5. Live fast, die young

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-PoV Cosima-

Não adiantava lutar contra a Alison, se eu estava com tudo pronto para a viagem, ela estava com tudo pronto para minha despedida. Ela já tinha me intimado, sexta-feira a noite eu deveria estar livre, no final da tarde do sábado eu já estaria indo embora, então era agora ou nunca.

**Mensagem de texto:

-Alison: E aí, Cos? Eu e o Donnie já estamos prontos. Mas como você está sempre atrasada, vou esperar 15 minutos e saímos.

-Passamos aí de Uber.

-Cosima: Obrigada, vou precisar dos 15 minutos. -respondi super rápido pra não me atrasar mais.

Logo voltei a digitar mais....

-Você nem disfarçou dessa vez que já está com o Donnie. E então, o sexo tá sendo bom?

**

Perguntei e já ria da resposta, eu não costumava ser esse tipo de pessoa, mas com a Alison era divertido, ela realmente fica com muita vergonha, como se fosse errado uma mulher de quase 30 anos fazer sexo.

Na mesma hora meu celular tocou e a única coisa que recebi foi um:

**

-Alison: Fica quieta, Cosima!

**

Apenas sorri, achei melhor não responder pra não me atrasar mais. Após os 15 minutos eu estava pronta, fiz minha maquiagem de sempre, coloquei uma das minhas meias rendadas com uma bota preta, e um vestido vermelho que ficava bem justo ao meu corpo, peguei um lenço cheio de caveiras e enrolei no meu pescoço, abusei dos acessórios e não levei bolsa, coloquei meu celular e iria colocar minha chave dentro do vestido. Eu vi a mensagem da Ali que já estavam lá embaixo me esperando, então fechei o apartamento e fui encontrá-los.

-Boa noite! -falei enquanto entrava no Uber. Todos me responderam, Ali, Donnie e o motorista, e eu depositei um beijo na bochecha da Alison quando sentei no banco de trás com ela.

-Então, você não vai me contar mesmo em que armadilha tá me metendo aqui? -perguntei já segurando o riso.

-Armadilha? -agora ela parecia um pouco ofendida. Você acha que é isso que eu venho fazendo a semana inteira? Uma armadilha pra você? -os braços dela estavam cruzados e ela me olhava esperando uma resposta.

Eu e o Donnie não seguramos o riso, era muito fácil irritar a Alison.

-Calma Ali, eu só estou brincando com você, eu amo suas surpresas. -dei um abraço nela e ela logo descruzou os braços retribuindo o abraço.

-Ah bom, porque você já estava prestes a ficar sem isso. -ela abriu a bolsa e me mostrou uns cigarros de maconha.

-Alison!! -falei alto demais. O motorista olhou pra gente e ela me mandou ficar quieta. Ela realmente sabia agradar qualquer pessoa.

-Donnie, ainda bem que você foi rápido, senão eu quem levaria a Alison pra casa hoje, ela realmente sabe me fazer feliz. -Donnie deu uma enorme gargalhada enquanto se virava no banco da frente para olhar a gente. -Ainda bem, então. -disse ele ainda rindo.

-Vocês são tão bobos. Quantos anos vocês tem? 15? -dessa vez até ela mesma riu.

Chegamos no local da festa, e eu não estava acreditando, era um galpão enorme, e estava todo ornamentado com duplas hélices feitas de bexiga, e uma faixa de "Sentiremos sua falta, Cosima", no canto esquerdo tinha um bar, e lá no final dava pra ver um palco com uma mesa de DJ, a Alison tinha feito uma festa de verdade, eu não conhecia nem metade daquelas pessoas da Universidade, provavelmente nem todos eram de lá, mas nem me importei, eu só queria aproveitar e dançar com meus amigos, e é claro, fumar aqueles cigarros que a Alison trouxe.

O Paul chegou instantes depois, umas 21h15, com umas duas calouras desconhecidas, com um braço no pescoço de cada uma. Ele falou alguma coisa pra elas no ouvido e veio se juntar a gente, eu posso apostar que ele ficaria com aquelas duas e com mais qualquer outra que aceitasse. O Paul era muito meu amigo, mas tenho que falar, homem hétero baladeiro é muito estranho, até eu ele já tentou beijar numa festa quando a gente ainda tava na graduação, tive que lembrá-lo que eu estava ali procurando a mesma coisa que ele.

O DJ já estava tocando, mas quando começou a música...

It's gonna be you and me

It's gonna be everything

You've ever dreamed

It's gonna be who and me

It's gonna be everything

And everything

We're meant to be

Corremos os quatro juntos para perto da mesa de som e dançamos, a Alison passou os cigarros pra gente, e nos ajudou a acender, algumas tragadas depois e estávamos rindo uns dos outros sem motivo algum. O Paul não parava de fazer desenhos com a fumaça e o Donnie preferiu ficar só na cerveja, ele sabia que a Alison era fraca pra essas coisa e em algum momento talvez seria necessário que ele a carregasse pra casa. Resolvi também pegar leve, pois eu tinha menos de 24h pra mudar de País e eu não poderia me dar ao luxo de perder o voo ou qualquer coisa do tipo.

Ouvi o DJ chamar pelo meu nome, e encontrei o olhar da Alison, ele colocou uma música, e todos estavam esperando que eu começasse a dançar.

Live fast, die young

Bad girls do it well

Live fast, die young

Bad girls do it well

My chain hits my chest

When I'm bangin' on the dashboard

My chain hits my chest

When I'm bangin' on the radio

Comecei batendo o pé no chão umas três vezes sentindo as batidas da música, dei um sorriso pra mim mesma e quando a música começou eu dancei como se fosse minha última dança, puxei a Alison que ficou com vergonha de subir ao palco, mas o Donnie deu um empurrãozinho e mesmo com vergonha ela dançou comigo, puxei o Donnie logo em seguida e em questão de segundos a Alison já estava dando tapas na bunda do Donnie, o que me fez rir muito, e eu precisava registrar aquela cena, assim o fiz.

Todo o resto da noite foi incrível, quando decidi que eu deveria ir embora, acho que ainda passei uns 40 minutos me despedindo de todo mundo. A Alison disse gritando no meu ouvido:

-Se mais tarde eu ainda estiver viva vou te dar um abraço no aeroporto, eu ri, e dei um longo abraço nela, ela estaria viva, mas não tinha certeza se estaria acordada. Donnie e Paul rapidamente se juntaram ao abraço e ficamos ali uns 5 minutos, não sei, talvez mais, eu estava completamente perdida no tempo.

Eles me deram parabéns, desejaram boa viagem, e várias outras felicitações, eu iria sentir muita falta deles, mas não estava triste porque estava indo embora, ninguém estava na verdade, estávamos todos felizes, e isso me deixava totalmente calma. Afinal, eu estava me jogando num mundo totalmente novo onde eu não conhecia praticamente nada. Pedi um Uber, e logo estava de volta ao meu apartamento, eram 5h da manhã. Coloquei o despertador às 13h, precisava estar no aeroporto às 16h, era tempo suficiente. Mas, eu estava tão ansiosa que acordei antes do tempo e comecei a tentar imaginar o que vinha pela frente nessa nova etapa da minha vida em Toronto...

Not Your Toy (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora