4. Eu tenho muita sorte

28 5 0
                                    


-PoV Delphine-

Quando entrei no banheiro e me olhei no espelho, a primeira coisa que vi foi uma marca roxa no meu pescoço, não era muito escura, mas eu sou branca demais e qualquer coisa na minha pele destaca. Com certeza Cosima iria me pagar por isso depois.

Tomei meu banho o mais rápido que pude e resolvi usar um vestido preto de bolinhas brancas que minha mãe tinha mandado pra mim de Paris de presente de Natal. Ele ficava soltinho e parava antes do joelho, tinha mangas medianas e um decote em V bem cavado, mas que consegui fechar um pouco com os botões que ele tinha. Meu cabelo estava todo bagunçado graças a Cosima, mas como estavam bem cacheados nem mexi neles. Tentei disfarçar o máximo que pude com maquiagem a marca roxa que ela também deixou, passei meu perfume e corri pra sala.

-Bonjour. -eu disse entrando na sala e era impossível esconder minha empolgação. -Me perdoem a demora, mas é que passo tanto tempo com a filha de vocês que terminei pegando o atraso dela.

Na hora escutei uma gargalhada do meu sogro, e os dois se levantaram pra me cumprimentar.

-E você consegue ficar ainda mais linda. -Sally disse olhando meu vestido.

-Imagina. Mas, obrigada mesmo assim. -finalmente eu tinha respondido algum elogio, eu realmente ficava à vontade com eles.

-Vocês estão prontos pra comer a comida da filha de vocês? -perguntei sentando do lado de Cosima.

-Cosima? Cozinhando? Essa eu queria ver. -meu sogro falou sem muita confiança na filha.

-Ela me obrigou! -Cosima rebateu.

-Até parece que alguém nesse mundo algum dia vai te obrigar a alguma coisa, você só faz o que quer e quando quer. Você sabe cozinhar, só é preguiçosa. -falei encostando um dedo na bochecha dela.

-Sai! Você que é mandona. -ela disse tirando minha mão do rosto dela. Ela odiava quando eu a chamava de preguiçosa.

Mas, os pais dela pareciam estar se divertindo com a nossa mini discussão.

Cosima começou a servir o almoço enquanto eu servia o vinho. Como eu amo vinhos ela se ofereceu pra dirigir naquele dia e levar os pais dela de volta ao Cais, por isso coloquei apenas três taças na mesa.

-Você não vai beber com a gente, Delphine? -meu sogro perguntou.

-Na verdade, Cosima quem vai levar vocês pra casa hoje, então ela que não vai beber. -respondi e ela confirmou dando um joinha com as mãos pra eles.

-Cosima cozinhando e dirigindo? O que você fez com a minha filha, Dra. Cormier? De qualquer forma, obrigado. -todos nós gargalhamos, até a própria Cosima.

-Então querida, nós queremos saber tudo sobre você, no jantar nós só falamos da gente, queremos saber de você também... dessa francesa misteriosa. -minha sogra riu.

-A senhora me acha misteriosa? -eu ria sozinha imaginando o que faria eles pensarem isso.

-Digamos que você é a pessoa que roubou o coração da nossa filha e ainda não sabemos muito sobre você. Até porque Cosima não nos conta nada. -ela falou olhando pra Cos que disse que a vida era minha, então eu que contasse.

-Justo, vou contar tudo, mas espero não decepcionar vocês! -respondi ainda sorrindo.

-Eu realmente sou de Paris, nasci lá, mas eu sou uma garota do interior também. A maior parte da minha infância não morei com meus pais, morei com meu avô, Charles Cormier, pai do meu pai, na fazenda dele que fica numa Ilha chamada Córsega. A cara de surpresos deles foi engraçada, então terminei rindo da situação.

Not Your Toy (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora