5. Cometi um erro

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-PoV Delphine-

Mais uma semana havia começado e a coleta de medula óssea da Cosima estava agendada para essa manhã. No Dyad havia uma ala hospitalar, então, eu solicitei a doação como se fossemos levar o material pra outro local para que fosse doado depois, e disse que Cosima se sentia mais a vontade de fazer o procedimento ali, porque eu estaria com ela. Provavelmente essa história não iria colar com a Rachel quando ela soubesse, mas tínhamos que tentar. Em qualquer outro local eles iriam ficar com o material pra doação, claro, e nós iríamos usar esse material no tratamento da Charlotte. Toda consulta nossa eu sentia que ela realmente estava pior, da última vez ela nem correu pra me receber, não se escondeu, não mexeu nas minhas coisas, só ficou deitada abraçada com o avião que eu dei a ela e não parava de tossir, nesse dia eu terminei ficando com ela até ela dormir.

Cosima não falou, mas ela estava bem nervosa pra o procedimento, eu garanti que estaria com ela o tempo todo, e que quando ela acordasse eu seria o primeiro rosto que ela veria. Como ela ia passar o resto da semana em repouso, eu falei com a Sra. S pra Cosima ficar pelo menos os dois primeiros dias na casa dela, como eu estaria trabalhando não iria poder ajudá-la durante o dia, e ela precisaria de repouso absoluto. A Sra. S disse que ela poderia passar a semana inteira lá se quisesse, e era uma boa ideia, eu ficaria muito mais tranquila, mas Cosima já havia dito que não era necessário e que voltaria pra casa em dois dias, o que não foi surpresa pra ninguém.

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Já estávamos com tudo pronto pra começar o procedimento, o médico só estava esperando o meu sinal, Cosima permanecia quieta e não falou nada durante toda a preparação. Ela já estava deitada de bruços quando me abaixei pra olhá-la e segurei sua mão.

-Eu vou ficar aqui até o fim, tá? E vou segurar sua mão e você não vai sentir nada, eu prometo. -disse e a beijei nos lábios.

-Tudo bem? -ela só balançou a cabeça que sim. Então sinalizei ao médico que poderia dar início.

-Cosima, você pode contar de trás pra frente a partir de 100, por favor? -a enfermeira pediu.

Antes de chegar ao 90 ela já tinha apagado, e eu permaneci ali olhando pra ela até o procedimento acabar.

-Essa é a última. -o médico disse. -Daqui umas 2 horas ela vai acordar e amanhã de manhã pode dar alta a ela.

-Obrigada. -agradeci e fui levar o material pra o meu laboratório. Não poderia correr o risco da Rachel chegar por lá.

Eu havia prometido a Cos que estaria com ela quando acordasse, então adiantei uma parte do procedimento no meu laboratório e fui ficar com ela no quarto onde ela estava. Em menos de 30 minutos ela estava acordando, parecia bem desorientada, eu a examinei e estava tudo certo, era só efeito da anestesia.

-Você se sente bem, ma chérie? -perguntei deixando um beijo na testa dela.

-Unhum. -ela respondeu depois de um tempo. -Só tô meia grogue. Deu certo? -ela perguntou.

-Deu mais que certo, Cos. Já comecei a trabalhar nas amostras lá no meu laboratório. Acredito que se eu correr ainda esse mês conseguimos essa vacina pronta.

-Eu vou te ajudar também. -ela respondeu.

-Eu sei que vai. -dei um beijo demorado nos lábios dela.

Ela permaneceu descansando e eu voltei a trabalhar nas amostras, fiquei no laboratório até tarde da noite, como Cosima ficaria internada até pela manhã, eu iria passar a noite ali com ela. Quando cheguei no seu quarto de novo ficamos conversando um pouco e depois ela dormiu. A Sra. S ligou e confirmei que ela poderia vim buscar a Cos bem cedo, que eu mesma daria a alta a ela. Depois disso fui ler alguns e-mails e vi que o cartório havia mandado a data do nosso casamento no civil, seria daqui a duas semanas. Ela iria amar receber essa notícia, e eu já acordaria ela assim.

Not Your Toy (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora