Worship Like a Dog

377 67 29
                                    

"Nós nascemos doentes
É o que eles dizem
Minha igreja não oferece absolvições
Ela só me diz: Louve entre quatro paredes
O único paraíso para onde serei enviado
Vai ser quando eu estiver sozinho com você
Eu nasci doente, mas adoro isso
Ordene-me que eu me cure
Amém, amém, amém
Leve-me à igreja
Louvarei como um cão no santuário de suas mentiras
Vou lhe contar meus pecados para você afiar sua faca
Ofereça-me aquela morte imortal
Bom Deus, deixe-me lhe entregar minha vida."

- Take me to church, Hozier.

[ Capítulo 66: Louvando como um cão. ]

- Nie desgraçado! - O detetive fajuto gritava por entre as paredes do apartamento pacato e de iluminação falha. Fazia questão de destruir o que estivesse em seu caminho, usando chutes e socos para tal. - Eu deveria ter matado ele junto ao irmão imprestável! - Ele apoiou as mãos sobre o estofado da poltrona já destruída, apertado o local e deteriorando a pequena parte intacta de seu encosto. - Ha, MingJue é outro imprestável. Vou adorar cortar a cabeça dele pela segunda vez. Dessa vez posso gravar enquanto ele sofre!

- A quem quer enganar? - XuanYu comentou enquanto tomava o conteúdo duvidoso de uma garrafa térmica. A face desinteressada contrastando com o rosto consolidado de raiva do meio irmão. - Nos dois sabemos porque você o odeia e essa sua fixação pelo gêmeo bonitão mais velho. - O Mo curvou as pernas enquanto estava sentado sobre a mesa de madeira clara. O sorriso debochado bordou sobre a face cansada. - Só está assim porque Zifen-Jun te- - A mesa de centro foi arremessada sobre o Jin bastardo mais novo o fazendo voar alguns metro sobre o chão, esbarrando na parede junto a madeira e o vidro temperado.

- Calado, seu cão! - A parte deslocado de um dos móveis quebrados foi colhido da pilha de entulhos e arremessado sobre o rosto do fantasma já machucado, acertado parte de seu tórax já bastantes sofrido. A risada alta de XuanYu serviu apenas para irritar ainda mais o homem reencarnado.

- O que houve, irmão? A verdade dói demais? - Mo sentiu outro impacto por sobre seu rosto, sentiu as farpas da madeira retalhada lhe tocarem a bochecha e o nariz. Era fascinante como o mais velho lhe tentava machucar mesmo sabendo que não sentia dor. - MingJue e você deveriam ser almas gêmeas, ele te daria todo aquele amor nojento. - Dessa vez não fora madeira, mas sim o punho daquele que dividia parte de seu DNA. Sentiu o sangue lhe tocando a língua e os cortes se abrindo por seu lábio inferior. - MingJue nunca ficaria com alguém sem honra. Não é? - Yu se pôs em forma gasosa, pairando como uma grande nuvem negra e densa por sobre seu mais velho. A risada ecoava por todos os cantos, em uma voz grossa e alta. Yao tentava acerta-lo com objetos ao seu alcance, mesmo que sempre falhasse de forma grandiosa. - Me diz, doeu muito quando ele te desertou? Ele cortou a marca de vocês não foi? Ah, deve ter sido uma dor infernal. - E novamente a gargalhata se alojava pelo tímpano do Ex-Líder Jin.

- Fique qui- - O corpo de MengYao foi levantado no ar, sendo sacudido no ar. Não demorou para a forma do Mo bater o corpo do detetive pelas paredes e teto.

- O imortal tem toda razão, você é um fraco. Não sinto dores, irmão, mas você? - A voz divertida apenas aumentava na medida em que o sangue banhava o corpo fraco e ferido de Yao. - É um pobre coitado! Eu me cansei de você! Lembra que fez comigo? Lembra, Líder Jin? - O corpo foi jogado no chão de concreto, uma força de tamanha grandeza capaz de quebra-lo em uma cratera.

- Voc-ê não é nad-a sem mim. - O corpo enfraquecido foi revestido pelas sombras, sendo encoberto por completo e deixando o clima em temperatura tão fria que era possível ver o gelo ao que se falava.

- Então não se importa se eu for embora, não é? - A nuvem negra voltou a tomar a forma de Mo XuanYu. O corpo intacto e como se jamais fosse maculado por objetos. - Ser ajudante da muito trabalho e não compensa. Agora que MingJue vem atrás de você, quero ver tudo de camarote. Testemunhar sua derrota será fantástico! - Yu se aproximou da face desacreditada e meio pálida do Jin mais velho e lhe ergueu o rosto pelo queixo. - Vou amar te ver morrer. Espero que os Nie e o bonitão mais novo enfiem uma espada na sua cabeça e a esfaqueem sem parar.

- É um blefe! N-ão pode me deixar... - Yu andou pela sala, se deixando livre das sombras que o cercavam. Sentou-se no resto de sofá, ao som dos berros de MengYao que corria para tentar impedir o que quer quê ele fosse fazer, tocou a estaca de madeira solta e a mirou no peito. - Lembre-se que vejo tudo, irmão. - A madeira perfurou o tecido da blusa social, tocando a pele branca como papel e dilacerando as células epteliais. Passando pela 3° e 4° costela, rasgando os músculo do coração e tocando boa parte do septo interventricular e a ponta do ventrículo esquerdo. Os movimentos apenas pararam quando a ponta da madeira tocou o estofado após atravessar o corpo magro.

Estava perdido, perderá o último fantasma que lhe restará. MengYao tremia em pânico e raiva, olhando os lados em ansiedade e frenesi. Os Nie iriam o achar e estava indefeso, não tinha como vencer.

A não ser que...

Uma última chance de vencer, sua última tentativa: Manipular Lan Xichen mais uma vez.

Circus Game Onde histórias criam vida. Descubra agora