Not Your Toy (Cophine)

8. Você é a idiota!

-PoV Cosima-

Noivo? -pensei, totalmente desapontada.

Eu poderia jurar que ela estava flertando comigo. Ela não era gay, tinha um noivo e ouvir aquilo foi como levar um chute no estômago. Meu primeiro dia de trabalho com a mulher mais linda que eu já vi na vida, e eu já tinha levado um balde de água fria.

Olhei meu relógio e já eram 12h, minha barriga até roncou de fome, eu tinha comido mal no café da manhã e agora meu corpo pedia por comida. Peguei minha bolsa, saí do laboratório e fui indo em direção a recepção onde Delphine ainda estava no telefone, ela falava num francês muito rápido, e parecia bem nervosa, ela estava segurando o telefone no ouvido com uma mão, e a outra segurava seus cachos. Era uma Delphine completamente diferente da que eu tinha passado minha manhã, ele estava séria e seu olhar transbordava raiva, mas ainda assim, meu deus, como ela era linda.

Ela encontrou meu olhar quando eu passava na recepção, e mesmo aparentemente chateada, ela me deu um sorriso fraco e fez sinal pra que eu esperasse por ela. -assim eu fiz.

Eu parei não muito perto, porque ela ainda conversava ao telefone. Mas era impossível eu não prestar atenção naquele francês e naquela voz, eu não entendia nada do que ela estava falando, mas seu tom era um misto de tristeza e de muita raiva.

-Merde, Oliver. -ela falou e desligou o telefone. Por um momento achei que ela o tivesse quebrado, por conta da força que ela colocou. Até a Gracie se assustou. Ela pediu desculpas pra assistente, e eu a vi secar algumas lágrimas discretamente, aproveitei e olhei suas mãos, mas... nenhum sinal de aliança. De alguma forma aquilo me deu um alívio, mesmo sabendo que ela não é gay.

Ela veio em minha direção, e agora eu conseguia ver melhor seus olhos vermelhos.

-Meu deus, me desculpe. Normalmente não sou assim. -ela se justificou.

-Está tudo bem? -perguntei mesmo sabendo que não estava.

-É...sabe como é... um péssimo término de relacionamento... um oceano de distância. -ela tentou explicar rapidamente, mas só conseguiu falar frases soltas.

Dava pra perceber que aquela ligação mexeu muito com ela, então tentei parecer descontraída.

-Sei, relacionamentos à distância nunca funcionam. -pressionei meus lábios fazendo uma careta engraçada e ela soltou um sorrisinho concordando.

Você tá saindo agora? -ela me perguntou

-Sim, vou comer alguma coisa, terminei não tomando café da manhã direito e agora estou morrendo de fome. -falei tão rápido que deduzi que já era minha fome falando por mim.

-Posso te levar pra almoçar? -ela perguntou logo em seguida.

Eu nem conseguia acreditar. Ela estava mesmo me chamando pra sair? Eu não conseguiria jamais dizer não pra aqueles olhos e pra aquele sorriso, e nem queria.

-Claro! Por que não?! -tentei disfarçar minha empolgação.

Voltamos pra pegar nossos casacos, que por sinal eu nem lembrava mais do meu. Delphine já estava linda, mas depois que ela colocou o casaco preto e o deixou aberto, nossa, ficava imaginando se tudo o que aquela mulher fazia era sensual. Fomos até o carro dela, e cara, com certeza essa mulher é muito rica. Durante o caminho até o restaurante não nos falamos muito, mas não foi um silêncio constrangedor, eu sabia que ela tinha acabado de ter uma conversa difícil, e eu quis dar o mínimo de tempo pra ela pensar.

Chegamos em um restaurante que parecia bem aconchegante, e não era muito longe da Universidade, eu já me via voltando ali várias vezes, e desejei que fosse com Delphine. Sentamos em uma mesa para dois que ficava bem reservada, numa pequena varanda rodeada de plantas, a garçonete anotou nossos pedidos e disse que em 20 minutos estariam prontos.