(bitter) sweet

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"Era uma vez, quando o mundo ainda
não era mundo, um pequeno ser feito
da mais pura inocência nasceu,
agraciando o sol com seu brilho e
vida.
[...]
Em uma noite de ventania durante o
laranja do outono, o pequeno ser
estava deitado em sua cama,
esperando os braços de Morpheu lhe
embalarem, mas foi interrompido por
batidas em sua janela de vidro,
fazendo o barulho seco ecoar pelo
quarto, cortando o silêncio gutural
que ali jazia. Quando a pequena
passagem foi aberta, uma figura
indefinida se formou na frente de
seus olhos, algo entre o humano e o
bestial. Uma criatura que faria o mais
bárbaro dos homens tremer, mas
inesperadamente, a inocência sorriu
para a coisa.
- Esta pronto para vir comigo, meu
amor? - Perguntou-lhe a solidão.
[...]
- Minha (agri)doce imaginação.
Codinome: Lara Grace.

[Capítulo 23: (agri) doce.]

- Er-Gege...

WangJi sentia algo estranho em seu peito, vendo o homem a sua frente e que aparentemente parecia recordar de si e de sua outra vida.

Deus, se fosse mais uma brincadeira do Wei, ele o esganaria!

- Huanguang-Jun...? - Wuxian olhava com lágrimas para si, sem sorrir, sem brincar, apenas chocado demais para manter a máscara de gracinhas. Ali o Lan teve certeza, seu marido voltará.

- Senhor Lan? - Invadindo a "bolha" do casal, uma jovem enfermeira apareceu, dando um susto em ambos os homens, fazendo o Wei sentar apressado e desajeitado na cadeira de metal. - A senhorita Wen já pode ser entrevistada.

Quando WangJi pensou em retrucar e pedir só alguns segundos, pois ele conhecia o caminho e poderia muito bem ir sozinho, ele viu Wuxian se levantar apressado e dizendo que ele e o Lan se falariam quando terminasse com a mulher, pediu licença e saiu desengonçado, quase tropessando nos próprios pés. Vendo que o marido precisava de algum tempo, o mais velho rumou ao quarto da vítima, já tirando o celular do bolso de seu sobretudo e preparando o aplicativo de gravação de voz.

Wen Qing estava parcialmente sentada na cama do hospital, com uma daquelas roupas azuis e de tecido fino e que sempre deixam uma sensação ruim quando estão na pele. O homem podia ver que os curativos cobriam todo o pescoço e parte dos antebraços, provavelmente seu dorso não deveria estar diferente.

- Senhorita Wen, sou Lan Zhan, um dos detetives responsáveis pelo caso Lótus. - Julgando o estado do corpo da mulher, ele preferiu se apresentar apenas acenando com a cabeça, visto que um aperto de mão poderia ser doloroso pra ela. Qing não pareceu reconhece-lo, ou então ela fingia muito bem, era difícil dizer, afinal, a sua frente era Wen Qing. - Se não se sentir desconfortável, gostaria de lhe perguntar algumas coisas.

- Pode perguntar, detetive. - Qing respondeu amena, evitando movimentos bruscos, se mantendo o mais quieta possível. Seu corpo doía. A mulher viu o Lan puxar a poltrona de visitantes um pouco mais para perto de si, sentando ali e pondo o gravador para funcionar.

- Senhorita, lembra de tudo que lhe ocorreu? - O homem começou, vendo a moça murmurar um sim desinteressado. - Por que foi ao picadeiro quando não tinha mais ninguém?

- Eu estava esperando meu irmão mais novo do lado de fora da tenda, para falarmos com a YanLi, o Ying e o Cheng, mas A-Ning foi ao banheiro e eu apenas fiquei ali. Mas, eu comecei a ouvir risadas vindas do picadeiro, começou como uma gargalhada fraca, mas depois se tornou alta, por uns instantes eu achei ser o Wei, já que ele é a única pessoa que ri tão alto assim. - Ela soltou um leve sorrisinho ao falar do amigo e aluno tão hiperativo - Só que quando eu vou fui ver quem era, só havia uma mulher sentada na arquibancada e estava com a mão sangrando.

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