Love

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"Pois temos o mesmo sangue, sangue
Temos o mesmo sangue, sangue
...
Será que é bastante?
Nós temos o mesmo batimento
cardíaco
Nós estamos vivendo pelos mesmos
sonhos
Nós temos o mesmo sangue
correndo mas veias
Onde nós todos erramos?."

- Love, Imagine Dragons.

A história do cultivo era algo distorcido e erguida sobre milhares e milhares de mentiras. Sendo contada por pessoas repletas de raiva e medo, que não tinham e nunca iriam ter vontade de saber a verdade para não lançarem ódio a um inocente.

A prova de tamanha ignorância foi a covardia cometida a ramificação inocente da família Wen, sendo condenados por ter o mesmo sobrenome de monstros sem alma e coração; Foi o ódio lançado de forma gratuita ao patriarca Yiling, acusado de atrocidades que nunca havia cometido; Ao medo que todos seriam do morto vivo chamado de General Fantasma. Um simples médico de coração puro, que nem depois de morto sentiu ódio pelos outros, que foi considerado um monstro por algo que não foi sua culpa. Ele não pediu para ser possuído, mas os ignorantes não se importavam com sua inocência pois a ganância sempre falaria mais alto dentro dos corações impuros.

Do ponto de vista filosófico, os Wen restantes encontraram paz no descanso eterno, sendo embalados pelos braços protetores dos deuses em um sono tranquilo e sem fim, bem longe da descriminação alheia. O "Mal do mundo" conseguiu sua segunda chance, voltou para o abraço e segurança do homem que amava, voltou a fazer parte da vida do menino que chamou de filho. Nunca mais esteve sozinho.

Por muito tempo, o chamado General Fantasma não teve a paz que merecia, não vinda do mundo do cultivo. Mas fora recebido de braços abertos por seu sobrinho, sendo caminhando e conversando horas e horas com o Lan por adoção se sentindo amado como por muito tempo não sentiu. Claro que JingYi e Jin Ling também lhe faziam companhia, saindo os quatro para caçar ou apenas brincar com os coelhos e as amadas borboletas de Yuan. Também havia a amizade que ele, Wuxian e Jiang Cheng haviam reconquistado, não se importando muito com o fato do Wen ser alguém entre a vida e a morte. Mas a pessoa que o Ning queria ver nunca voltou, na realidade, fingiu que ele não existia.

O cadáver feroz admitia que era muita inocência sua achar que depois de mais de dez anos, seu amor de adolescência ainda estivesse minimamente erguido. Mas não esperava sob nenhuma hipótese que Nie Huaisang fosse o tratar como... Um nada. O pobre General nem força tinha para revidar, fora Jiang Cheng que fez o de vestes verdes se calar, dando um tapa estralado na face alheia.

Ele realmente achou que seu antigo amor tivesse um coração. Doloroso engano.

Durante as aulas em Gusu, enquanto era imerso no grupo peculiar de amigos do mestre Wei, o Wen se viu apaixonar pelo jeito delicado do garoto baixinho a esconder o rosto com um leque. Para Ning era totalmente misteriosa a áurea do Nie, pois eram raras as vezes em que ele deixava mais do que o olhos aparecerem. Um mistério que o Wen queria tanto desvendar.

Enquanto cadáver, o General ainda sentia o toque delicado e tímido dos lábios de Nie Huaisang, durante aquela noite fria em GusuLan, logo depois de ambos terem conversado e desabafado sobre seus irmãos. Se tivesse lágrimas, ele as deixaria passear pelo seu rosto frio, deixando que chegassem ao pescoço repleto das marcas de queimadura. Mas ele não era sortudo ao ponto de ter como desabafar, o jeito era deixar passar, podia ter cumprido bem seu papel se o filho de seu amigo não tivesse percebido e lhe obrigado a desabafar as palavras que não durou nem mesmo para Wuxian. JingYi foi um bom ouvinte, apenas lhe dando um abraço de consolo e prometendo que guardaria o segredo do General, afinal, eram família agora.

[❔❔]

Para o caçula dos Wen, estar naquela casa sem a irmã era realmente estranho. Viviam juntos desde que a mulher se tornou professora da faculdade de Edimburgo e que descobriram que o Wen havia passado em medicina. Ambos recebendo muitos abraços e carinhos orgulhosos de seu pai e avó.

Mas obviamente que Wen Lian e Wen Guo não deixaria seus tesouros soltos por Edimburgo. O pai de ambos obrigou os dois a ligar diariamente para a avó ou para si, para dizer se estavam bem, se queriam conversar ou apenas dar um boa noite. Ning particularmente falando ou não se importava com a super proteção de seu genitor. Sabia que desde que sua mãe morrerá ele temia perder mais alguém, tendo apenas os filhos como lembranças da mulher que foi dona de seu coração e que ainda era.

Não é necessário pontuar o quanto ambos os Wen se desesperaram ao saber do ocorrido com seus tesouros. Mesmo morando na Inglaterra, o médico pediatra e a cirurgiã aposentada pontuaram que iriam o mais rápido possível para a capital assombrada averiguar seus meninos. Dando origem a um reencontro regado a choro e abraços, além de muitos sermões e faces preocupadas. Mas sempre pontuando que nada foi culpa deles, absolutamente nada.

- A-Ning, venha comer. - Sentado no balanço de quintal de sua casa, o ex-general ouviu a voz carinhosa de sua avó o chamando para almoçar. Se sentia mal por não ir ver a apresentação dos amigos, mas o próprio trio disse que não havia problemas e que fariam uma festa do pijama para comemorar, só queriam que seu bolinho de canela ficasse bem. Ning era tão sortudo de tê-los.

O jovem levantou lentamente do banco pendurado, andando sem pressa até a porta que unia quintal e cozinha. Pode ver seu pai segurando o riso, sentado em uma das cadeiras da mesa de madeira, apontando para sua avó que remexia os quadris de forma dura ao som de Rihanna. O jovem adulto não evitou e sorriu alto para a avó, sendo acompanhado do pai em altas gargalhadas.

- Do que estão rindo? Nunca viram uma gostosa? - Senhora Wen falava apontando a colher de madeira para os dois, falando em falsa ameaça.

- Esta falando de você, A-Niang? - Wen Guo não temia a morte aparentemente, afinal, teve de se abaixar as pressas para desviar da colher de madeira jogada em sua direção. - Quer me matar, mulher?

- Você fala demais, homem! Venha, A-Ning. Hora de almoçar, não quero meu neto com o gosto daquela pasta anêmica que o hospital chama de comida.

- A velha tem razão, filho. - Seu pai completou, sendo acertado por um pano de prato.

- Velha é a tua mãe! - Wen Lian ditou carrancuda. Criando mais risadas no neto.

- Precisamente! - O patriarca comentou, debochando da mulher e retirando o pano molhado de sua face. - Não ligue pra a velha. Vem, A-Ning. Assim podemos ver Star Wars mais tarde.

- É Star Trek! - Pronto, mais uma briga boba entre os dois.

General Fantasma podia não lembrar do que sofreu em seu passado, mas sabia que em seu presente era amado e bem cuidado, sem os traumas que o assolaram por anos. Talvez ele sentisse o amor de um consorte no futuro.

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