Bônus 05 - O fim (parte 03)

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-PoV Delphine-

Eu não estava mais com raiva de Cosima, ela sempre foi assim, e todas as vezes que algo parecido acontece ela pensa o pior sobre mim. Eu me casei com ela sabendo que ela era assim, e de certa forma eu aceito esse jeito dela, assim como ela aceita vários defeitos meus, em alguns casos é até fofo o jeito ciumento e mais esquentado dela, mas quando ela começa a me tratar mal é horrível, porque ela não descansa até me magoar. Então eu fico triste, e me sinto uma idiota de sempre perdoá-la, mas ela também perdoa minhas várias imperfeições e assim estamos juntas há sete anos. As vezes me pego pensando se existe um limite pra esses perdões, ou se eu venho fazendo algo errado pra ela desconfiar tanto de mim. Mas de uma coisa eu tenho certeza, não existe outro lugar que eu queira estar mais do que ao lado dela.

No sábado estávamos nos falando normalmente, mas eu sentia falta de beijar a minha mulher, sempre que estamos em casa eu passo o dia roubando beijos dela e agora já faziam quase três semanas que a gente nem se tocava direito. Ela me beijou ontem e foi o contato mais íntimo que tivemos nessas últimas semanas.

A noite, Felix chegou na nossa casa e Cosima disse que a gente iria sair, eu não fazia ideia do que ela estava aprontando, mas concordei. Os gêmeos já estavam dormindo e Charlotte estava no quarto, Cosima deixou ela sem celular e passou um monte de instruções sobre as coisas que ela não poderia fazer, mas claro que Felix deixaria ela fazer tudo e um pouco mais, não sei como Cosima não vê isso.

(...)

-Pra onde nós vamos? -perguntei enquanto Cosima dirigia.

-Não vou te dizer.

-E o que você disse a Charlotte?

-Não precisa se preocupar com isso, tá tudo resolvido, só não vou te dizer agora. -ela respondeu e segurou minha mão que estava sobre a minha perna. Sorri, e ela continuou dirigindo.

Minutos depois Cosima parou o carro em frente ao hotel mais luxuoso de Toronto, com certeza um dos melhores do Canadá, o Four Seasons Hotel. Eu já havia passado na frente dele antes, mas nunca havia reparado nem o visto tão de perto.

Olhei pra cima encarando o imenso hotel, e devo ter demorado, porque quando olhei pra Cosima de volta o manobrista já havia levado o carro dela.

-Vamos? -ela chamou e estendeu a mão pra mim.

Eu a segurei entrelaçando nossos dedos e recebi um beijo carinhoso no ombro.

-Você deveria reconsiderar mudar seu nome pra Cormier, porque definitivamente você virou uma. -falei quando paramos na recepção luxuosa do hotel.

-Cala a boca. -ela riu.

Depois de lhe entregarem o cartão de acesso fomos pegar o elevador. Nosso andar era um dos últimos, e demoramos um pouco para chegar. Eu sentia minhas mãos suarem, eu amo fazer surpresas, mas não sei estar do outro lado da situação, eu sinto que posso até passar mal de tanta ansiedade.

-Fecha os olhos. -ela me pediu assim que destravou a porta. -obedeci.

Ela entrou e eu fiquei no corredor de frente a porta com os olhos fechados. Alguns minutos depois senti sua mão segurar a minha novamente. Depois ela me encaminhou pela cintura e trancou a porta atrás da gente.

-Pode abrir. -ela disse.

O lugar era ainda mais lindo do que eu pensava, ela havia aberto toda a cortina do quarto, e no lugar de uma janela, ou uma parede de concreto, era um vidro de canto a canto do quarto que dava vista pra cidade inteira. Toronto é muito iluminada, e olhando daquela maneira, de cima, era ainda mais linda.

Not Your Toy (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora