-PoV Cosima-
Coloquei o despertador às 6h da manhã na segunda-feira, eu sei que estou sempre atrasada, mas eu não queria que todos soubessem disso logo no primeiro dia. Quando acordei fui direto pra o banho, o apartamento que aluguei aqui em Toronto era menor que o meu de São Francisco, mas era bem aconchegante, e tinha uma vista linda pra um bosque de Maple*.
Me apressei no café da manhã, que na verdade só comi umas torradas, não tive muito tempo de sair e fazer feira, então só comprei algumas coisas básica numa padaria próxima. E minha mãe também me fez prometer que eu iria procurar a Sra. S, então eu não poderia esquecer, durante a semana eu precisaria arrumar tempo para fazer feira e visitar a Sra. S.
Às 7h em ponto eu estava pronta, vesti um vestido cinza que ia até próximo ao joelho, e franzia um pouco na lateral do meu corpo, dando uma impressão de mais curvas do que eu realmente tinha, coloquei uma meia-calça preta lisa e o meu casaco vermelho que seria meu companheiro esses dias. Estávamos em Abril, então tive a sorte de não chegar no inverno, eu tinha pouquíssimas roupas de frio, então esse casaco vermelho era o que iria me salvar durante um bom tempo até eu criar vergonha e comprar roupas de frio de verdade. Até porque, uma hora o inverno chegaria novamente.
Fui andando até a Universidade, levava cerca de 20 minutos, não era tão perto quanto eu queria, mas eu realmente tinha gostado daquela casa, então resolvi ficar com ela mesmo. Às 7h20 eu cheguei na Universidade, ela era enorme, eu não sabia nem por onde entrar porque parecia que tinham várias entradas, fui até uma guarita e pedi informação sobre onde ficava o Bloco do Dyad. Isso mesmo! O Instituto Dyad tem um bloco repleto de laboratórios dentro da Universidade só pra ele e para trabalhar diretamente com experimentos.
Mesmo com o segurança super gentil que me ensinou todo o caminho, devo ter me perdido, porque andei cerca de 15 minutos até finalmente encontrar a recepção do bloco.
Quando cheguei, uma mulher ruiva super simpática me atendeu, quando falei meu nome ela pareceu empolgada e logo se apresentou.
-Muito prazer, eu sou a Gracie. -disse ela esticando uma das mãos pra mim. -Eu tava acompanhando a senhorita em toda aquela burocracia de contratação -ela completou.
Mas é claro, como eu poderia me esquecer, Gracie, ela foi um amor comigo desde a primeira ligação para marcar a reunião com o Dr. Leekie. Ela parecia ser bem nova, talvez tivesse no máximo 19 anos, mas dava pra perceber o quanto ela era eficiente em seu trabalho.
-Ah, claro que me lembro de você, Gracie. -respondi apertando sua mão. É que eu pensei que você ficava no escritório do Dr. Leekie no prédio do Dyad, e não aqui no bloco da Universidade. -falei com um sorriso.
-Tem toda razão, eu ficava lá, mas o Dr. Leekie queria alguém de confiança pra ficar aqui com a Dra. Cormier e o resto da equipe. -ela explicou, mas foi mudando de assunto. -Inclusive, a Dra. Cormier já está em sua sala te esperando, vou perguntar se você pode entrar e já volto. -ela falou e sumiu no corredor enorme ao lado da recepção.
Dra. Cormier? Acho que era a cientista francesa com quem eu iria trabalhar que o Dr. Leekie tanto falou na reunião. -pensei.
No mesmo instante, Gracie apareceu e me chamou, andamos por todo o corredor, passei por uma porta que tinha meu nome "Niehaus" e me deu um frio na barriga, chegando mais ao final do corredor pude ver uma placa com o nome "Dra. Cormier". A porta já estava aberta e Gracie sinalizou com a mão que eu poderia entrar e caminhou de volta para a recepção.
Obrigada, Gracie. -agradeci, mas nem sei se ela ouviu, ela era rápida e agora já estava quase na metade do corredor.
Não demorei e entrei na sala da Dra. Cormier, ela ainda não tinha me visto e guardava uma pasta que estava em suas mãos numa gaveta, meus olhos fixaram nela e eu senti que o meu mundo tinha parado ali.
-Bom dia, Dra. Cormier. -falei meio que escondendo a voz.
Assim que ela ouviu minha voz, levantou seu rosto em minha direção, senti meu coração acelerar quando seus olhos cor de âmbar fixaram em mim. Tudo nela conseguia ser perfeito e seus cabelos em lindos cachos loiros me fizeram suspirar por um segundo. Percebi que nenhuma das duas tinha falado nada e isso me deixou um pouco sem jeito. Eu devo ter corado com vergonha e ela pareceu acordar depois que eu sorri.
-Bonjour, Cosima! -ela respondeu e um sorriso LINDO saiu dos lábios dela. Ela agora tinha se levantado e estava vindo na minha direção, e ela era perfeita, poderia muito bem ser uma modelo se quisesse. Ela era alta, corpo escultural e tava usando uma camisa de manga comprida bege, uma calça justa cor de de vinho e uma bota marrom até os joelhos, que deixavam as pernas dela incrivelmente sexy. E esse sotaque? Meu Deus... eu estava caidinha por ela, até meu nome que é super estranho ela conseguia falar de uma forma sexy. E não parecia ser proposital, ela só estava sendo ela mesma. Imagina se tentasse realmente ser mais sexy que aquilo??
-Enchanté. -ela estendeu a mão pra mim.
-Enchanté. -respondi de forma totalmente desengonçada e apertei sua mão. (POR QUE EU FALEI FRANCÊS?), a essa altura eu não estava mais racionando direito.
*Maple: Árvore muito encontrada no Canadá, cuja folha está centrada na bandeira canadense.
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Not Your Toy (Cophine)
Fanfic[CONCLUÍDO] Cosima é uma jovem cientista que estava finalizando seu PhD em Microbiologia na cidade de São Francisco, ao norte da Califórnia, quando recebeu uma proposta irrecusável de terminá-lo em uma Universidade do Canadá em parceria com o Instit...