-PoV Delphine-
Como isso era possível? Eles nem tinham me dado certeza que viriam no fim de semana, e agora estavam na minha casa numa sexta-feira a noite, já era até um pouco tarde, na verdade. Charlotte estava no meu colo, ela sorria e estava ofegante de tanto gargalhar com a nossa brincadeira, mas aos poucos sua gargalhada foi desaparecendo. Na mesma hora a Cos apareceu atrás da gente perguntando quem era na porta, e percebi que ela ficou tão sem reação quanto eu. Mas, ali estava eu com toda a minha nova família na frente dos meus pais, e eles nem sabiam da existência dessa família ainda.
-Mãe! Oi, pai. -falei.
-Meu amor, como você tá linda, que saudades. E quem é essa princesinha ainda mais linda? -minha mãe dizia encantada com a Charlotte. Depois ela olhou pra Cosima e continuou a falar.
-Você tá com visitas, nos desculpem atrapalhar vocês. -ela continuou.
-Eu não sabia que vocês chegariam hoje. -finalmente falei alguma coisa.
-Porque você não leu suas mensagens, Delphine. Falamos com você quase o dia inteiro, os voos do final de semana eram em horários terríveis, então resolvemos adiantar nossa chegada. -meu pai falou e deveria estar estressado por eu não ter respondido.
Aquele dia tinha sido muito corrido, eu vi que meu celular estava cheio de mensagens e chamadas não atendidas, mas eu não tinha visto de quem eram.
-Desculpa pai, é que hoje o meu dia foi uma loucura. Eu realmente não li minhas mensagens. Deixa eu ajudar vocês com essas malas.
Quando falei a Cos veio pegar a Charlotte do meu colo pra que eu pudesse ajudá-los. Eu sabia que ela estava tensa, mas ela disfarçava muito bem, e seu sorriso continuava mais lindo do que nunca.
-Nossa, vocês se parecem muito, são tão lindas, ela é a sua filha? Apesar que você parece tão novinha pra ter uma filha nessa idade, é sua filha mesmo?. -minha mãe se aproximou pra falar com Cosima e parecia ficar cada vez mais boba com a Charlotte.
-É minha filha, sim. -Cosima respondeu com um sorriso. -...E eu não sou tão nova quanto pareço, tenho 29 anos.
-Nossa, não parece mesmo, eu te daria 22 no máximo. -minha mãe falou, e estava sendo super simpática, me perguntei quanto tempo isso duraria.
-Célie Cormier. Já que a minha filha não vai nos apresentar... -minha mãe falou estendendo a mão pra Cosima.
-Cosima Niehaus. -ela respondeu e apertou sua mão. -...E essa anjinha aqui é a Charlotte.
Minha mãe foi cumprimentar a Charlotte, que ficou super tímida na frente da avó, mas ainda falou que tinha 6 anos.
As malas já estavam dentro de casa, e eu tinha acabado de fechar a porta quando meu pai foi cumprimentar Cosima e Charlotte também. Enquanto isso minha mãe me dava um abraço apertado, e segurava meu rosto dizendo que eu estava linda. Eu achava estranha aquela reação dela excessivamente calorosa, provavelmente era a saudade, mas logo nosso foco mudou quando Charlotte respondeu ao meu pai com um "Bonsoir", até eu que já estava acostumada fiquei boba, mas era algo diferente, eu tava orgulhosa dela, ela aprendia tão rápido e o seu sotaque ficava cada vez melhor.
-Então você já fala francês? -meu pai perguntou passando a mão nos cabelos dela.
-Eu tô ensinando a ela. -respondi. Eu tava meio nervosa deles estarem falando com elas sem saberem da verdade, então terminei interrompendo a conversa, eu não sabia como iria falar, mas eu não podia esperar mais.
-Sentem. Fiquem à vontade. Vocês devem estar cansados. Como foi a viagem? Vocês estão com fome? -tentei parecer o mais tranquila possível.
-Não, não. Nós jantamos num restaurante do aeroporto, a viagem foi tranquila, mas bem longa, e sua mãe não parava de dizer que estava com fome. -meu pai falou ao sentar, e minha mãe o acompanhou.
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Not Your Toy (Cophine)
Hayran Kurgu[CONCLUÍDO] Cosima é uma jovem cientista que estava finalizando seu PhD em Microbiologia na cidade de São Francisco, ao norte da Califórnia, quando recebeu uma proposta irrecusável de terminá-lo em uma Universidade do Canadá em parceria com o Instit...