Not Your Toy (Cophine)

10. Exatamente onde quero estar

-PoV Delphine-

Eu saí do quarto da Cosima quase correndo. Qual era o meu problema? Eu passei a semana toda atraída por aquela mulher, meus pensamentos eram todos dela, eu queria tá com ela o tempo inteiro, a melhor parte do meu dia era quando a gente ia almoçar e eu tinha tempo pra ficar só com ela. Desde o dia que a vi, meu mundo girava em torno dela, e eu sentia coisas que nunca havia sentido antes, por ninguém, e agora eu tava ali, completamente apaixonada por ela, uma mulher. A pior parte é que essa mulher tinha acabado de me beijar e eu corri. Mas, por quê?

Minha cabeça estava pensando em um milhão de coisas, e eu fiquei em silêncio durante todo o caminho, deve ter sido massacrante pra Cosima, mas, eu precisava pensar. Meu corpo todo pedia pela Cosima, mas por algum motivo minha mente me fez correr.

Nós chegamos no local da festa e eu precisava de um tempo sozinha pra pensar, e eu também precisava de um cigarro, então pedi pra Cosima ir entrando e avisei que depois eu a encontrava. Ela parecia triste, e eu queria muito falar com ela, mas não estava pronta, não ainda. Me encostei no muro do salão e então acendi meu cigarro. Comecei a tentar lembrar se alguma vez eu já tinha olhado pra alguma mulher dessa forma, mas não, definitivamente não. Eu nunca tinha pensado sobre a minha sexualidade, mas sempre me relacionei com homens, mas também nunca fui apaixonada por nenhum, o desejo que eu tive por eles era só de sexo, e nos últimos anos com o Oliver, até isso eu estava evitando. Terminei meu cigarro e percebi que eu estava ali só perdendo tempo, eu era uma puta de uma cientista e tava ali parada pensando em quê? Porque não tinha nenhum raciocínio lógico pra aquilo, pouco me importava se eu gostava de homem ou de mulher, eu não sabia o que eu era, mas sabia o que eu queria, e eu queria a Cosima, cada molécula do meu corpo queria ela, e agora eu já sabia o que dizer. Resolvi entrar, eu já tinha perdido tempo demais ali, e se tinha uma coisa que eu não queria, era perder tempo com ela.

Quando eu entrei no salão não demorei muito para achá-la, ela estava conversando com um homem, ele estava super arrumado, tinha um estilo meio punk e logo deduzi que fosse o Felix, ela havia me falado dele antes. Me aproximei pra falar com Cosima e ele nos deixou a sós, eu não sabia como começar mas não demorei muito, deixei apenas as palavras saírem. Ela estava nervosa e parecia não acreditar no que eu tava falando, eu a segurei pelo rosto com as minhas duas mãos, mas ela parecia estática e não fazia menção de me beijar novamente, então eu o fiz.

Os lábios dela eram macios, quentes, deliciosos, meu corpo foi tomado por algo totalmente diferente. Até quando Cosima me faria sentir todas essas sensações inéditas? Eu esperava que para sempre. O beijo começou tímido, mas ficava cada vez mais molhado, cheio de paixão, eu segurei a nuca dela com uma de minhas mãos, num pensamento desnecessário de que ela pudesse fugir de mim também, mas pelo tempo que a gente tava se beijando, acho que isso não passava pela cabeça dela, pois ela passou seus braços pela minha cintura e manteve nossos corpos bem colados.

Aos poucos nosso beijo foi virando milhares de selinhos e sorrisos, e pode parecer bobo, mas aquele som dos nossos beijos totalmente desorganizados pelos lábios e rostos uma da outra era incrivelmente romântico, ela estava com um sorriso lindo no rosto, aquele meio torto que eu amava, e ela não sabia ainda, mas eu era completamente dela, e ela poderia conseguir qualquer coisa minha só com aquele sorriso.

Eu segurei uma de suas mãos e dei um beijo na palma dela, depois a envolvi num abraço bem apertado. Ela é baixinha e meu rosto ficou bem nos seus dreads, eu pude sentir o quão cheirosa ela é, ela cheirava a flores, talvez lírios.

-Me desculpa por ter saído correndo da sua casa. -minha voz saiu abafada porque meu rosto ainda estava nos seus cabelos.

-Tudo bem! -ela tinha um sorriso doce no rosto. -Você está aqui agora.