15. Nossa filha

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-PoV Delphine-

**ligação

Delphine: Bonjour, papa. Como vão as coisas?

Gerard Cormier: Bonjour, ma fille. Está tudo bem. Você me ligando é novidade, sempre liga só pra sua mãe.

Delphine: Também não é pra tanto pai, de qualquer forma você nem faz questão que eu te ligue.

Gerard Cormier: Agora você que está exagerando. Posso não ser o pai mais carinhoso do mundo, mas eu amo meus filhos.

Delphine: Eu sei, eu sei.

Gerard Cormier: Mas, qual o motivo da ligação, filha?

Delphine: É... a gente precisa conversar pai... eu preciso da sua ajuda, mas eu não queria falar por telefone.

Gerard Cormier: Delphine... você está me preocupando. Você se meteu em problemas por aí?

Delphine: Mais ou menos.

Gerard Cormier: É por isso que nesse último ano sumiram mais de 30 mil euros da sua conta? E sim, é claro que eu percebi, só não falei nada porque o dinheiro é seu, e você já é bem grandinha pra saber o que fazer com ele.

Delphine: Sim, pai. É por isso também. Mas escute, não são só notícias ruins, ok? O que eu tenho pra lhe contar é algo bom, muito bom mesmo. É só que as coisas ficaram complicadas e eu prefiro contar pessoalmente. Quando o Sr. acha que pode vir ao Canadá?

Gerard Cormier: Delphine, você sabe que é complicado, eu não posso simplesmente deixar meu escritório e dezenas de empresas, reuniões...

Delphine: Pai, por favor, o Sr. sabe que eu não estaria insistindo se realmente não fosse importante, eu preciso da sua ajuda. E o Sr. não vai precisar parar de trabalhar totalmente, pode continuar trabalhando daqui também.

Gerard Cormier: Ok, Delphine. Vou precisar de alguns dias pra resolver as coisas por aqui e falar com a sua mãe. Não fala nada a ela, tá bom? Já que você só vai contar o que tá acontecendo pessoalmente, vou dizer que irei tirar férias e vamos te visitar, ela ficaria muito preocupada se soubersse que você está metida em problemas aí. Ela ia querer sair daqui agora mesmo.

-Oui, merci, papa.

-Cuidado, Delphine. E juízo, muito juízo.

**fim da ligação

A primeira parte eu tinha conseguido, que era pelo menos ter a atenção do meu pai, e pra falar a verdade não era dele quem eu tinha mais medo, era da minha mãe. Meu pai era rigoroso com nossos estudos, com nossa reputação no trabalho, mas minha mãe era daquelas que queria mostrar a todo mundo a família perfeita. Mas, ela e o meu pai estavam bem longe disso, eles sempre brigaram muito, e se não fosse meu avô que tivesse se oferecido pra ficar comigo quando criança, eu realmente não sei o que teria sido da minha infância.

Talvez por conta das brigas, minha mãe perdeu totalmente a paciência com os filhos, meu irmão já tinha 13 anos na época e passou a frequentar as empresas do nosso pai. A desculpa do meu pai era que ele precisava aprender a administrar tudo porque um dia ele iria assumir seu lugar, mas a verdade do porquê meu pai levar o filho tão novo pra trabalhar, era só pra ele não passar tanto tempo com a nossa mãe. Como eu só tinha 6 anos, minha única opção era ficar em casa, mas meu pai percebeu que não estava dando muito certo e entrou numa guerra com a minha mãe para que ela deixasse eu morar com meu avô. Ela não era próxima dos filhos, mas também não queria que as pessoas vissem que a família dela era totalmente problemática e que a filha de 6 anos precisou morar com o avô pra poder ter uma vida no mínimo norm.

Not Your Toy (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora