14. Je t'aime

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-PoV Delphine-

Na sexta-feira eu fui orientada a atender meus pacientes na Universidade mesmo. Era meu último atendimento ali, os próximos seriam todos na Sede do Dyad, eu ainda não tinha dito a Cosima sobre a minha mudança, que agora eu não estaria mais nenhum dia naquela Universidade, e que ela iria tocar o resto do experimento sozinha. Aproveitei pra mandar uma mensagem dizendo que quando eu terminasse na clínica iria até o laboratório dela. Ela me respondeu dizendo que estava ansiosa pra me ver acompanhado de um coração vermelho. Eu estava morrendo de saudades dela, mas não estava nem um pouco ansiosa em mentir pra ela.

Naquele dia eu atendi a Jennifer Fitzsimmons, ela estava com tumores no útero, tinha uma doença desde que nasceu que fazia esses tumores aparecem em vários locais do seu corpo, ela tinha 25 anos e era realmente uma sobrevivente, passou por dezenas de cirurgias e tinha sorte desses tumores não surgirem em algum órgão vital. Ela entrou e parecia feliz, foi logo me dizendo que já havia assinado o contrato pra sua cura. Aquilo me fez querer vomitar, eu estava sendo paga pra assistir ela morrer, e nem poderia contar a verdade a ela.

Pensei se isso realmente valeria a pena. Não seria melhor deixar o Dr. Leekie destruir com a gente e não fazer parte de nada daquilo? Mas, falar com a Jennifer naquele dia me fez ver que rejeitar esse projeto não era a solução, comigo aqui ou não eles continuariam com esses experimentos, então eu resolvi colocar mais uma coisa na lista do porque eu estava fazendo aquilo, e seria pra acabar com o Dyad, eu não iria parar até que isso tivesse fim, eu ia precisar ser forte, talvez fazer coisas que não me orgulharia, mas eu já estava muito envolvida nisso tudo. E aqui dentro seria mais fácil de conseguir as provas suficientes para pôr um fim nessas pesquisas.

-

Quando entrei no laboratório da Cosima ela me recebeu com um abraço, e me deu um beijo rápido nos lábios, mas cheio de vontade. Eu sentia que iria desmoronar ali, abraçar ela fazia tudo parecer tão real, e eu só queria continuar protegendo ela ali mesmo nos meus braços, do mundo, das pessoas, de tudo. O abraço terminou sendo longo, mas ela não fazia menção de me soltar, ela só continuava a me abraçar e passava as mãos pelas minhas costas.

-Bonsoir, ma chérie! -falei e deixei outro beijo, mas agora na testa dela.

-O que aconteceu? -ela perguntou preocupada.

-A gente precisa conversar, Cos. -o sorriso dela sumido totalmente quando falei.

Sentamos em um sofá que ficava encostado no final do laboratório. Eu comecei a explicar o que eu podia, e seu rosto era um misto de preocupação e curiosidade.

-Cosima, hoje é meu último dia aqui na Universidade, agora eu vou trabalhar em tempo integral na Sede com outros projetos. Até meus pacientes daqui vou atender lá também. Mas, não se preocupe, sua pesquisa vai continuar, talvez seja mais difícil porque agora você vai fazer tudo só, e você precisa terminar sua tese. Mas se você achar que não consegue sozinha a gente pode tentar arrumar alguém pra te ajudar.

-Eu consigo, não seja ridícula. -eu ri da resposta dela. Eu a amava porque ela era atrevida.

-Foi o que eu pensei. -disse sorrindo.

-Eu não queria que você ficasse lá, preferia mil vezes você aqui comigo. -ela disse triste.

-Eu também, chérie, você não faz ideia, mas eu sou só uma funcionária, então não tenho muita escolha.

-E que projetos são esses? -ela perguntou.

Meu estômago revirou dessa vez.

-Você sabe, o que eu já estava fazendo com os meus pacientes aqui, mas agora parece que terei mais, e vou trabalhar na parte das vacinas também.

Not Your Toy (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora