Prometo que vou, Jovem Dama Jiang. - Xichen sorriu e logo a chamada entre os três foi encerrada.

- Amor... - Cheng começou quando já estavam deitados na cama, agora limpe e com os lençóis e fronhas trocadas. Lan Huan olhou o mais novo e viu ele se aconchegar mais em seu peito. - Eles realmente vem?

Um nervosismo tomou conta do Lan, pois sabia que o outro falava dos irmãos Nie. A ideia era o Lan ir buscá-lo nos aeroporto, mas com Jiang Cheng quase indo a óbito em sua frente, Huan não se atrevia a se afastar do marido. Sendo assim, os Nie iriam a sua casa pois o hotel em que ficariam era no centro da cidade.

- Creio que sim, bebê.